A primeira Cúpula da África e das Américas sobre Sistemas Agroalimentares buscará reforçar a cooperação birregional perante as ameaças globais à segurança alimentar. O foro é organizado pelo IICA, a Agência de Desenvolvimento da União Africana-Nova Aliança para o Desenvolvimento da África (AUDA-NEPAD) e a Aliança para uma Revolução Verde na África (AGRA).
São José, 26 de julho de 2022 (IICA) — O Diretor Geral do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Manuel Otero, enfatizou a responsabilidade conjunta da África e das Américas perante os desafios à segurança alimentar global e destacou as oportunidades de colaboração recíproca, antes da primeira Cúpula sobre Sistemas Agroalimentares que ministros dos dois continentes realizarão na próxima semana na Costa Rica.
A primeira Cúpula da África e das Américas sobre Sistemas Agroalimentares buscará reforçar a cooperação birregional perante as ameaças globais à segurança alimentar. O foro é organizado pelo IICA, a Agência de Desenvolvimento da União Africana-Nova Aliança para o Desenvolvimento da África (AUDA-NEPAD) e a Aliança para uma Revolução Verde na África (AGRA).
As três organizações concordam que ambos os continentes enfrentam desafios comuns para avançar na transformação de seus sistemas agroalimentares e que serão beneficiados pelo aprofundamento de um processo de debates e troca de experiências para promover a colaboração mútua no âmbito da Cooperação Sul-Sul.
“Ambos os continentes têm em comum o fato de compartilhar uma agricultura tropical, uma imensa dotação de recursos biológicos, boas práticas para compartilhar e, sobretudo, enormes responsabilidades para enfrentar os desafios da insegurança alimentar no mundo”, disse Otero em uma mensagem de boas-vindas às delegações que começarão a chegar a São José, Costa Rica, para participar da Cúpula.
“Nesse contexto desafiador, a América e a África são os dois continentes fundamentais para garantir a segurança alimentar e a sustentabilidade ambiental no âmbito global, graças a seus abundantes recursos naturais, biodiversidade e oportunidades baseadas na agricultura tropical.
Responder devidamente a esse desafio requer um trabalho de aproximação, de diálogo, que deve incluir os governos”, acrescentou Otero, que também ressaltou que “a reunião de ministros expressa a convicção do IICA de ser uma instituição construtora de pontes que olha para o mundo a partir das Américas”.
A reunião ministerial será inaugurada em 27 de julho por Agnes Kalibata, Presidente da AGRA; Manuel Otero, Diretor Geral do IICA; e Nardos Bekele-Thomas, Diretora Executiva da AUDA-NEPAD.
A Cúpula África-América acontecerá em tempos em que o conflito bélico no Leste Europeu tem desequilibrado os mercados mundiais de produtos básicos e os fluxos comerciais globalmente, o que levou a um aumento nos preços dos alimentos e dos insumos no âmbito global.
Além disso, a situação no Leste Europeu afeta negativamente o processo de recuperação do impacto da pandemia de Covid-19 na África e na América, criando uma situação em que a segurança alimentar piora em muitos países, com uma perspectiva de deterioração contínua.
A reunião presencial, que também terá intervenções virtuais, será o acontecimento de maior importância no âmbito dos esforços conjuntos que líderes da África e das Américas vêm realizando para alinhar suas prioridades de acordo com as semelhanças produtivas, ambientais, culturais e históricas e com os desafios comuns relacionados aos sistemas agroalimentares.
Espera-se que a Cúpula resulte em uma compreensão clara do papel que a África e as Américas podem desempenhar na configuração da segurança alimentar e ambiental mundial no futuro e também que abra oportunidades de cooperação nas áreas de ciência, tecnologia e inovação, visando construir sistemas agrícolas resilientes e sustentáveis.
Os ministros e funcionários que participarão na Cúpula — na qual identificarão áreas para o trabalho conjunto das duas regiões e temas específicos de cooperação, além dos mecanismos operacionais e financeiros necessários para mobilizar os recursos demandados — focarão em cinco eixos considerados indispensáveis para aumentar a produtividade, a inclusão e a sustentabilidade dos sistemas agroalimentares:
- Ciência, tecnologia e inovação, inclusive a biotecnologia
- Mudança do clima e resiliência
- Agricultura digital
- Inovações institucionais e políticas para a inclusão social, redes de segurança, saúde e nutrição e para a recuperação de recursos naturais degradados
- Promoção de um sistema de comércio internacional de alimentos mais justo e transparente
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