O titular do FIDA, instituição com 45 anos de trajetória com um mandato focado em eliminar a pobreza rural, assegurar a rentabilidade e a segurança alimentar rural mediante a mobilização de fundos, explicou que foram propiciados quase 200 projetos em 28 países, com um enfoque particular nas mulheres, jovens e povos indígenas, investindo mais de 24 bilhões de dólares em associação com governos e com o envolvimento do setor privado.
São José, 24 de abril de 2024 (IICA). Garantir o acesso a recursos, tecnologia, informações e financiamento é fundamental para que as comunidades rurais da América Latina e do Caribe (ALC) possam enfrentar os desafios atuais com sucesso e continuem fortalecendo suas contribuições para a segurança alimentar, a conservação do ambiente, a redução da pobreza e a geração de emprego no campo.
Isso foi enfatizado pelo Presidente do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), Álvaro Lario, no âmbito do Primeiro Encontro de Líderes Rurais das Américas organizado pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), no qual trocou critérios com mais de 40 líderes de 21 países de todas as regiões do continente sobre os desafios que enfrentam para potencializar o desenvolvimento rural.
“Nós nos centramos exclusivamente em investir em agricultura, em sistemas alimentares, para que as comunidades rurais de todo o mundo possam ter acesso a serviços financeiros, insumos, informações, tecnologia, infraestrutura e mercados; e poder desenvolver, por fim, a resiliência e fortalecer seu próprio desenvolvimento no campo”, comentou Lario.
O titular do FIDA, instituição com 45 anos de trajetória com um mandato focado em eliminar a pobreza rural, assegurar a rentabilidade e a segurança alimentar rural mediante a mobilização de fundos, explicou que foram propiciados quase 200 projetos em 28 países, com um enfoque particular nas mulheres, jovens e povos indígenas, investindo mais de 24 bilhões de dólares em associação com governos e com o envolvimento do setor privado.
“Investimos nessa população rural para os capacitar e poder aumentar a sua segurança alimentar, melhorar a nutrição de suas famílias e aumentar suas receitas, pois afinal queremos que as pessoas vivam nas zonas rurais e que tenham vidas dignas, precisamos que gerem rendas. As mulheres, os jovens e os povos indígenas desempenham um papel muito importante no contexto da identidade, da preservação dos conhecimentos tradicionais, dos direitos à terra, território, recursos, proteção e sistemas alimentares tradicionais”, disse.
“Isso é o que lhes permite liderar o seu próprio desenvolvimento com a implementação de projetos que apoiem os esforços de pequenos agricultores, de pequenas empresas rurais que geram emprego e melhoram a produção, a produtividade e a alimentação de suas famílias, além de vender os excedentes nos mercados, sendo que muitas vezes o acesso a esses mercados é um dos problemas”, observou Lario.
No encontro organizado pelo IICA, o Presidente do FIDA analisou ações da instituição em diversos países da América Latina, como o Brasil, Bolívia, Colômbia, Honduras e México, e assegurou que “com o IICA, queremos ter uma relação na qual possamos também apoiar muitos deles desde o assessoramento de governos e da assistência técnica. Atualmente o nosso portfólio tem impacto em mais de meio milhão de lares rurais, o que se transforma em milhões de pessoas. Esse ano basicamente vamos aprovar projetos no valor de 900 milhões de dólares”.
Lario ressaltou que focam as ações em temas como a adaptação ao clima e à água, essenciais para o desenvolvimento dos territórios rurais e para evitar migrações forçadas que desencadeiam outra série de desafios sociais.
“O que queremos é construir comunidades rurais prósperas, que por fim criem bons empregos, alimentos nutritivos, e esse diálogo do IICA com os Líderes da Ruralidade das Américas é um passo para ouvir, trocar ideias, aprender uns com os outros, ver quais são as lições que podemos aprender e construir redes ao final”, concluiu o titular do FIDA.
No encontro com os Líderes da Ruralidade, Lario apresentou três exemplos de projetos realizados: um na Bolívia, sobre a resiliência climática na criação tradicional de lhamas e alpacas; outro no sul do estado de Oaxaca, no México, sobre a capacitação de jovens produtores indígenas na criação de abelhas e a promoção do turismo; e na Colômbia, onde se trabalha com 2000 jovens em 70 municípios e para uma política nacional sobre a juventude rural.
Além disso, alguns Líderes apoiados pelo FIDA contaram parte de sua experiência e como esse apoio financeiro ajudou a catapultar seus projetos e os permitiu apoiar o desenvolvimento rural em suas comunidades rurais.
“Fomos um projeto apoiado inicialmente pelo FIDA, quando ninguém o conhecia, e isso nos catapultou. Ele nos doou uma instalação de embalagem de abacaxi que nos ajudou a levar o nosso produto até os Emirados Árabes Unidos”, contou Joelin Santos, Presidente da Associação de Produtores de Abacaxi de Monte Plata, República Dominicana, que hoje tem mais de 400 produtores.
“Quando concebemos o projeto, não pensávamos que precisaríamos dela para poder vender o abacaxi, o FIDA, que foi o nosso patrocinador na época, fez isso, e isso fez com que todo mundo, governo e outras autoridades, olhassem para nós”, acrescentou.
Por sua vez, Francisca Neri, que atua como Secretária de Agricultura Familiar do município de Betânia, do estado de Piauí, no nordeste do Brasil, e que integra o conselho de administração da cooperativa local, COOVITA, descreveu o que vivenciou com o Viva o Semiárido, um projeto do governo estadual implementado pelo IICA com recursos do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agropecuário (FIDA) e do Governo de Piauí.
“Renasci com o projeto, uma menina de 17 anos que não tinha luz, que não sabia o que ia fazer com a sua vida, uniu-se a uma associação de criadores de ovelhas e cabras graças a um projeto do FIDA implementado na região semiárida e que foi um grande êxito em meu estado, que mudou a vida de muitas mulheres e jovens. Ali, 450 famílias foram beneficiadas positivamente”, mencionou Nery.
“Pudemos transformar as nossas vidas, criar o nosso rebanho com dignidade, dar dignidade a nossas associações. Pudemos produzir mais, com qualidade, e comercializar. Tudo isso graças aos projetos do FIDA que chegaram ao interior do Brasil, onde muitas pessoas acreditam que não é fértil, mas é uma das terras mais férteis que conheço do mundo”, afirmou.
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