Nesse evento massivo, com uma convocação inédita, discute-se uma agenda de longo prazo na produção de alimentos para a Argentina e a região.
Buenos Aires, 20 de setembro de 2022 (IICA) — Mais de 4.000 produtores, profissionais, pesquisadores, empresários, estudantes e universitários proporcionaram um cenário vastíssimo à abertura do Congresso de 2022 do movimento argentino de produtores agropecuários CRIA, em Buenos Aires, que contou com a participação do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).
Nesse evento massivo, com uma convocação inédita, discute-se uma agenda de longo prazo na produção de alimentos para a Argentina e a região.
O lema da mostra é “Amplie o campo do seu olhar”, uma experiência de 360° cujo propósito é motivar pessoas de diversas procedências para que sejam protagonistas das transformações dos sistemas agroalimentares.
O Congresso tem uma agenda ampla, marcada por quatro eixos temáticos em três dias: tendências da alimentação, cultivar talentos, sustentabilidade e desenvolvimento de comunidades.
O encontro, que acontece em instalações da Sociedade Rural Argentina, na capital do país, desenvolve-se em três âmbitos.
No auditório, acontecem conferências com líderes que buscam direcionar os cenários futuros da produção agropecuária em um contexto de crise superpostas, que recentemente estão cada vez mais rápidas. Em seguida, há um espaço de networking, no qual se escutam propostas orientadas para a geração de ideias para o desenvolvimento sustentável de empresas, organizações, instituições e projetos. Por fim, há um lugar de exibição de desenvolvimentos produtivos, tratores e colheitadeiras de última geração.
O Movimento CRIA é uma associação civil sem fins lucrativos da Argentina integrada e dirigida por empresários agropecuários que se reúnem em grupos para compartilhar experiências e conhecimentos. É constituído por mais de 2.000 empresas agropecuárias que se propõem a melhorar os resultados de suas organizações por meio da troca de ideias e experiências.
Argentina e região, fundamentais para o futuro do planeta
A conferência de abertura, realizada em um auditório muito amplo com telas gigantes e que também foi transmitida ao vivo por streaming, teve o título “Tendências da alimentação: perspectivas”. Dela participou o Diretor Geral do IICA, Manuel Otero, que enfatizou que a alimentação sustentável não é só um problema dos produtores agropecuários, mas uma responsabilidade de toda a sociedade.
“A Argentina e o continente americano estão chamados a desempenhar um papel fundamental na segurança alimentar e ambiental do planeta”, indicou Otero, que disse que uma a cada quatro toneladas de alimentos produzidos no mundo vem do nosso continente.
A região, por sua vez, tem um papel ainda mais preponderante no comércio internacional, pois é a origem de um terço das exportações alimentares globais.
“O mundo depende da nossa produção agropecuária e da nossa posição exportadora. E, se agirmos certo em termos de políticas produtivas e comerciais, esse cenário tenderá a as consolidar”, afirmou o Diretor Geral do IICA.
Em termos ambientais, a América Latina e o Caribe possuem uma riqueza extraordinária, que inclui 16% das terras agrícolas, 50% da biodiversidade, 23% da superfície arborizada e 30% da água fresca do planeta.
“A região é fundamental para a sustentabilidade ambiental, a conservação da biodiversidade e o ciclo da água e do oxigênio no âmbito global. Por isso dizemos que temos a obrigação de cumprir um papel protagonista perante os grandes desafios enfrentados pelo planeta, e depende de nós assumi-lo”, disse o Diretor Geral do IICA.
Otero enfatizou particularmente que o desenvolvimento da bioeconomia está destinado a desempenhar um papel fundamental no futuro da América Latina e do Caribe. “O conceito de bioeconomia está relacionado a uma intensificação responsável dos processos biológicos, atuando para construir uma ponte entre a agricultura e o ambiente”, apontou.
Também mencionou a importância que a próxima Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (COP 27), a ser realizada em novembro, no Egito, terá para o futuro da agricultura. Nela o IICA terá um espaço permanente para mostrar ao mundo os avanços que estão sendo conquistados no continente na direção de uma maior sustentabilidade ambiental, por meio da ampliação de boas práticas, como o plantio direto, e a divulgação dos sistemas agrossilvopastoris em diversos países, que permitem harmonizar produção e cuidado aos recursos naturais, ao mesmo tempo em que reduzem a emissão de gases de efeito estufa.
“Devemos entender que a agricultura será sustentável, ou não será nada. A COP 27 será a COP da agricultura e não podemos permitir que as decisões fiquem unicamente nas mãos dos negociadores ambientais. A partir da vontade dos ministros de Agricultura da região, mostraremos a realidade do trabalho de nossos agricultores. No Egito teremos uma oportunidade para posicionar a agricultura adequadamente, e temos a necessidade de criar capacidades para nos fortalecer em uma discussão que se propõe adversa”, ressaltou Otero.
“Trata-se de fazer da produção e do cuidado com o ambiente dois braços para o futuro da agricultura. O futuro nos traz um mundo mais complexo, mas de grandes oportunidades”, concluiu.
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