Governo quadruplicou a entrega de insumos para a produção agropecuária e intensificou o acompanhamento técnico para transformar o setor, empreender um novo ciclo produtivo e enfrentar a crise sanitária mundial.
Tegucigalpa, 3 de junho de 2020 (IICA) – Mediante os programas Abono Solidariedade Produtiva e Abono Cafeicultor, o governo de Honduras procura transformar a agricultura do país e impulsionar sua produtividade em meio à pandemia de covid-19.
As autoridades escolheram o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) como administrador e fonte de apoio técnico dos programas, com o objetivo de garantir a transparência e a eficiência de sua execução.
A oportuna e contundente resposta do governo hondurenho se deu porque a pandemia fez com que muitos produtores temessem sair para a colheita, embora se aproxime um período crítico para a produção de alimentos, como a iminente chegada das chuvas após uma extenuante época de seca.
O IICA, em conjunto com a Secretaria de Agricultura e Pecuária (SAG), coordenará e fiscalizará a entrega de insumos aos produtores. Também darão apoio técnico por uma rede de mais de 160 especialistas em 214 municípios do país.
Honduras decidiu quadruplicar a quantidade de fundos que atribui ao Abono Solidariedade Produtiva, que oferece adubos, sementes melhoradas e acompanhamento técnico aos produtores e aumentou os recursos de 50 para 200 milhões de Lempiras (aproximadamente de US$2 a US$8 milhões) para chegar a uma maior quantidade de produtores.
Os alimentos biofortificados, colhidos de sementes melhoradas, são críticos na estratégia do governo para garantir a segurança alimentar no país. Além disso, são fundamentais para alimentar animais para a produção.
“Que esse seja o primeiro passo para transformar as propriedades rurais e as pessoas, já que é o plano de apoio ao setor agrícola de maior envergadura na história do país. Além da assistência técnica, precisamos melhorar as cadeias e buscar uma maneira de exportar”, disse o Presidente de Honduras, Juan Orlando Hernández.
A entrega do Abono Solidariedade Produtiva começou a entrar em vigor na semana de 20 de maio.
“O consumo de feijão é de 2,4 milhões de quintais, dos quais, o abono aportará 1,3 milhões. Praticamente, o governo está colocando mais da metade daquilo que se consome no âmbito nacional”, indicou o Secretário de Agricultura e Pecuária de Honduras, Mauricio Guevara.
Esse programa beneficiará cerca de 140.000 famílias que trabalham no setor agropecuário, altamente estratégico para a alimentação e a geração de empregos e divisas.
“A pandemia veio a acelerar os processos que vínhamos desenvolvendo em coordenação com as autoridades e a fazer mais do que tornar a resposta iminente e concreta”, disse Franklin Marín, Representante do IICA em Honduras.
Impulso ao setor cafeeiro
Honduras é o país que produz mais café em âmbito centro-americano, mas ainda tem atrasos na produtividade.
Para encerrar esse hiato, o governo colocou especial interesse na entrega de abono e na capacitação dos produtores, para que combinem esse plantio com o de outros cultivos que ajudem a diversificar suas receitas e garantam alimentos disponíveis todo o ano.
O novo abono cafeeiro está dotado de 300 milhões de Lempiras (poco mais de US$12 milhões) e seu objetivo é melhorar o cultivo do grão pela modernização produtiva e melhorias nos rendimentos. Será entregue a 91.400 famílias produtoras de café, 87% das quase meio milhão de pessoas que dependem da cafeicultura.
Para complementar a estratégia, propõe-se a realização do primeiro leilão internacional na história de Café de Marcala, região que dispõe de denominação de origem e se distingue por sua qualidade.
O preço alcançado no leilão seria um prêmio aos cafeicultores pela qualidade do grão e a consistência da colheita, e impulsionaria a imagem do café hondurenho no mundo. A iniciativa é apoiada pelo Programa Centro-Americano de Gestão Integral da Ferrugem do Café (PROCAGICA), implementado pela União Europeia e o IICA.
Mais informações:
Franklin Marín, Representante do IICA em Honduras