Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura

Agronegócios

Especialistas afirmam que existem condições para que a América Latina e o Caribe aumentem o investimento em ciência, tecnologia e inovação para o setor agropecuário

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Las formas de financiamiento que deben explorar los países del continente para cimentar una agricultura intensiva en conocimientos fueron un eje central del Diálogo regional sobre ciencia, tecnología e innovación en los sistemas agroalimentarios de América Latina y el Caribe.

 

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SÃO JOSÉ, 6 de maio de 2023 (IICA) — Especialistas internacionais asseguraram que existem condições para que a América Latina e o Caribe aumentem o seu investimento em pesquisa orientada à transformação dos sistemas agroalimentares.

Trata-se de um caminho que é imprescindível percorrer, disseram, em direção a uma agricultura mais sustentável, que reforce o papel da região como avalista da segurança alimentar e ambiental do planeta.

As formas de financiamento que os países do continente devem explorar para fundamentar uma agricultura intensiva em conhecimentos foram um dos eixos centrais do Diálogo regional sobre ciência, tecnologia e inovação dos sistemas agroalimentares da América Latina e do Caribe.

Os especialistas Rubén Echeverría, Assessor Sênior de Desenvolvimento Agrícola da Fundação Bill & Melinda Gates; Eugenio Díaz Bonilla, economista e pesquisador com mais de 40 anos experiência internacional em temas de desenvolvimento agropecuário e rural; e Martín Piñeiro, Diretor Geral Emérito do IICA e Diretor de Agricultura do Conselho Argentino para as Relações Internacionais (CARI) foram os oradores nas palestras magnas sobre o financiamento e as oportunidades apresentadas para os sistemas de ciência e tecnologia.

Entre os que assistiram e enriqueceram os debates posteriores às apresentações estiveram autoridades da Fundação Gates, do Centro Francês de Pesquisa Agrícola para o Desenvolvimento Internacional (CIRAD), da FAO, do CGIAR (uma parceria global de pesquisa para um futuro com segurança alimentar, que busca transformar os sistemas alimentares, terrestres e hídricos perante a crise climática), o Banco Mundial e o IICA.

Também participaram membros da comunidade científica, secretários executivos de mecanismos americanos de cooperação para a ciência, tecnologia e inovação dos sistemas agroalimentares e autoridades dos institutos nacionais de pesquisa e tecnologia agropecuária dos países das Américas e de organizações de agricultores, que cumprem um papel ativo nos sistemas de inovação.

“Sempre nos queixamos porque os orçamentos dos que fazem pesquisas não são financiados. O investimento não cresceu nos últimos anos, mas a necessidade da sociedade aumentou. Mas sempre fui otimista, e acredito que existem todos os elementos para que tenhamos algo muito interessante na região nesse momento”, disse Echeverría.

Segunda

O especialista uruguaio e de vasta experiência em organismos internacionais, destacou que a agenda dos sistemas de pesquisa, suas prioridades e fontes de financiamento têm mudado.

“Hoje há novas demandas de investimento público, vinculadas a temas como a mudança do clima, a conservação da biodiversidade e a restauração de ambientes degradados e menos fontes de financiamento.  Estamos vendo que o investimento privado supera o público”, destacou.

Echeverría destacou que o Brasil, na América Latina e no Caribe, é o país que apresenta os maiores índices de investimentos em pesquisa.

“Em geral, a região investe pouco em pesquisa agrícola, em relação à contribuição da agricultura para o PIB, o emprego e para a importância das exportações de alimentos dos países. Dado o valor econômico e social do setor, não há nenhuma razão para que os orçamentos de pesquisa pública continuem a diminuir”, afirmou.

.Echeverría ressaltou o ponto forte do sistema de institutos públicos de pesquisa, universidades e entidades privadas dedicadas à ciência e destacou: “Não há mudança tecnológica, mas há uma mudança institucional por trás”.

 

Como alinhar as necessidades

Díaz Bonilla disse que o investimento médio na América Latina em ciência, tecnologia e inovação em agricultura localiza-se em torno de 1,4% das receitas geradas pela produção de alimentos, quando nos países desenvolvidos, esse índice é de aproximadamente de 3 ou 4%.

O pesquisador falou sobre como alinhar os projetos com fundos internacionais de desenvolvimento, bancos multilaterais de crédito e doadores filantrópicos.

“Devemos trabalhar — considerou — para reorientar os fundos em função de nossos objetivos.  Devemos pensar como financiamos projetos, mas também ver outras possibilidades, como a geração de bônus verdes ou mesmo outros tipos de bônus, em função de metas”.

Díaz Bonilla também mencionou os orçamentos públicos e opinou que deve ser visto que tipo de fundos são voltados a cada capacidade.

Tercera

“Devemos trabalhar para convencer os ministros de economia de, quando forem a organismos de crédito multilaterais, coloquem os fundos para a ciência em questões agrícolas entre as prioridades. O gasto público deve ser revisto e reorientado na direção correta”, afirmou.

Por sua vez, Martín Piñeiro destacou que o setor público continua a ter um papel central para ele, para definir o âmbito das políticas públicas para ciência e tecnologia.

“A nossa percepção — ressaltou — é que o investimento público tem enfraquecido na América Latina, pois o orçamento dos institutos de pesquisa hoje beira 1% do PIB agropecuário”, afirmou.

Piñeiro disse que, hoje, “não podemos mais pensar em termos de agricultura, mas de sistemas agroalimentares. Isso introduz dimensões adicionais à questão da produção e da produtividade, como a sustentabilidade ambiental e a qualidade nutricional dos alimentos”.

Há desafios enormes, mas também temos uma enorme oportunidade para repensar o sistema de ciência e tecnologia dos sistemas agroalimentares em nossa região, de forma a adequá-lo ao novo cenário e alcançar um grande desenvolvimento”, concluiu.

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