Para o Instituto, jovens rurais podem impulsionar mudanças positivas nos planos social, econômico e ambiental em seus próprios territórios.
Zaragoza, Espanha, 8 de abril de 2019 (IICA). O fomento de medidas específicas para a juventude rural, como apoiar a inovação, digitalização, associatividade e o desenvolvimento produtivo através de bioeconomia, entre outros, é parte dos esforços que o IICA promove para impulsionar a dinamização da agricultura na América Latina e no Caribe (ALC) e que expôs em um encontro sobre sucessão geracional no agro, realizado na Espanha.
Na cidade de Zaragoza, o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) participou recentemente de uma jornada para debater estratégias a seguir, a fim de tornar o setor primário mais atrativo para os jovens e melhorar sua rentabilidade.
Na Espanha, como na ALC, o êxodo rural é um dos grandes desafios da agricultura, de fato, a idade média dos produtores supera os 53 anos. Por esta razão, as vozes dos setores público e privado aumentam em favor de iniciativas que incentivem a juventude a assumir protagonismo e trabalhar nas muitas cadeias produtivas que correm perigo de desaparecer.
A participação do IICA no Fórum Jovens Agricultores esteve a cargo de Soraya Villarroya, Coordenadora do Escritório Permanente para a Europa (OPE, na sigla em espanhol) do Instituto. O encontro foi organizado pela Interempresas Media.
Na mesa de abertura, falou a Subdiretora Geral de Dinamização do Meio Rural do Ministério da Agricultura, Pesca e Alimentação (MAPA), Carolina Gutiérrez; e o Conselheiro de Desenvolvimento Rural e Sustentabilidade da Comunidade Autónoma de Aragão, Joaquín Olona.
Segundo Gutiérrez, são necessárias políticas públicas que ofereçam medidas favoráveis às mulheres rurais e à dinamização do campo. Neste mesmo dia o MAPA divulgou em um ato público em Madrid a estratégia de digitalização do setor agroalimentar e do meio rural, cujo objetivo é a redução da lacuna digital, tanto urbana-rural como entre pequenas e grandes empresas.
O IICA participou da mesa onde foram apresentadas as políticas de apoio à juventude rural em nível internacional. Villarroya mostrou a situação dos jovens rurais da ALC e os esforços do Instituto na elaboração de ações específicas voltadas às mulheres e aos jovens rurais e ao fomento da tecnologia e inovação.
“Os jovens são agentes de mudança em seus territórios, pois buscam transformações positivas em termos sociais, econômicos e ambientais e devem ser levados em conta na formulação de políticas”, disse Villarroya.
Nesta mesma mesa houve exposições de Jennifer Clever, adida agrícola da Embaixada dos Estados Unidos na Espanha; e Emilio Gil, catedrático do Departamento de Engenharia Agroalimentar e Biotecnologia da Universidade Politécnica da Catalunha, que se referiu aos programas europeus de apoio à inovação na agricultura.
Como conclusão do debate constatou-se que, apesar de diferenças como nível educacional e organizacional, a juventude rural tem semelhanças em diversas partes do mundo, como baixa inclusão financeira e dificuldade de acesso à terra.
Juventude rural na ALC
Na ALC existem 163 milhões de jovens, dos quais cerca de 30 milhões vivem no meio rural. Este grupo representa 25% do total da população rural.
Desses 30 milhões, quase 12 milhões de jovens rurais estão desempregados e 9,6 milhões se dedicam a atividades agrícolas.
As lacunas entre a juventude rural e urbana são evidentes, exacerbadas no caso de mulheres e indígenas. Diante dessa situação, é necessário promover ações que revertam o panorama, por exemplo, possibilitando melhorias nas cadeias de valor mediante maior uso de tecnologias da informação (TIC) e melhor acesso à educação.
Mais informação:
Soraya Villarroya, Coordenadora do Escritório Permanente para a Europa (OPE) do IICA