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Conservas Laurelis: mulheres equatorianas mirando no mercado internacional

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Ellen Mortensen começou sua empresa agroalimentar há cinco anos e, depois da pandemia, espera exportar, para o que se prepara há quase um ano, com apoio do IICA.

Ellen Mortensen, dona da Conservas Laurelis, está à expectativa das novas diretrizes de biossegurança e de sanidade da União Europeia para cumprir sua meta de exportar seus produtos para o mercado alemão.

São José, 5 de junho de 2020 (IICA). A infância de Ellen Mortensen está marcada pelos aromas das conservas de vegetais e frutas condimentadas que eram preparadas em sua casa, em Quito, seguindo a tradição dinamarquesa de sua família paterna.

Em seu adolescência, gostava de prepará-las ela mesma, até que, em 2015, decidiu vendê-las no mercado local, depois de patentear sua marca, o tempero Laurel. Assim surgiu a Conservas Laurelis.

“A cadeia Supermaxi tinha uma abertura especial para produtos de empresas equatorianas e entregamos algumas amostras que foram aceitas. Depois dos trâmites iniciais, em 2016 conseguimos colocar nossos produtos de picles e beterrabas em conserva”, contou Mortensem.

Atualmente, tem até cinco funcionárias, duas delas fixas, e 20 produtos diferentes. A Conservas Laurelis dispõe de uma pequena fábrica em Quito, em um local próprio adequado para a fabricação de alimentos, com aço inoxidável e lavável e estritas normas de qualidade e inocuidade.

Esse crescimento tinha um norte: vender seus produtos em outros países.

“Sempre tivemos a ideia de exportar e, em junho de 2019, aceitamos um convite do IICA para nos preparar para vender na Alemanha, pelo Programa Exportador Global: Equador para o Mundo”, afirmou a empresária.

Essa experiência, impulsionada pela Representação do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) no Equador, foi fundamental para receber assessoria e treinamento e, assim, cumprir os requisitos do exigente mercado alemão.

“A ajuda do IICA foi fundamental”, explicou Mortensen. “Nos ofereceram sua experiência e facilitaram conexões, pois, como pessoa física e como pequena empresa, é difícil abrir caminho sozinho”, acrescentou.

“Esse tipo de iniciativas contribuem para a diversificação produtiva do país. Isso permitirá ter acesso a novos mercados e receitas de divisas, tão necessárias em razão da emergência sanitária provocada pela covid-19 no âmbito mundial”, comentou Diego Borja, Subsecretário de Agroindústrias e Processamento Aquícola do Ministério da Produção do Equador.

Nesse país, apenas cinco produtos primários — sem valor agregado — constituem 80% das exportações: banana, camarão, flores, cacau e pescados.

“A melhor opção para as exportações do Equador poderia ser buscar nichos como o de orgânicos ou o agroecológico, que não exigem grandes volumes, mas qualidade”, disse Margarita Baquero, Especialista em Agronegócios e Comércio do IICA no Equador.

“Existe a oportunidade de explorar esses tipos de mercados na União Europeia, especialmente na Espanha, e aproveitar as vantagens aduaneiras do acordo assinado entre o Equador e esse bloco de países”, afirmou.

Além de receber treinamento para exportar, com o patrocínio do IICA e a Associação Nacional de Fabricantes de Alimentos e Bebidas (ANFAB), a Conservas Laurelis participou de uma roda internacional de negócios com representantes da Ásia, da América do Sul, dos Estados Unidos, da Turquia e do Japão, entre outros lugares.

“Como se diz popularmente, eles nos colocaram lá, pois muitos de nossos produtos não estavam alinhados com o que esses clientes esperam. Isso nos obrigou a reorientar alguns, com foco aos mercados europeu e asiático”, comentou essa empreendedora.

Por exemplo, em vez de usar açúcar branco, a Conservas Laurelis começou a desenvolver conservas “sugar free” com frutas nativas do Equador, como o tomate-arbóreo, a pitaia e a Physalis peruviana, além de manga e abacaxi.

Também usaram vasilhames pequenos, deixaram de lado os corantes e conservantes e agregaram uma etiqueta moderna. Implementar as mudanças lhes tomou alguns meses, e alguns dos produtos foram apresentados aos compradores alemães no início de janeiro desse ano.

E o panorama mudou…

Mas, então, explodiu a pandemia de covid-19.

O processo de exportação da Conservas Laurelis para a Alemanha ficou paralisado, o que obrigou Ellen Mortensen e sua empresa a buscar alternativas no mercado nacional.

Ainda assim, não desistirá da meta de exportar e está à expectativa dos novos diretrizes de biossegurança e de sanidade da União Europeia.

“Agora buscaremos registros sanitários para os produtos que temos, para vendê-los no mercado local. Depois da pandemia, queremos exportar, para alcançar nosso objetivo de crescer, gerar empregos e nos desenvolver”, assegurou. 

Mais informação:
Gerência de Comunicação Institucional do IICA. 
comunicacion.institucional@iica.int

 

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