IICA, CGIAR e Banco Mundial organizaram um diálogo a costa Rica entre iniciativas regionais de inovação agropecuária, sistemas nacionais de inovação das Américas e outros atores do setor privado para discutir como é possível aumentar a pesquisa e a transferência de conhecimentos para os produtores do hemisfério.
São José, 9 de maio de 2023 (IICA). O Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) reforçará seu papel de vínculo os mecanismos regionais de inovação, tecnologia e pesquisa agropecuária das Américas, ampliando o diálogo e o trabalho conjunto com esses programas, visando acompanhar a transformação dos sistemas agroalimentares da região com o apoio do CGIAR e do Banco Mundial.
Com esse compromisso do Diretor Geral do Instituto, Manuel Otero, concluiu-se o Diálogo regional sobre ciência, tecnologia e inovação nos sistemas agroalimentares da América Latina e do Caribe, realizado na Costa Rica e que convocou mais de 100 autoridades e especialistas da Fundação Bill & Melinda Gates, do Conselho Argentino para as Relações Internacionais (CARI), de institutos nacionais de pesquisa agropecuária de diversos países das Américas e outras organizações internacionais.
Sua realização esteve a cargo do IICA, Banco Mundial e CGIAR, parceria global de pesquisa para um futuro com segurança alimentar, que busca transformar os sistemas alimentares, terrestres e hídricos diante da crise climática.
“Gostaria assumir compromissos; reforçar o apoio ao PROCISUR (Programa Cooperativo para o Desenvolvimento Tecnológico Agroalimentar e Agroindustrial do Cone Sul), ao PROCINORTE (Programa Cooperativo de Pesquisa e Tecnologia Agrícola para a Região Norte); buscar ainda mais, esse tema da construção de pontes é fundamental para não ficarmos como ilhas isoladas e avançar nas questões dos sistemas de inovação”, disse Otero durante o encerramento do diálogo.
Além disso, ratificou o apoio do IICA ao Fundo Regional de Tecnologia Agropecuária (FONTAGRO). “Torcemos para que se torne um mecanismo de financiamento renovado, com mais recursos para financiar os temas propostos no diálogo”, observou.
Em termos de políticas de ciência e tecnologia, Otero se ofereceu para gerir um espaço no Observatório de Políticas Públicas para os Sistemas Agroalimentares (OPSAa), aberto pelo Instituto em 2022 para destacar os avanços em regulamentações sobre inovação, ciência e tecnologia agrícola.
Além disso, pelo papel da ciência, da tecnologia e da inovação na modernização e no fortalecimento dos sistemas agroalimentares da região, seu papel frente aos desafios atuais — como a sustentabilidade, a mudança do clima e a necessidade de segurança alimentar — e na busca por financiamentos, o Diretor Geral levará o tema ao Comitê Executivo do IICA, em julho; e à Junta Interamericana de Agricultura (JIA), em outubro, poucas semanas antes da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP28), que acontecerá entre novembro e dezembro, nos Emirados Árabes Unidos.
“Devemos gerar sinais claros de que há coesão na região, enfatizando que os países não podem atuar de maneira isolada e que o tema da ciência e da inovação na agricultura é fundamental para enfrentar os grandes desafios atuais, como a mudança do clima. Nessas reuniões, faremos um novo chamado à ação coletiva e à necessidade de criar uma parceria continental para garantir a segurança alimentar e o desenvolvimento sustentável”, acrescentou.
O Diretor Geral do IICA também enumerou alguns dos desafios pendentes acerca da inovação, da ciência e da tecnologia na região.
“Há necessidade de uma rede de instituições vinculadas à agricultura tropical. A institucionalidade para esse tipo de agricultura deve ser fortalecida, e devemos sistematizar o pensamento prospectivo, pois a agricultura do futuro traz diversas mudanças. O IICA quer se somar a essa reflexão, e também a uma eventual plataforma de biociências vinculada à genética”, especificou Otero.
Prioridades em inovação, ciência e tecnologia
No diálogo na Costa Rica, cujo objetivo foi reinstalar temas estratégicos para o fortalecimento e a transformação dos sistemas de inovação na agenda internacional e identificar potenciais áreas de trabalho conjunto alinhadas às prioridades nacionais e regionais das Américas, houve consenso de que é fundamental entender as redes de inovação existentes e as políticas públicas que definem o ecossistema da inovação.
Os participantes também concordaram que é fundamental construir agendas estratégicas de pesquisa e desenvolvimento compartilhadas pelos institutos nacionais de pesquisa e tecnologia agropecuária dos países das Américas e organismos internacionais, como o CGIAR, e que seja considerado o papel dessas organizações dentro do ecossistema da inovação.
Além disso, concluiu-se que é crucial fortalecer a institucionalidade pública, aumentando as capacidades institucionais, humanas, de serviços de apoio e incentivos; avançar em possíveis mudanças de normas e formas de financiamento que facilitem e promovam o papel de novos atores públicos e privados; bem como enfrentar os déficits existentes nos níveis de investimento público e privado para a geração dos bens públicos.
“Fomos chamados a fazer uma participação muito ativa e coordenada para construir um ecossistema que seja cada vez mais adequado para a medição tecnológica dos sistemas agroalimentares”, complementou Joaquín Lozano, Diretor Regional do CGIAR na América Latina e no Caribe.
“Devemos continuar a unir vozes e atores, a mobilizar mais recursos para investir em ciência, tecnologia e inovação na região; isso é um trabalho de todos, e o CGIAR acompanhará esse processo para fortalecer a ciência, a pesquisa e a inovação dos sistemas agroalimentares”, acrescentou.
Para isso, foi proposta, como prioridade, identificar quais são os novos bens públicos tecnológicos prioritários para a região e construir as agendas de trabalho e pesquisa necessárias para desenvolvê-los, as quais devem ser consensuais entre todas as instituições públicas nacionais, organismos internacionais e setor privado.
Os participantes do diálogo também citaram que é necessário repensar a atual organização institucional em inovação, ciência e tecnologia, com ênfase na sua agilidade operacional e coordenação com o setor privado; bem como avançar em aspectos de financiamento, políticas públicas e trocas de experiências entre os sistemas nacionais e internacionais de inovação agropecuária.
“Essa agenda é única e importante, e permite que nos caracterizemos por uma visão de muito longo prazo, fundamental para o setor e para o desenvolvimento, o investimento e políticas. Há certo grau de consonância entre todas as nossas instituições para dar continuidade aos diálogos para aperfeiçoar objetivos, identificar fontes de financiamento adequadas e seguir aperfeiçoando e avançando na inovação agrícola”, concluiu Joanne Gaskell, Economista Agrícola Sênior do Banco Mundial.
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