Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura

Agricultura

El Salvador busca recuperar o esplendor de sua agricultura para entrar no caminho do desenvolvimento econômico e dar oportunidades à sua população

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O Ministro da Agricultura e Pecuária do país centro-americano, David Martínez, explicou em uma entrevista para o programa de TV AgroAmérica, transmitido pelo canal brasileiro AgroMais, que pretende fazer isso com o Plano Mestre de Resgate Agropecuário que criaram e que classificou como “uma bússola para visualizar para onde queremos levar a agricultura nos próximos dez anos”.

El ministro destacó el rol del Instituto Interamericano de Cooperación para la Agricultura (IICA), en los planes de desarrollo agrícola de El Salvador:

Brasília, 6 de agosto de 2021 (IICA) — El Salvador busca recuperar sua agricultura e voltar a ser uma referência regional na produção de alimentos, como era na década de 1970, para sustentar, sobre essa base, o desenvolvimento de sua economia, explicou o Ministro de Agricultura e Pecuária de El Salvador, David Martínez, em uma entrevista para o programa de TV AgroAmérica, transmitido pelo canal brasileiro AgroMais.
 
“Somos um país pequeno, de aproximadamente 20.000 quilômetros quadrados, mas estamos em uma posição geográfica privilegiada e temos microclimas que nos ajudam a ter diferentes cultivos. Nos anos 1970, éramos os maiores produtores de café e tínhamos a maior colheita de grãos básicos da região; também cultivávamos frutas e éramos o maior exportador regional de melão. Mas tudo isso se desgastou até chegar a uma produção agrícola muito menor”, explicou Martínez.
 
A decadência da agricultura teve drásticas consequências econômicas, sociais e ambientais para o país centro-americano. “Temos quase três milhões de salvadorenhos — disse o ministro — vivendo nos Estados Unidos por falta de condições adequadas no setor rural. Por isso críamos um Plano Mestre de Resgate Agropecuário. Com a agricultura, vamos resgatar economicamente o nosso país”.
 
O Plano foi definido por Martínez como “uma bússola para visualizar para onde queremos levar a agricultura nos próximos dez anos”. Esclareceu, nesse sentido, que El Salvador não buscará gerar novas tecnologias, mas “socializar a tecnologia de outros países que já passaram pelo caminho pelo qual queremos seguir”.
 
Martínez visitou recentemente a Espanha e citou o exemplo de Almería: “Era uma província extremamente pobre há 40 anos e, hoje, tem uma economia pujante graças às mudanças realizadas com base na tecnologia, em pesquisas, em parcerias estratégicas e no fortalecimento do cooperativismo do setor agropecuário”.
 
O ministro disse que, desde o começo da pandemia, o governo de El Salvador se concentrou em garantir a segurança alimentar, mas esclareceu que o país já enfrentava uma situação de extrema vulnerabilidade desde antes da irrupção de Covid-19: “Já importávamos 80% dos alimentos que consumíamos, e isso é trágico. Precisamos nos transformar em uma sociedade produtiva pelo setor agropecuário, gerando as condições adequadas de crédito, assistência técnica, uso tecnológico e fortalecimento das instituições para os agricultores. Estamos aprendendo com países amigos, como a Espanha, a Holanda, o Brasil, a Costa Rica ou a Guatemala. Com essas parcerias estratégicas, daremos passos gigantes. Não demorará anos para mudar a realidade da agricultura salvadorenha”.
 
O primeiro eixo do Plano Mestre é a criação de um fideicomisso de 650 milhões de dólares para créditos brandos a produtores de grãos básicos, hortaliças, frutas, pescados e carnes. “Os bancos atuais não podem atendê-los e eles acabam recorrendo a usurários que cobram juros extremamente altos e fazem com que a produção agrícola não seja rentável”, explicou Martínez.
Em seguida se prevê a criação de um segundo fideicomisso de 640 milhões de dólares para o resgate do setor cafeeiro. “O sabor e as variedades do café salvadorenho — disse — são fabulosos. Queremos relançar a agricultura cafeeira. Não voltaremos a ser os maiores produtores de café da região, mas queremos chegar a uma produção de dois milhões de quintais anuais. Assim, haverá um investimento total de 1,29 bilhão de dólares em quatro anos para reativar o setor agropecuário e gerar dois milhões de empregos que atraiam as novas gerações e incluam as mulheres”.
 
O terceiro eixo, segundo explicou Martínez, será levar infraestrutura às zonas rurais por projetos produtivos, com escolas, ruas, iluminação pública, polícia rural, bibliotecas, arte, educação e Internet para as comunidades: “Com a infraestrutura, procuramos fazer com que os moradores rurais deixem de emigrar para as cidades e para os Estados Unidos. Criando um lugar digno para se viver, mudaremos a realidade do país pelo setor agropecuário”.
 
O ministro também falou da necessidade de fortalecer a polícia rural. “El Salvador — afirmou — era um dos países mais violentos da América Latina e do mundo. Parte do plano implica investir 120 milhões de dólares na polícia rural, para garantir a segurança, frear a receita de contrabandos e criar uma concorrência justa”.
 
Além disso, Martínez contou que está trabalhando no fortalecimento do Ministério de Agricultura e Pecuária: “Faremos mudanças radicais para focar os serviços nos objetivos do Plano Mestre. Temos quatro instituições independentes que modernizaremos: a Escola Nacional Agropecuária (ENA); o Centro Nacional de Tecnologia Agropecuária (CENTA); o Instituto Salvadorenho de Transformação Agrária (ISTA); focado no cooperativismo; e o Conselho Salvadorenho do Café”.
 
O ministro revelou que será criado um novo centro de pesquisa, pela fusão da ENA e do CENTA, com a missão de formar técnicos e docentes, bem como de capacitar os agricultores, a quem serão entregues kits tecnológicos para “mudar a agricultura de forma paulatina e ordenada”.
 
Também anunciou que será realizada uma reengenharia dos bancos estatais: “vamos transformar o Banco de Fomento Agropecuário em um banco de desenvolvimento agropecuário, para a concessão de crédito ao setor”.
 
O ministro destacou o papel do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) nos planos de desenvolvimento agrícola de El Salvador: “O IICA é o nosso braço técnico. Sua experiência e know-how são essenciais, especialmente na pecuária e no setor cafeeiro”.
 
O funcionário também anunciou que se planeja criar o primeiro instituto de pesquisa cafeeiro em El Salvador: “Firmamos um empréstimo com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) de 45 milhões de dólares, dos quais 10 serão para pesquisa”.
 
Martínez expressou sua confiança de que o Plano Mestre “criará oportunidades e será um promotor do crescimento econômico. Ninguém quer deixar a sua casa. As pessoas migram quando não contam com as condições adequadas em seu país. O salvadorenho prospera onde quer que vá. Os três milhões de salvadorenhos que vivem nos Estados Unidos nos mandam entre 5 e 6 bilhões de dólares anuais em remessas. O 1,29 bilhão de dólares que investiremos para a população rural ajudará a parar a migração excessiva. Temos um desafio enorme pela frente”.
 
Agro América é um programa do canal brasileiro de TV Agro Mais, do Grupo Bandeirantes de Comunicação, e fruto de uma parceria com o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA). A transmissão apresenta a atualidade do setor agropecuário e da ruralidade nos países membros do IICA, com o objetivo de promover o intercâmbio de experiências e uma discussão sobre os desafios e as oportunidades da América Latina e do Caribe na área de desenvolvimento agropecuário e rural.

 

Mais informação:
Gerência de Comunicação Institucional do IICA.
comunicacion.institucional@iica.int

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