Destacaron, al mismo tiempo, que los daños producidos por efecto del cambio climático y las inversiones necesarias para la transformación de la agricultura no pueden ser asumidos por productoras y productores, por lo que es imprescindible que los países desarrollados cumplan sus compromisos de aportar financiamiento internacional.
São José, 24 de setembro de 2022 (IICA) — Os ministros e secretários de Agricultura de 32 países das Américas afirmaram que as ações climáticas para uma agricultura mais sustentável devem ser baseadas na ciência, de maneira que resguardem e aumentem a produtividade, e não aprofundem a já preocupante crise alimentar atual, em um robusto consenso regional que apoiará a ação dos países na COP27.
Destacaram também que os danos produzidos por causa da mudança do clima e os investimentos necessárias para a transformação da agricultura não podem ser assumidos pelas produtoras e produtores, sendo imprescindível que os países desenvolvidos cumpram seus compromissos de aportar financiamento internacional.
Essas foram algumas das mensagens incluídas em um documento consensual durante uma reunião da qual também participaram representantes de organismos multilaterais de crédito e de fundos globais de financiamento climático.
O encontro de dois dias foi organizado pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), em sua sede central, em São José, Costa Rica, para discutir o papel estratégico do setor agropecuário da região para enfrentar a mudança do clima, antes da Conferência das Partes (COP27) de novembro e com o objetivo de coordenar as posições da região para esse foro e compartilhar informações e experiências que apoiem a ação dos países.
No documento alertou-se que o aumento da insegurança alimentar e a situação climática global apresentam, de forma inter-relacionada, uma grande ameaça para todo o planeta, a qual deve ser abordada com profundidade e urgência.
Nesse sentido, acrescentou-se que o setor agropecuário dos países das Américas, um dos principais produtores de alimentos do mundo, é altamente vulnerável aos fenômenos meteorológicos extremos, particularmente no Caribe e na América Central.
“A produção, os meios de vida e a base dos recursos naturais foram afetados pelos impactos crescentes da mudança do clima, o que tem exacerbado os problemas associados ao aumento da pobreza, da fome e dos preços dos alimentos, afetando a segurança alimentar mundial”, disseram os ministros.
Os ministros de Agricultura também se comprometeram a trabalhar para aumentar o acesso aos fundos de financiamento climáticos para todos os países da região, inclusive os países mais vulneráveis, para fortalecer sua adaptação.
Além disso, anunciaram que continuarão a fortalecer a presença dos ministérios e secretarias de Agricultura, Pecuária e Pesca nos âmbitos de discussão climática nacionais, hemisféricos e globais, com o apoio do IICA e de outros organismos internacionais.
As posições serão levadas à COP27, que acontecerá em novembro, na cidade egípcia de Sharm El Sheik, onde também se informará amplamente sobre as práticas sustentáveis da agricultura das Américas.
Presença do setor agrícola em discussões climáticas
No encerramento do encontro, Víctor Carvajal Porras, Ministro da Agricultura e Pecuária da Costa Rica, agradeceu ao IICA, a todos os facilitadores do encontro e a cada um dos participantes.
“Hoje — enfatizou — estamos concluindo um processo de discussão com uma troca de ideias muito relevante e muito enriquecedora, nesse processo que temos empreendido para alcançar um consenso sobre a posição das Américas, do setor agropecuário, na COP 27. Temos deixado claro que a nossa atividade, nesse sentido, focará nas pessoas que se dedicam à produção agropecuária”.
Manuel Otero, Diretor Geral do IICA, afirmou: “Essa reunião marca um antes e depois para o setor agrícola das Américas, que terá uma forte presença na COP 27, a ser realizada no Egito. Não se trata de deslocar os negociadores ambientais, mas de somar esforços”.
“Falta uma nova narrativa que deixe claro que não somos os vilões do filme. Somos um setor estratégico que, por meio da mitigação e da adaptação, pode fazer uma contribuição fundamental aos desafios globais”, acrescentou Otero.
Frente ao atual cenário de crise alimentar global, o documento aprovado pelas delegações dos países das Américas destaca que a agricultura é parte da solução aos fatores causadores da crise climática, de modo que os modos de produção das Américas vêm fortalecendo sua sustentabilidade há anos, incorporando práticas e tecnologias que visam um aumento sustentável da produção de alimentos e uma redução de sua pegada ambiental.
Os ministros e secretários assumiram uma série de compromissos relevantes, vinculados ao aprofundamento de práticas orientadas para a conservação dos recursos naturais; o aumento da produtividade e da sustentabilidade, por meio dos avanços da ciência e da tecnologia; e o compromisso com os esforços que serão empenhados na COP 27, para continuar a construir uma agricultura mais resiliente e que contribua para a mitigação da mudança do clima.
Entre esses compromissos figuram:
— Fortalecer os esforços voltados ao desenvolvimento de práticas sustentáveis orientadas a melhorias na gestão da água e da saúde dos solos, a redução da perda e do desperdício de alimentos, o fomento da economia circular, o uso racional e preciso de fertilizantes e o fomento dos sistemas agrossilvopastoris.
— Tomar decisões baseadas na ciência que permitam aumentar a produtividade juntamente com a sustentabilidade da agricultura, reconhecendo a grande diversidade de sistemas produtivos existentes na região, devendo as soluções se adaptar às realidades locais, e que qualquer transição deve ser justa e sem deixar a ninguém para trás.
— Continuar a reconhecer que um dos maiores reservatórios de biodiversidade, recursos hídricos e florestas tropicais do mundo está nas Américas, ratificando o seu compromisso para acelerar a ação climática global.
— Expressar apoio e desejo de um resultado bem-sucedido na COP27, em termos de priorizar uma transição ambiciosa e justa para uma agricultura mais adaptada, resiliente ao clima e baixa em emissões e como um setor capaz de aumentar seu sequestro de carbono; facilitada por maiores investimentos climáticos, níveis efetivos de financiamento, comércio com regras baseadas em ciência, inovação colaborativa, desenvolvimento de capacidades; bem como reafirmando que não existem modelos únicos de produção.
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