(IICA) Brasília, 20 de março, 2018 – Com o objetivo de apresentar boas práticas e ações inovadoras para melhorar a gestão e conservação da água em áreas rurais do continente americano, o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) promoveu, hoje (20), a sessão “Água para segurança alimentar e desenvolvimento rural nas Américas, questões atuais e oportunidades”. A sessão integra as atividades do Processo Regional do 8º Forum Mundial da Água, do qual o IICA também é colaborador.
(IICA) Brasília, 20 de março, 2018 – Com o objetivo de apresentar boas práticas e ações inovadoras para melhorar a gestão e conservação da água em áreas rurais do continente americano, o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) promoveu, hoje (20), a sessão “Água para segurança alimentar e desenvolvimento rural nas Américas, questões atuais e oportunidades”. A sessão integra as atividades do Processo Regional do 8º Forum Mundial da Água, do qual o IICA também é colaborador.
“Em um cenário de incertezas e escassez hídrica, o IICA avança na busca de soluções em projetos de cooperação internacional, com várias parcerias. No Interáguas, por exemplo, desenvolvemos estudos para assegurar a segurança de barragens, o controle de perdas de água e energia, a garantia de eficiência energética e o réuso de água para a agricultura. Há ainda projetos de dessalinização de água nas regiões semiáridas”, citou Gertjan Beeckman, coordenador da área de Recursos Naturais, Gestão Ambiental e Adaptação às Mudanças Climáticas do IICA Brasil. Beeckman coordenou a sessão, ressaltando a importância dos setores envolvidos se articularem institucionalmente e em redes, para que o trabalho seja bem sucedido.
A sessão do IICA no Fórum contou com dos estudos de caso e cinco painéis, que discutiram o impacto social do uso de unidades de dessalinização em pequenas comunidades rurais; investimentos em serviços de ecossistemas; projetos de irrigação; reúso de águas residuais na agricultura; e metodologias colaborativas para conservação de água.
No primeiro estudo de caso, Diana Rojas apresentou o Programa Global de Água da SDC-Swiss Cooperation, que envolve três países, Colômbia Peru e Chile, e se prepara para atuar no Brasil e no México. O foco da iniciativa é como envolver e engajar o setor privado na gestão da água para reduzir riscos e impactos negativos.
O Programa Semear Internacional, fruto de parceria entre o IICA e o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), foi o segundo estudo de caso debatido. A coordenadora do Programa, Fabiana Viterbo, abordou a importância da gestão do conhecimento voltada para a sustentabilidade da água em áreas rurais. Fabiana apresentou a publicação “Semeando Saberes”, publicada com apoio do IICA, que apresenta 19 boas práticas e inovações que podem ser replicadas na agricultura familiar, especificamente no semiárido. Destas, sete experiências são voltadas ao uso racional da água.
Já na apresentação dos painéis, o público conheceu projetos que buscam ampliar a disponibilidade de água para regiões das Américas. Três iniciativas que têm participação do IICA foram apresentadas, a exemplo do Programa Água Doce (PAD), desenvolvido pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) brasileiro. Renato Saraiva, coordenador do PAD, destacou que 200 mil pessoas já foram atendidas pelo projeto, que instala unidades de dessalinização em comunidades rurais remotas. “O semiárido nordestino é uma das zonas mais sensíveis no Brasil. Com a gestão compartilhada entre governo federal, estados e municípios, e a participação ativa das comunidades, já foram instalados mais de 500 sistemas”, aponta Saraiva, explicando que as unidades funcionam pelo sistema de osmose inversa, tecnologia que está cada vez mais avançada. O Programa Agua Doce prevê o acesso mínimo de 10 litros de água potável por pessoa/dia nas localidades atendidas.
Erin Raser, especialista em Segurança Alimentar do IICA Sede, falou sobre as dificuldades e ameaças à agricultura na América Central e Caribe, enfatizando a necessidade do compartilhamento de boas práticas de manejo de água para que a produção agrícola seja mais resiliente às mudanças climáticas. Na América Central, cerca de 80% dos agricultores são familiares, o que é essencial para a manutenção da segurança alimentar na região. E a área tem sofrido com desastres naturais, como os furacões, que atingiram várias ilhas em 2017, e as secas, que em 2015 e 2016 destruíram 75% dos cultivos na América Central. “Não estamos falando apenas de compartilhar recursos – água – mas de compartilhar principalmente dados e informações. E o IICA pode contribuir de forma ampla, já que mantém escritórios em 34 países no continente”, assinalou.
O Projeto Reúso de efluentes sanitários tratados, fruto de Projeto de Cooperação Técnica que o IICA Brasil desenvolve com o Ministério das Cidades, no âmbito do Programa Interáguas, foi apresentado por Ernani Ciríaco. Ele explicou que a iniciativa reflete a integração de políticas urbana e rural, com benefício para as comunidades rurais. O objetivo do estudo é propor um plano de ações para instituir uma política de reúso de efluente sanitário tratado no Brasil, destacando potenciais de implantação, tanto na agricultura como na indústria, além de sugerir modelos de financiamento e/ou subsídios tarifários.
O IICA continua presente no 8º Fórum Mundial da Água com um espaço de divulgação de seus projetos no espaço “Planeta ODS”, local aberto aberto ao público no Planetário de Brasília.
Texto e fotos: Ana Carolina Fleury/IICA