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Colômbia na vanguarda do desenvolvimento de agtechs na região andina, seguida pelo Peru e Equador, mostra estudo do BID e do IICA

Tiempo de lectura: 3 mins.

O relatório visa promover o uso de soluções digitais nos sistemas agroalimentares da região e analisa 10 empresas para entender os desafios e as oportunidades que enfrentam.

El estudio tiene como objetivo también caracterizar el estado de desarrollo y el uso de las agtechs en los países de esa región, como piedra angular para proponer políticas públicas que las impulsen.

São José, 16 de outubro de 2023 (IICA) — A Colômbia é o país mais prolífico em desenvolvimento de agtechs na região andina, seguida pelo Peru e o Equador, mostrou o estudo “Desenvolvimento de AgTechs na Região Andina: casos de êxito e lições para o futuro”, apresentado pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
 
De acordo com o mapeamento realizado, com o qual se busca promover o desenvolvimento desse tipo de empresas de base tecnológica e o uso de suas aplicações e inovações nos sistemas agroalimentares dos países andinos, foram identificadas 90 empresas do setor agtech com origem nessa região. A Colômbia está na vanguarda, com 59% do total; seguida pelo Peru e o Equador, com 23% e 12%, respectivamente.
 
O estudo também tem como objetivo caracterizar o estado de desenvolvimento e o uso das agtechs nos países dessa região, como pedra angular para propor políticas públicas que as promovam.
 
Na apresentação, que convocou referências do ecossistema agtech, destacou-se a capacidade de crescimento dos sistemas agroalimentares andinos e o papel central das tecnologias inovadoras para alcançar esse potencial, dado o seu impacto em termos de produtividade e eficiência.
 
Nas 90 agtechs identificadas, evidencia-se um amplo leque de soluções, em cuja oferta predominam plataformas para o comércio digital (36,7%), aplicativos e instrumentos para a agricultura inteligente ou de precisão (25,6%) e bioinsumos (11,1%).
 
“O fenômeno agtech pode ter duplo benefício para a região: criar soluções que permitem aumentar a produção e a sustentabilidade aos agricultores, mas também gerar empreendimentos tecnológicos com alto potencial de dimensionamento e impacto, transcendendo os limites da região”, afirmou Federico Bert, Coordenador do Programa de Digitalização Agroalimentar do IICA e coautor do estudo.
 
O relatório, apresentando por Jeremías Lachman, consultor e líder do trabalho, juntamente com Juan Andrés del Río, analisa em detalhes 10 casos específicos para entender os desafios e as oportunidades que envolvem o estabelecimento desses empreendimentos na região.
 
As empresas analisadas foram: Hola Tractor, da Bolívia; BloomsPal Market Network e IncluirTec, da Colômbia; AGP Geospatial Company e BioFeeder, do Equador; Agros e BNS, do Peru; AgroCognitive, da Venezuela; SIMA, da Argentina; e Agrosmart, do Brasil. Essas duas últimas têm operações em países andinos.
 
Revisaram-se as propostas de valor e os impactos produtivos e ambientais das soluções desenvolvidas, os antecedentes da equipe fundadora, o processo implementado para desenvolver a tecnologia que sustenta os serviços, bem como os obstáculos ao crescimento e as perspectivas futuras das empresas, entre outros temas.
 
A maioria dessas agtechs foram fundadas por jovens profissionais de 20 a 40 anos, inspirados pela possibilidade de resolver problemas de agricultores ou outros atores agroalimentares, alavancados por suas próprias redes de vínculos e recursos (pelo menos em etapas iniciais).
 
Tiveram como foco prioritário em seu desenvolvimento a melhoria da produtividade e dos resultados econômicos e, em segundo lugar, a sustentabilidade ambiental. 
 
Limites para o crescimento
 
Os empreendedores indicaram como as principais limitações para o desenvolvimento de suas agtechs a falta de interesse e conhecimento por parte dos usuários, em especial dos agricultores; a necessidade de sensibilizar e capacitar produtores e decisores políticos; e as restrições para o acesso ao financiamento. 
 
Concordaram sobre a necessidade de gerar espaços de vinculação entre atores: agtechs, setores público e privado, academia e produtores e suas organizações, entre outros.
 
Nesse sentido, reconheceram a contribuição do IICA ao propiciar espaços de diálogo e de coordenação, bem como por criar uma rede entre agtechs do continente pelo seu Programa de Digitalização Agroalimentar e a Semana da Agricultura Digital, que acontece anualmente desde 2022.
 
No evento, foram apresentadas potenciais intervenções ou políticas destinadas a promover o desenvolvimento e o aproveitamento de empreendimentos tecnológicos inovadores, com base nas aprendizagens que as agtechs de referência tiveram na região, cujas experiências são detalhadas no estudo.
 
Participaram do lançamento: Angelica Acosta, fundadora e CEO da IncluirTec, agtech de serviços financeiros para o setor agrícola na Colômbia; Hugo Piñarreta Mezones, cofundador e CEO da AGROS, uma empresa nascida no Peru que oferece identidade digital para produtores familiares; e Elvia Gómez, Gerente da Acumen, entidade que investe em empresas em etapas iniciais, possibilitando seu acesso ao financiamento. 
 
Também participaram, por parte do IICA: Federico Villarreal, Diretor de Cooperação Técnica; e Federico Bert, Coordenador do Programa de Digitalização Agroalimentar. E, em representação do BID: Osmel Manzano, Assessor Econômico Regional; e Laura Giles Álvarez, Economista Sênior para a Colômbia.
 
O estudo completo pode ser baixado de forma gratuita no repositório institucional do IICA pelo link a seguir: https://repositorio.iica.int/handle/11324/21773.

O IICA iniciou um trabalho similar focado na América Central. 

Mais informação:
Federico Bert, responsável pelo Programa de Digitalização Agroalimentar do IICA.
federico.bert@iica.int

 

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