Assim afirmou o Ministro da Agricultura da República Cooperativa da Guiana, Zulfikar Mustapha, em uma visita oficial à Sede Central do IICA, na qual descreveu a proposta como inovadora para unir países, trabalhar em conjunto e colaborar com a segurança alimentar na região.
São José, 17 de junho de 2022 (IICA). O Ministro da Agricultura da Guiana, Zulfikar Mustapha, garantiu o apoio de seu país à parceria continental proposta pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) para enfrentar as ameaças crescentes à segurança alimentar no hemisfério.
Mustapha realizou uma visita oficial à Sede Central do IICA em São José, Costa Rica, na qual se reuniu com seu Diretor Geral, Manuel Otero, para expor os planos de ação, prioridades e desafios agrícolas da nação caribenha, bem como para dialogar sobre os principais avanços do setor agrícola da Guiana e discutir novas oportunidades de cooperação técnica.
“Na Guiana, apoiaremos a parceria continental e contribuiremos com essa visão do Diretor Geral do IICA. Devemos trabalhar juntos para alcançar a segurança alimentar. É louvável o interesse demonstrado na segurança alimentar não só do Caribe, mas de todo o mundo. O IICA foi muito proativo em ajudar o setor agrícola a progredir”, assegurou o titular da pasta de Agricultura da Guiana.
Mustapha se referiu à parceria como uma “forma inovadora de unir os países e de trabalhar juntos para garantir o enfrentamento da insegurança alimentar”, agravada por um contexto atual caracterizado por crise superpostas, como a pandemia de Covid-19, o conflito bélico no Leste Europeu e a mudança do clima.
“Na Guiana, agradecemos. O nosso presidente, Doutor Mohamed Irfaan Ali, está promovendo essas mesmas ideias na Comunidade do Caribe (CARICOM) para formar uma parceria com países de todo o mundo para abordar o problema”, acrescentou o ministro.
A parceria proposta pelo IICA para uma ação coletiva que permita combater a insegurança alimentar, promover a sustentabilidade, garantir a paz e a estabilidade democrática, tem como roteiro um documento com propostas concretas que também foi apresentado na Cúpula das Américas na semana anterior em Los Angeles, Estados Unidos.
A médio e a longo prazo, essas tarefas se baseiam em quatro eixos estratégicos: o fortalecimento e a transformação dos sistemas agroalimentares das Américas; os desafios e as oportunidades do comércio agroalimentar da região no novo contexto geopolítico; o papel da ciência, da tecnologia e da inovação; e a facilitação da inclusão econômica e social, reforçando o sistema cooperativo.
“Essa parceria deve promover uma nova geração de políticas públicas que empoderem os agricultores familiares, que são essenciais, com novas estratégias de extensão e dando mais importância aos temas de associativismo e de cooperativismo. Também visa apostar na ciência e na inovação, ter mais comércio e integração; é necessária uma nova parceria entre produção e meio ambiente”, explicou ao ministro o Diretor Geral do IICA.
“É necessário agir agora para gerar uma coalizão efetiva que promova a segurança alimentar em nosso continente, transformando ameaças em oportunidades e gerando um conjunto de ações concretas; é o momento em que devemos estar todos juntos, nenhum país poderá superar essa crise sozinho. A insegurança alimentar é combatida com ações concretas no curto e médio prazo”, acrescentou Manuel Otero.
Prioridades do setor agrícola na Guiana
Em sua visita à Sede Central do IICA, o Ministro Mustapha, que também preside o Grupo de trabalho ministerial implantado pelo CARICOM para analisar a agenda alimentar e o sistema agroalimentar no Caribe, expôs sobre a realidade do setor agrícola de seu país, uma nação estratégica e com ampla capacidade para se transformar na cesta de alimentos da região.
Segundo explicou, dentro das prioridades da Guiana estão: reduzir em três anos 25% da conta de importação de alimentos; diversificar sua produção e que ela seja mais resiliente à mudança do clima, apostando em cultivos como o milho, a soja e o trigo; potencializar o comércio intrarregional, derrubando barreiras que o impactam e harmonizando normas; e apostar em mais ciência, inovação e desenvolvimento tecnológico, potencializando a institucionalidade relacionada a essas áreas.
“Devemos buscar formas de reduzir a conta da importação de alimentos em 25% nos últimos três anos. Uma tarefa monumental. Vamos precisar de investimentos e muito capital, mas temos a capacidade. Queremos diversificar a nossa economia, que ela seja mais resiliente e que os pequenos agricultores façam parte desse desenvolvimento que almejamos”, disse Zulfikar Mustapha.
“Nós temos a terra, a água e o capital, podemos produzir o milho e a soja que precisamos para o Caribe e para a própria Guiana, que pode se converter no centro de produção de alimentos e reduzir a conta da importação e ter um setor resiliente e produtivo”, acrescentou o ministro.
No encontro, Mustapha aprofundou outros temas nos quais seu país está focando: esforços em logística e transporte de alimentos, infraestrutura, extensão agrícola, atração dos jovens para o setor agrícola e potencializar as indústrias de carne, de aves e aquícola e cadeias como a de arroz e de açúcar.
Manuel Otero, Diretor Geral do IICA, comprometeu-se a oferecer cooperação técnica ao país caribenho para a reengenharia e o fortalecimento do Instituto Nacional de Pesquisa e Extensão Agropecuária da Guiana (NAREI, sigla em inglês), vincular ciência e inovação e promover o empreendedorismo, capacitar os jovens rurais no uso das novas tecnologias para o setor agrícola e atuar como ponte em diálogos bilaterais e em ações de cooperação sul-sul.
“Desejamos continuar a construir uma agenda de cooperação técnica cada vez mais forte”, concluiu Otero.
Na sede central do Instituto, Mustapha conheceu as iniciativas que compõem o “IICA de portas abertas”, como o Centro de Interpretação do Amanhã da Agricultura (CIMAG), o laboratório de inovação tecnológica agropecuária Fab Lab e a Casa Típica Rural.
Além disso, recebeu informações detalhadas sobre os programas de cooperação técnica do IICA em Bioeconomia, Sanidade Agropecuária, Comércio Internacional, Mudança do Clima e Desenvolvimento Territorial.
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