Eles receberam informações sobre as oportunidades comerciais oferecidas pelo país norte-americano em um evento organizado pela Embaixada da Guatemala no Canadá, pela Rede de Conselheiros Comerciais da Guatemala e pelo IICA.
São José, 28 de maio, 2021 (IICA). Exportadores de produtos agrícolas da Guatemala em busca de novos mercados receberam informações sobre oportunidades de exportação para o Canadá e sobre as múltiplas opções comerciais oferecidas por esse país.
Isso aconteceu em um evento virtual organizado pela Embaixada da Guatemala no Canadá, pela Rede de Conselheiros Comerciais da Guatemala e pela Representação do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) no Canadá.
No encontro, os mais de 58 participantes conheceram a preparação necessária para se negociar com um comprador estrangeiro, a identificação de oportunidades de comércio no Canadá e os principais produtos agrícolas demandados nessa nação, bem como tudo o que diz respeito às normas comerciais e sanitárias a serem cumpridas para a entrada dos seus produtos no mercado canadense.
O Gerente do Programa de Comércio Internacional e Integração Regional do IICA, Daniel Rodríguez, relembrou as recomendações para as diferentes etapas – preparação da negociação, desenvolvimento, elaboração de contrato e início da relação comercial – que os exportadores devem seguir na preparação para negociar com os possíveis compradores.
“Um dos grandes desafios que (os exportadores) enfrentam no momento de negociar com um comprador é que nem sempre têm todas as respostas que o comprador espera para agilizar o processo de exportação”, disse Rodríguez.
Por essa razão, explicou que é fundamental que os exportadores tenham definido os seus “objetivos comerciais no mercado-alvo, as características que diferenciam os seus produtos dos demais, a oferta exportável, especificações da embalagem e do conteúdo, prazos de entrega e método de pagamento”, bem como as formas de penetrar o mercado, a sua segmentação e localização geográfica, entre outros aspectos-chave.
“É muito importante também estar preparados para as perguntas que lhes serão feitas e saber que tipos de perguntas devem fazer ao possível parceiro comercial, e definir uma agenda de procedimentos no encontro para facilitar a negociação”, acrescentou o especialista do IICA.
Demanda do consumidor canadense
A Diretora do Programa América Latina e Caribe/Serviços de Apoio Comercial TFO Canadá, Marysabel González, abordou o perfil do consumidor canadense e que tipo de produtos agrícolas frescos esse mercado demanda. “A Guatemala tem potencial e uma grande oportunidade como fornecedor constante desses alimentos”, afirmou.
Sobre o consumidor canadense, González detalhou que “é bem informado e exigente, tem poder financeiro, mas sabe como gastar e obter valor agregado pelo que está investindo; é cada vez mais multicultural pelo componente da imigração presente na sua sociedade e tem conhecimento e uso amplo de tecnologia”, donde a importância do e-commerce; além disso, “é muito consciente do meio ambiente e se preocupa com a saúde”.
“Busca produtos saudáveis, baixos em gordura e açúcar, com alto teor de fibra, orgânicos, sem alérgenos (sem nozes, amendoim ou glúten), vegetarianos, de consumo fácil, com embalagens de material reciclado, frutas e verduras congeladas, produtos não geneticamente modificados, produtos halal e kosher”, acrescentou.
Como se lembrou no evento, o Canadá importa entre 75% e 80% dos produtos frescos. As frutas mais consumidas são berries, banana, maçã, uva e laranja. A manga e o abacaxi estão entre as frutas tropicais mais consumidas, e o consumo do abacate aumentou 350% na última década.
No caso dos produtos agrícolas que lideraram as exportações da Guatemala para o Canadá em 2020, a lista foi encabeçada por banana, cana-de-açúcar, café não torrado e não descafeinado, melão, melancia, feijão, ervilha e cenoura. As principais províncias de destino foram Ontário, Québec e British Columbia.
No evento, além disso, o Gerente de Assistência Comercial da Corporação de Solução de Controvérsias sobre Frutas e Hortaliças (DRC, sigla em inglês), Jaime Bustamante, falou das regulamentações e normas comerciais, sanitárias e logísticas e das certificações que os exportadores devem apresentar, visando-se à qualidade e à inocuidade dos produtos.
No encontro, o exportador Roberto Castañeda, da Empresa Planesa da Guatemala, teve espaço para compartilhar a sua experiência nos quatro anos em que coloca produtos agrícolas como berries, framboesa e vegetais nesse mercado norte-americano.
“Encontramos um mercado muito atraente e especial. Estamos bem posicionados, com 30-40% de exportações de vegetais indo para Canadá, um mercado que busca qualidade, serviço e prazo. As prateleiras não podem ficar vazias. É muito amigável com o meio ambiente e muito focado na reciclagem de materiais que possam ser reutilizados, como estrados, caixas e embalagens menores. O cliente é leal”, concluiu Castañeda.
“O comércio é fundamental para a economia canadense, e um de cada seis postos de trabalho está diretamente vinculado às exportações. Em 2019, a Guatemala foi o décimo terceiro país receptor de importações em termos de valor do mundo, o que lhe dá a grande oportunidade de suprir esse grande mercado. No entanto, é importante que o empresário guatemalteco conheça as peculiaridades do mercado canadense para poder planejar melhor os seus projetos de exportação para o Canadá, o que torna este evento particularmente útil”, concluiu, na sua vez, a Embaixadora da Guatemala no Canadá, Guisela Godinez.
O evento virtual foi moderado pelo Representante do IICA no Canadá, Jean-Charles Le Vallée. Dele participaram também a Conselheira Comercial da Embaixada da Guatemala no Canadá, Marcia Méndez, e a Diretora de Política Econômica Internacional do Ministério das Relações Exteriores da Guatemala, María Olga Santiesteban.
Mais informação:
Jean-Charles Le Vallée, Representante do IICA no Canadá.
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