O ministro de Pecuária, Agricultura e Pesca do Uruguai, Fernando Mattos, assegurou que o agro está recuperando o espaço que nunca ocupou devidamente nas discussões climáticas globais, e elogiou os esforços do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), organismo hemisfério especializado em desenvolvimento agrícola e rural, para impulsar a presença do setor agropecuário nos principais fóruns globais de negociação ambiental, como as COP.
Dubai, Emirados Árabes Unidos, 10 de dezembro de 2023 (IICA) – O ministro de Pecuária, Agricultura e Pesca do Uruguai, Fernando Mattos, assegurou que o agro está recuperando o espaço que nunca ocupou devidamente nas discussões climáticas globais, e elogiou os esforços do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), organismo hemisfério especializado em desenvolvimento agrícola e rural, para impulsar a presença do setor agropecuário nos principais fóruns globais de negociação ambiental, como as COP.
Na COP28 de Dubai, Emirados Árabes Unidos, Mattos realizou uma atividade intensa, participando de dezenas de encontros, entre eles duas reuniões ministeriais, da América Latina e o Caribe e do Mercosul, Chile e Bolívia, além de dúzias de eventos técnicos, em que tratou assuntos como segurança alimentar e meio-ambiente, pecuária sustentável, biodiversidade, gerenciamento de conhecimento e de recursos naturais e acesso ao financiamento, entre outros.
Ao realizar um inventário da sua participação e seus colegas de Agricultura do continente americano na cúpula climática, o Ministro uruguaio expressou que “vêm recuperando o espaço que nunca ocupou devidamente” e indicou que “somos fiadores da segurança alimentar, somos essenciais para combater os problemas de abastecimento, de fome no mundo, somos também fundamentais para a paz social porque não existe paz, não existe tranquilidade e não existe equilíbrio social nem político se falta alimentação; e também temos a responsabilidade ambiental de gerar sistemas produtivos sustentáveis. Aqui a agricultura está ativa, não pode ter lugar se é às custas dos recursos naturais; e, por tanto, a forma de ter sistemas produtivos responsáveis, claramente deve haver um espaço, um lugar para falar dos temas do ambiente”.
Mattos, que preside a Junta Interamericana de Agricultura (JIA), que reúne todos os ministros de Agricultura das Américas, também destacou o trabalho do IICA, que definiu como “um grande catalizador de uma presença muito mais marcada da agricultura nesses fóruns”, e disse que “isso deve ser incrementado, já que não se pode falar de sustentabilidade ambiental se não se fala também da agricultura”.
Definiu o papel dos agricultores, assegurando que os produtores agropecuários têm a responsabilidade e o legado de cuidar dos recursos naturais.
“Muitas vezes era um estereótipo, o do produtor de alimentos que é destrutor da natureza. Estamos muito longe disso porque recebemos como herança dos nossos pais e avós a responsabilidade de manter os recursos em condições para que justamente o futuro assegure que passemos aos nossos filhos e netos uma condição melhor do que a que recebemos, é uma espécie de mandato”, expressou.
Mattos também referenciou os equilíbrios necessários entre produção e meio-ambiente e considerou a participação crescente dos temas de agricultura, alimentação e comércio agropecuário nas COP: “Nós predicamos isso no Uruguai e sabemos que existem tensões entre produção e ambiente, mas temos que encontrar os caminhos do entendimento. Não é razoável que COP tenha tomado a dimensão que tomou nesses 30 anos, desde 1992, e que a participação da agriculta tenha sido particularmente nula, então de dez anos até agora é que começa a haver timidamente uma participação, uma presença e que eu acredito que é essencial para um entendimento mútuo”.
Nesse sentido, convocou aos produtores para que vejam mais rapidamente os benefícios econômicos com a aplicação de sistemas de produção sustentáveis.
“Graças a estes fóruns, a estes espaços de discussão climática, incorporando uma série de práticas e de consciência. Devemos inculcar ao produtor que ainda não visualiza suficientemente a importância de gerar menos emissões e que muitas vezes precisa receber sinais de maiores rendas para suas produções, que normalmente o produtor é quem recebe os preços que gera a sua própria produção, mas também deveria ser quem recebe os benefícios por aplicar sistemas de produção sustentáveis, que vão tornar o mundo mais saudável, muito mais justo e muito mais produtivo”, concluiu.
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