Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura

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IICA faz radiografia do comércio lácteo na América Central e aponta desafios para aumentar exportações para além da região

Tiempo de lectura: 3 mins.

Nova publicação do IICA persegue um melhor aproveitamento das oportunidades oferecidas pelos acordos comerciais vigentes nos países da América Central.

Portada del informe, el cual destaca una serie de retos que afronta la industria láctea en términos de sostenibilidad social, ambiental y económica, con el fin de promover el comercio internacional en la región.

São José, 23 de fevereiro de 2024 (IICA). O setor lácteo centro-americano é chamado a aumentar o comércio para além da região e aproveitar ainda mais os acordos comerciais para alcançar novos mercados de exportação, alerta um recente relatório do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).
 
Trata-se do Relatório do estado atual dos acordos comerciais vigentes da região América Central no setor lácteo: oportunidades e desafios para seu melhor aproveitamento, que representa uma radiografia da situação dos acordos comerciais e seus compromissos na região, o grau de liberalização comercial alcançado e as ações que os países executaram quanto à sua administração e, em particular, ao aproveitamento das oportunidades que esses acordos significam.
 
O relatório, elaborado por Adriana Campos e Alejandra Díaz, especialistas do IICA em Comércio e Sanidade Agropecuária, respectivamente, destaca um conjunto de desafios enfrentados pela indústria láctea em termos de sustentabilidade social, ambiental e econômica, a fim de promover o comércio internacional na região.
Os maiores destinos das exportações lácteas centro-americanas são os Estados Unidos e a República Dominicana, indica o documento, mas existe o desafio de potencializar ainda mais o comércio extrarregional, pois o principal destino das exportações é o próprio mercado intrarregional, com uma participação de 78% nas vendas totais.
 
O relatório também propõe que, no âmbito dos serviços básicos, é prioritário dispor de avanços em uma infraestrutura viária adequada, eletrificação rural, conectividade e uma maior cobertura de assistência técnica, com o que se poderia aumentar a produtividade, a rentabilidade e a modernização dos processos produtivos.
 
Na região centro-americana, o setor lácteo se sustenta em mais de 245.000 produtores, em sua maioria, pequenos produtores familiares.
 
Afirma-se que é crucial facilitar o acesso a crédito a essas pessoas para investimentos em áreas como produção, comercialização, processamento e transporte refrigerado, que atualmente limitam o desenvolvimento do setor.
 
A América Central anualmente produz 3,1897 bilhões de litros de leite, divididos entre os setores formal e informal. Precisamente, o mercado informal representa um desafio, uma vez que conseguiu alcançar 55% da produção de leite da região, na qual existem cerca de 3.500 processadoras artesanais que elaboram — em sua maioria — produtos de baixos padrões de qualidade destinados ao mercado local, com escassa ou nula vigilância das autoridades competentes.
 
Apesar desses desafios, em 2021, as exportações de produtos lácteos alcançaram US$458 milhões, sendo a Nicarágua e a Costa Rica os principais países exportadores, com a América Latina, o Caribe e a América do Norte como destinos fundamentais.
 
“É importante potencializar o comércio agroalimentar e regional como propulsor do desenvolvimento sustentável e da segurança alimentar. A publicação contribui com os esforços empenhados pelo IICA e que fazem parte das ações coletivas da Parceria Continental para que os países membros aumentem o comércio e aproveitem os acordos comerciais assinados”, enfatizou a especialista Adriana Campos.
 
O relatório conclui que é necessário fortalecer as competências e as capacidades organizacionais e de negociação dos produtores, de forma que possam ter acesso às mudanças tecnológicas, à educação e à inovação, para assim aproveitar melhor as oportunidades geradas nos mercados internacionais.
 
“É abordada a importância de se promover o consumo interno de produtos lácteos, que ainda não alcançou o nível médio recomendado, e se ressalta a necessidade de políticas públicas que fomentem o setor, bem como de enfrentar a comercialização de imitações e sucedâneos, um problema que impacta o consumidor e o desenvolvimento da indústria na região”, observou, por sua vez, a especialista Alejandra Díaz.
 
O relatório se aprofunda no papel das organizações na melhoria da governança setorial, na necessidade de uma melhor coordenação entre ministérios e secretárias e na importância de fortalecer as políticas públicas para equilibrar a produtividade do mercado e as demandas dos produtores e empresários.
 
Em termos de adaptação à mudança do clima, manifesta-se que o setor lácteo requer a elaboração e a implementação de estratégias para enfrentá-la, produzir melhores forragens e, de modo geral, aumentar a competitividade; assim, o conhecimento, a pesquisa, a transferência de tecnologia, a capacitação, a assistência técnica e as parcerias público-privadas são fundamentais para facilitar o desenvolvimento de sistemas de produção eficientes, rentáveis e sustentáveis.
 
O documento advoga pela disponibilidade de informações e estatísticas, uma vez que esse setor carece de dados precisos e atualizados, o que impede a medição e a análise de variáveis críticas para o seu desenvolvimento.
 
Esse trabalho elaborado pelo IICA faz parte dos esforços conjuntos que ele realiza com a Secretaria do Conselho Agropecuário Centro-Americano (SECAC), o Sistema da Integração Centro-Americana e a Federação Centro-Americana do Setor Lácteo (FECALAC) para melhorar a competitividade e a sustentabilidade do setor lácteo regional, mediante a construção e a divulgação de bens públicos que promovem a melhoria da sanidade animal, da inocuidade e da qualidade, a facilitação do comércio e a revalorização da leite e dos produtos lácteos.
 
O relatório está disponível para download gratuito no repositório institucional do IICA: https://repositorio.iica.int/handle/11324/22025

Mais informação:

Adriana Campos, especialista em Comércio do IICA.
adriana.campos@iica.int

Alejandra Díaz, especialista internacional em Sanidade Agropecuária do IICA.
alejandra.diaz@iica.int

 

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