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Cooperação internacional: pedra angular para a recuperação do comércio no mundo

Tiempo de lectura: 3 mins.

Especialistas Anabel González e Cassio Luiselli analisaram este cenário em um webinário do IICA que abordou os efeitos pós-Covid-19 sobre o comércio internacional e as regulações sanitárias.

El webinar en el que participaron Anabel González (arriba, izq.) y Cassio Luiselli (arriba, der.), fue moderado por la Directora del medio digital CrHoy de Costa Rica, Silvia Ulloa.

San José, 22 de maio 2020 (IICA). A cooperação internacional e a integração regional serão vitais para manter as cadeias de valor fluindo, os canais de comércio abertos e impulsionar a recuperação comercial no mundo, depois dos impactos da pandemia de Covid-19.

A ex-ministra de Comércio Exterior da Costa Rica, Anabel González, e o ex-assessor do presidente do México em desenvolvimento agropecuário, Cassio Luiselli, deram ênfase a estas necessidades em um seminário web organizado pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), que tratou dos efeitos sobre o comércio internacional e nas regulações sanitárias pós-pandemia.

“A cooperação internacional e a integração regional serão necessárias para combater a onda de pandemia que estamos, mas, além disso, para recuperar-se da crise, manter as cadeias de abastecimento movendo-se e os canais de comércio abertos, garantir que o financiamento do comércio flua, e para facilitar a expansão dos grupos de investimento e a reconstrução do futuro”, afirmou González, que foi diretora Sênior da Prática Global sobre Comércio e Competitividade do Banco Mundial.

Os especialistas coincidiram que, para fomentar esta cooperação e integração, é crucial revitalizar a governança comercial, o papel de entidades como a Organização Mundial do Comércio (OMC) e promover o diálogo entre a institucionalidade existente e outros atores chave. Neste cenário, consideraram que o papel do IICA será fundamental.

“Uma tarefa fundamental para manter o comércio aberto é revitalizar nossas instituições, é necessário aumentar a cooperação e o diálogo, incluindo as empresas privadas. O IICA pode ser essencial, pois tem um papel estratégico e crucial conectando os pontos”, indicou Cassio Luiselli.

Anabel González acrescentou que as nações latino-americanas devem ter liderança nesta área, porque o comércio agropecuário é de suma importância para a região. “Aí, eu gostaria de ver o IICA apoiando os países para que tenhamos um entorno institucional sólido e que se favoreçam os fluxos de comércio”, avaliou.       

González e Luiselli comentaram que parte dos efeitos da Covid-19 para o comércio se traduz em barreiras não tarifárias e administrativas, restrições à exportação por fechamento de fronteiras e o aumento de requisitos sanitários mais restritivos.

Também explicaram que, apesar de haver países aplicando políticas de redução de tarifas e implementando canais verdes para facilitar a entrada de produtos agroalimentares, outros optaram pela restrição à exportação, um risco que poderia desencadear uma crise alimentar, somada às emergências sanitária e econômica.

“Para que o comércio possa contribuir com a segurança alimentar é necessário que esteja isento de obstáculos. As restrições desincentivam o investimento e a produção, tende-se a redundar em preços mais elevados e se estimula a que outros países façam represálias; embora, em um cenário de curto prazo, possa aparecer uma política acertada, mas no médio prazo ela é contraproducente”, afirmou González.

Sequelas no agro

Os especialistas destacaram que este setor tem sofrido disrupções no transporte, na logística, na disponibilidade de mão de obra para fazer a colheita e no acesso limitado a insumos e fertilizantes, devido às medidas de isolamento social.

Enfatizaram que para os países das Américas será importante ter uma diversificação em sua estrutura produtiva, assim como fazer frente aos desafios relacionados.

“A região tem desafios importantes, como a existência de um grupo grande de pequenos e médios produtores não incorporados plenamente no comércio, sem acesso à tecnologia e às melhores práticas. Eles devem se conectar com outros para se converterem em exportadores indiretos, temos de apoiá-los no uso de sementes certificadas, na associatividade, no conhecimento e no uso de plataformas de comércio digital”, apontou González.

Os panelistas indicaram que 20% das pessoas no mundo dependem do comércio internacional. Por isso, é necessário promovê-lo para evitar o panorama econômico cinza que se aproxima: um declínio da economia global em -3% em 2020, a queda do comércio entre 3% e 13%, a diminuição de entre 30% e 40% do investimento estrangeiro e cerca de 50 milhões de pessoas que poderiam cair para a pobreza extrema.

O próximo seminário deste ciclo organizado pelo IICA será terça, 26 de maio, às 4h p.m. (horário da Costa Rica, às 19h, no horário de Brasília), que tratará de abastecimento, agricultura familiar e circuitos curtos no pós-Covid-19.

Será transmitido da Sala Virtual de Videoconferências do Instituto e de suas contas oficiais no Facebook, YouTube e Instagram.

As exposições dos seminários já realizados estão disponíveis para comentários e discussões no blog do IICA “Semeando hoje a agricultura do futuro”: https://blog.iica.int/.

Próximos seminários:

Abastecimento, agricultura familiar e circuitos curtos no pós-Covid-19 | terça, 26 de maio

Expositores:

Graciela Fernández, Presidente das Cooperativas das Américas.

Álvaro Ramos, Ex-ministro da Agricultura e de Relações Exteriores do Uruguai.

Transmissão por FB Live, Youtube e pela sala virtual do IICA: 4h p. m. horário da Costa Rica (19h, horário de Brasília).

 

O pós-Covid-19 da perspectiva dos países do Caribe | quinta, 28 de maio

Expositores:

Chelston Brathwaite, Ex-Diretor Geral do IICA.

James Fletcher, Ex-ministro de Energia de Santa Lucía.

Transmissão pelo FB Live, Youtube e sala virtual do IICA: 4h p. m. horário da Costa Rica (19h, horário de Brasília).

Mais informação:

Federico Villarreal, Diretor de Cooperação Técnica do IICA.

federico.villarreal@iica.int

 

 

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