A utilização dos resíduos provenientes da produção de abacaxi e café seriam essenciais para a produção de biogás, contribuindo para a transformação da matriz energética do país.
São José, 3 de julho de 2024 (IICA) — O Ministério de Ambiente e Energia (MINAE) da Costa Rica formula uma Estratégia Nacional de Biogás com o acompanhamento de várias organizações e apoio do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).
O lançamento do processo de formulação ocorreu na sede central do IICA, em São José, com a participação do Vice-Presidente da Costa Rica, Stephan Brunner; o Diretor Geral do Instituto, Manuel Otero; o Representante Adjunto Residente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Kifah Sasa; o Diretor Geral de Transporte e Comercialização de Combustíveis do MINAE, Alberto Antillón; e o Presidente da Associação Costarriquenha de Biogás (ASOBIOGÁS), Juan Pablo Rojas.
No país, a estratégia visa traçar o caminho para o desenvolvimento, uso e transporte das energias limpas e combustíveis provenientes do biogás, especialmente do tratamento de águas residuais, tratamento de dejetos sólidos cotidianos e resíduos agropecuários e agroindustriais.
O estabelecimento de atores-chaves responsáveis, ações concretas a serem desenvolvidas e a redefinição das regulamentações e da legislação fazem parte do prisma contemplado pela formulação do roteiro da Estratégia Nacional de Biogás.
Para a Costa Rica, o desenvolvimento da iniciativa representa avançar em seu Plano Nacional de Descarbonização, que visa que até 2050 o país tenha alcançado o nível de emissões mais baixo possível e de forma consistente com a meta climática global.
O Vice-Presidente Brunner afirmou que o uso de biocombustíveis representa uma oportunidade para o país aderir à produção de energias limpas perante o compromisso de diminuir sua pegada de carbono.
“A Costa Rica dispõe da capacidade tecnológica para a produção de biocombustíveis. A parceria entre o setor privado e o governo, com apoio de uma instituição como o IICA, oferece-nos a oportunidade de iniciar o caminho da descarbonização do nosso transporte pesado e a possibilidade de exportar esse tipo de energia verde para outros países”, afirmou.
O acompanhamento técnico que o IICA proporcionará à formulação da estratégia terá como objetivo permitir que a produção de biogás mitigue os efeitos da mudança do clima, gerar oportunidades de desenvolvimento para esse tipo de energia no setor agropecuário e criar acesso a oportunidades de desenvolvimento econômico por meio do uso de bioenergias.
Manuel Otero, Diretor Geral do IICA, ressaltou que a tecnologia da biodigestão se caracteriza por sua grande flexibilidade para lidar com diversos tipos de matérias-primas, bem como a sua utilização em diferentes escalas.
“Os biodigestores oferecem acesso a produtos energéticos aos pequenos agricultores e permitem que empresas agroindustriais de grande porte produzam biogás em larga escala. Além disso, essa tecnologia se tornou uma maneira eficiente de descartar dejetos orgânicos, não somente no âmbito agrícola, mas também como uma solução para os resíduos orgânicos das cidades” expressou Otero.
Alberto Antillón, do MINAE, destacou que o Ministério apoia processos de descarbonização da economia, gestão de resíduos e economia circular.
“A produção de biocombustíveis se apresenta como uma opção para a Costa Rica, permitindo-lhe rumar para a soberania e a transformação energética, por isso participamos da criação do roteiro nacional”, comentou.
As parcerias público-privadas ganham relevância no desenvolvimento de uma estratégia para potencializar o biogás.
Nessa linha, Juan Pablo Rojas, da ASOBIOGÁS, mencionou que a Costa Rica possui uma grande capacidade para produzir biogás, mas enfrenta grandes desafios em termos de regulamentações que devem ser resolvidas para que o desenvolvimento desses combustíveis e energias seja potencializado.
“Possuímos a tecnologia, a experiência e os recursos humanos profissionais para sermos um país modelo na produção de biogás da região. Isso gerará benefícios à sociedade civil, ao estado e ao setor privado”, finalizou Rojas.
Além do lançamento da Estratégia Nacional de Biogás, a sede central do IICA abrigou o Encontro de Biodigestão da Costa Rica 2024, no qual participaram empresas nacionais dedicadas à produção de biogás e cuja metodologia ficou a cargo do PNUD.
“Nós nos aproximamos do processo como especialistas em desenvolvimento de estratégias de trabalho para o diálogo democrático e o nosso papel nesse seminário é colher saberes que enriqueçam a criação da estratégia de biogás” enfatizou Kifah Sasa, Representante Residente do PNUD em Costa Ria.
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