Representantes da Associação Argentina de Produtores em Semeadura Direta (AAPRESID); a empresa canadense Nutrien, uma das maiores produtoras de insumos agrícolas do mundo; e a International Emissions Trading Association (IETA, também do Canadá) participaram de um evento na Casa da Agricultura Sustentável das Américas (pavilhão do IICA na COP28), no qual ressaltaram a importância de avançar colaborativamente para emissões zero na cadeia de valor agroalimentar, de modo que ela se encaminhe para a sustentabilidade da produção e se promova a segurança alimentar.
Dubai, Emirados Árabes Unidos, 8 de dezembro de 2023 (IICA) — No pavilhão do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) na COP28, a maior cúpula mundial sobre mudança do clima, organizações de produtores agropecuários de países das Américas fizeram um apelo para que os indicadores de impacto ambiental aplicados à agricultura hemisférica tenham base científica e sejam consensuais e protocolizados, tendo os agricultores como parte dos processos de inovação para uma maior sustentabilidade do setor agrícola regional.
Representantes da Associação Argentina de Produtores em Semeadura Direta (AAPRESID); a empresa canadense Nutrien, uma das maiores produtoras de insumos agrícolas do mundo; e a International Emissions Trading Association (IETA, também do Canadá) participaram de um evento na Casa da Agricultura Sustentável das Américas (pavilhão do IICA na COP28), no qual ressaltaram a importância de avançar colaborativamente para emissões zero na cadeia de valor agroalimentar, de modo que ela se encaminhe para a sustentabilidade da produção e se promova a segurança alimentar.
A abertura do encontro foi realizada por Margaret Zeigler, Representante do IICA nos Estados Unidos, e a moderação correspondeu a Sophie Beecher, Diretora Geral de Desenvolvimento de Políticas Sustentáveis da Agri-Food Canada (o Ministério de Alimentação e Agricultura canadense).
“Consideramos que é fundamental que os produtores estejam envolvidos nessas conversas que estão relacionadas a um caminho para uma forma mais sustentável de produzir. Acreditamos que a condição mais importante para isso é que haja produtores envolvidos nos processos de inovação e que as discussões que ocorrem sejam baseadas na ciência e na tecnologia”, afirmou o Presidente da AAPRESID, Marcelo Torres.
No intercâmbio, Torres também expressou que buscam “construir um canal confiável do campo para o consumidor”, proporcionando maiores elementos de juízo para escolher com base em critérios ambientais.
“Para que, por meio de seus hábitos de consumo, possa ajudar a escalar esses modelos produtivos; e também para que o agricultor e o pecuarista tenham uma motivação adicional, porque podem alcançar outros mercados, porque aquilo que produzem tem outro valor, em função do seu rastro ambiental”, acrescentou.
Torres manifestou que nas COP (Conferências das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima) dos últimos anos é observada a presença cada vez maior de associações de produtores agropecuários, e que as discussões sobre agricultura nessas cúpulas mundiais “estão acontecendo um pouco mais com bases científicas”.
“Cada vez encontramos mais discussões das quais os agricultores fazem parte; lentamente vamos começando a discutir dados e processos, e não tanto ideias”, comentou o presidente de AAPRESID.
Sobre o assunto, o Diretor Geral do IICA, Manuel Otero, comentou: “A nossa posição é de que a ciência é a base de todas as decisões que devem ser tomadas sobre como a agricultura pode aumentar a sua contribuição para a mitigação e a adaptação, pois o setor é parte fundamental das soluções perante a mudança do clima. Os produtores e produtoras agropecuárias devem estar no centro de todas as políticas voltadas para esse objetivo, pois dão vida a sistemas agropecuários que não são malsucedidos, embora possam ser aperfeiçoados”.
O desafio de trabalhar em conjunto
Michelle Nutting, Diretora de Sustentabilidade Agropecuária e Ambiental da Nutrien, explicou que, na sua empresa, enfrentam o desafio de promover medições de carbono entre os diferentes atores de sua cadeia de produção, para o que tiveram que trabalhar de maneira colaborativa.
“Um dos primeiros desafios foi criar parcerias confiáveis para, juntos, avançar pelo caminho da medição e redução de emissões e, em seguida, contar com uma terceira organização que validasse as nossas ações para poder escalá-las. Isso também foi desafiador, pois não há muita experiência agropecuária dos organismos de validação e verificação existentes, sendo necessária educação nesse campo”, afirmou Nutting.
“(A medição de emissões) é uma decisão que acarreta riscos, pois não há um único caminho a seguir, é necessário o compromisso dos produtores, fornecedores etc. Além de muito esforço, aprendizado, recursos e tempo”, complementou Katie Sullivan, Diretora Gerente da IETA.
Marcelo Torres, da AAPRESID, destacou que o apelo que as organizações de produtores fazem para que os indicadores de emissões de carbono tenham base científica também apontam para um aumento de produtividade, sem o qual a segurança alimentar da população mundial será mais difícil.
“Esse rompimento do equilíbrio entre a oferta e a demanda depois da invasão da Rússia à Ucrânia nos fez ver que realmente o equilíbrio é muito apertado, que precisamos cuidar do planeta, mas ao mesmo tempo ter níveis de produtividade que permitam continuar sustentando essa demanda crescente”, disse.
De acordo com esse produtor argentino, é imprescindível que a agricultura posicione essa mensagem nas COP. “A cúpula é justamente o lugar mais indicado onde, de todas as partes do mundo, de todas as atividades humanas, discute-se sobre como podemos continuar sustentando uma demanda crescente, com menos impactos ao planeta”, explicou.
Mais informação:
Gerência de Comunicação Institucional do IICA.
comunicacion.institucional@iica.int