Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura

Tecnologias de informação e comunicação

Diretor-Geral do IICA participa do lançamento de programa de assistência técnica digital do Ministério da Agricultura

Tiempo de lectura: 3 mins.

Com o programa Ater Digital, governo brasileiro quer alcançar 50% dos agricultores até 2030. MAPA tem parceria com o IICA para começar extensão rural digital no Nordeste.

Alter Digital do governo federal

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) lançou nesta quinta-feira (8), o Programa Ater Digital, cujo objetivo é levar serviços de assistência técnica remota por meios digitais produtores rurais em todo o país. De acordo com o MAPA, inicialmente serão destinados R$ 40 milhões para o programa. A meta do governo brasileiro é elevar de 18,2% para 50%, até 2030, o percentual de agricultores atendidos por algum tipo de assistência técnica rural no Brasil.

O diretor-geral do IICA, Manoel Otero, participou da solenidade virtual de lançamento do programa. O secretário de Agricultura Familiar, Fernando Schwanke, lembrou que o MAPA tem uma parceria com o IICA para começar a levar serviços de assistência técnica para o Nordeste, onde apenas 7% dos produtores têm acesso a serviços de extensão rural.

O objetivo da parceria é aplicar no Brasil, inicialmente no Nordeste,  a metodologia desenvolvido pela ONG PAD – Agricultura de Precisão para o Desenvolvimento -, que tem como um dos fundadores Michael Kremer, prêmio Nobel de Economia 2019.

“Nosso objetivo é atingir 100 mil produtores rurais na primeira fase. Vamos colocar a equipe deste programa dentro da Embrapa Caprinos e Ovinos em Sobral, no Ceará. Serão trabalhados também milho e feijão”, disse o secretário de Agricultura Familiar, Fernando Schwanke.

 “Nos sentimos honrados de ser parceiros do Mapa e vamos trabalhar muito para melhorar as condições de vida desses agricultores familiares, principalmente no Nordeste”, ressaltou o diretor-geral do IICA, Manuel Otero, que parabenizou a ministra Tereza Cristina por sua liderança para garantir a segurança alimentar de mais de 210 milhões de brasileiros e por ratificar o título do Brasil como grande potência exportadora.

“Neste momento de pandemia são reforçados o papel do agronegócio e da agricultura familiar como eixos da retomada econômica pós Covid-19. Nesse momento tão difícil o MAPA trabalhou na manutenção dos sistemas produtivos de transformação, de armazenamento, de abastecimento e comercialização, que tornaram possível o milagre e levar alimentos à mesa de todos os brasileiros e brasileiras, disse.

Para ele, o Ater Digital é mais um grande desafio do governo brasileiro e vai fortalecer os serviços de assistência técnica e extensão rural com tecnologia de comunicação, de informação e de gestão de conhecimentos, facilitando acesso a serviços digitais modernos, ágeis e eficientes. “Cada vez se destaca mais a convergência de agendas entre o MAPA e o IICA e o apoio de seus 34 países membros na busca de soluções inovadoras e adaptáveis à realidade dos países. Nos sentimos honrados com a oportunidade de aplicar essa parceria no território brasileiro especialmente no Nordeste”, disse, ao informar que programas do IICA para a digitalização do agro chegam a R$ 5 milhões.

Eixos do Ater Digital

O Ater Digital atuará na capacitação dos extensionistas das Entidades de Ater Públicas para utilização dos recursos móveis de TI e também na implementação de pilotos de Informação e Gestão Tecnológica para Agricultura Familiar com o propósito de melhorar a interação entre pesquisa e extensão rural/assistência técnica. 

A ministra Tereza Cristina disse que o programa vai ajudar a diminuir as desigualdades na agricultura brasileira. “Para mim, será uma honra e um prazer ter a alegria de ver esse projeto funcionando”, afirmou. “Vamos deixar essa semente plantada e vamos regar e colocar bastante adubo para que ela possa florescer o mais rápido possível e melhorar a vida daqueles que precisam muito”, ressaltou. 

Na primeira fase do programa, que ocorrerá nos anos 2020 e 2022, serão desenvolvidos cinco projetos específicos, entre os quais está a elaboração de um portal para possibilitar o compartilhamento de informações e conhecimentos sobre pesquisa e extensão nas áreas agrícolas demandadas pelos produtores rurais. 

Outros dois projetos terão foco na modernização da infraestrutura de Tecnologia de Informação (TI) das instituições públicas estaduais de Ater e no desenvolvimento de sistemas/aplicativos que promovam a melhoria da produtividade, da qualidade dos produtos agrícolas e a otimização de recursos. 

Modernização

Para Schwanke, a realização do atendimento nos moldes tradicionais enfrenta grandes desafios devido à distribuição geográfica das propriedades rurais e ao número de extensionistas para atende, além dos desafios impostos pela pandemia. “O atendimento presencial não consegue abranger todo o quantitativo de estabelecimentos. Ao utilizar a tecnologia, com o emprego de aplicativos para celular, por exemplo, as empresas de Ater podem ampliar o seu alcance, perpassando as barreiras geográficas, conseguindo chegar na ponta, no pequeno agricultor”, afirmou. A ministra Tereza Cristina destacou que a oferta da assistência técnica presencial vai permanecer. “Nunca o presencial vai desaparecer. Na verdade, vamos estar mais perto desse agricultor, que tem muitas dúvidas. E às vezes, aguarda 30 dias pelo retorno do técnico”. 

Estudo feito pela Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural (Asbraer), em 2017, apontava que os serviços oficiais de extensão rural contavam com 12.766 extensionistas, enquanto o número de estabelecimentos agrícolas ultrapassava 5 milhões, de acordo com Censo Agropecuário IBGE 2017. Desses, 3,9 milhões foram classificados como da agricultura familiar. 

Segundo o IBGE, somente 18,2% dos agricultores familiares brasileiros têm acesso aos serviços de Ater. Essa porcentagem varia consideravelmente conforme a região: 48,9% no Sul, 24,5% no Sudeste, 16,4% no Centro-Oeste, 8,8% no Norte e 7,3% no Nordeste

Também participaram do lançamento o diretor de Desenvolvimento Comunitário do Mapa, Pedro Arraes, o presidente da Anater, Ademar Silva Jr; o representante no Brasil da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), Rafael Zavala; a vice-presidente da região Sul da (Asbraer), Edilene Steinwandter; o diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Daniel Carrara; o vice-presidente de Operações para a América Latina da Corteva, Carlos Hentschke; o presidente da John Deere no Brasil, Paulo Hermann; e a presidente da Divisão de Crop Science da Bayer, Malu Nachreiner.

Com assessoria de Comunicação do MAPA

 

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