Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura

Sanidade agropecuária

Diretor Geral do IICA anuncia adesão à Declaração de Dublin sobre o papel da pecuária e destaca contribuições econômicas, sociais e nutricionais da atividade

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A Declaração de Dublin, já foi assinada por 1.100 cientistas do todo o mundo, em prol dos benefícios dos sistemas pecuários.

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São José, 28 de junho de 2023 (IICA) — Manuel Otero, Diretor Geral do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), anunciou a plena adesão do organismo hemisférico especializado em desenvolvimento agropecuário e rural à chamada Declaração de Dublin, redigida por cientistas sobre o papel da pecuária na sociedade e lembrou da função insubstituível da atividade em termos sociais, econômicos e nutricionais.

A Declaração tem como propósito gerar consciência sobre a grande importância dos sistemas pecuaristas para o mundo, advertindo que não podem ser “objeto de simplificação, reducionismo ou fanatismo”.

Outra contribuição relevante da Declaração é a da comunidade científica, que fornece provas confiáveis dos benefícios dos sistemas pecuaristas na nutrição e na saúde, bem como de sua sustentabilidade e de sua relevância sociocultural e econômica; oferecendo assim uma visão objetiva do futuro da pecuária.

Cerca de 1.100 cientistas de todo o mundo já assinaram a “Declaração de Dublin”, criada em 2022 por dois europeus da ciência — o belga Frédéric Leroy e o suíço Peer Ederer — para enfrentar os questionamentos que o setor pecuário enfrenta em uma escala global.

Ao assinar a Declaração, Manuel Otero lembrou que “na América Central, por exemplo, mais de 85% das explorações agropecuárias são de pequeno porte e, nelas, os animais são muito mais do que uma produção, mas constituem um fator de economia e até de garantia para pequenos créditos”.

Também indicou que “a pecuária nas Américas logrou importantes avanços para a transformação de sistemas pecuários sustentáveis, com estratégias para reduzir os impactos na água, no solo e em emissões, incluindo o desenvolvimento tecnológico e a adoção de boas práticas” e representa “a metade do PIB agrícola na América Latina e no Caribe, gerando divisas de mais de 23 bilhões de dólares com a carne bovina e perto de 3 bilhões com produtos lácteos. Devemos visibilizar esses aspectos perante os diferentes foros internacionais, e essa Declaração é uma grande contribuição para isso”.

Acrescentou que “o setor pecuário das Américas deve estar presente em todas as negociações ambientais internacionais para mostrar seus avanços alcançados em prol de uma maior sustentabilidade, que hoje o têm posicionado como parte da solução à crise climática”.

A Declaração reconhece os desafios sem precedentes dos atuais sistemas de produção alimentar, que devem por um lado aumentar a disponibilidade de alimentos derivados da produção animal (carne, lacticínios, ovos) para satisfazer os requisitos nutricionais enquanto, ao mesmo tempo, alguns métodos e a intensidade da produção animal apresentam desafios relacionados à biodiversidade, à mudança do clima e ao fluxo de nutrientes, bem como como para a saúde e o bem-estar animal.

Tudo isso torna mais urgente “encontrar soluções baseadas em evidências”, uma vez que os problemas de sustentabilidade e abastecimento crescem de forma exponencial.

No entanto, a Declaração recorda que “os alimentos derivados de animais para alimentação fornecem uma grande variedade de nutrientes essenciais, bem como de outros compostos benéficos para a saúde, que são escassos na maioria das dietas em todo o mundo, inclusive entre populações com um alto nível de receitas”.

Bem como que “os animais de granja e de pasto são insubstituíveis para manter um fluxo circular de materiais na agricultura, uma vez que são capazes de reciclar, de várias formas, a grande quantidade de biomassa não comestível gerada como um subproduto da produção de alimentos que o homem precisa em sua dieta. Os animais para alimentação estão em uma ótima situação para reincorporar esses materiais a seu ciclo natural, ao mesmo tempo em que produzem um alimento de alta qualidade”.

Além disso, ressalta que os ruminantes podem agregar valor a solos não adequados para a produção direta de alimentos e que, quando os sistemas pecuários são manejados seguindo os princípios agroecológicos, podem produzir muitos outros benefícios, inclusive a captura de carbono, uma melhoria na qualidade do solo e da biodiversidade, a proteção dos recursos hídricos e a prestação de relevantes serviços ecossistêmicos.

 

Mais informação:
Gerência de Comunicação Institucional do IICA.
comunicacion.institucional@iica.int

 

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