Na 23ª Conferência Internacional DATAGRO sobre Açúcar e Etanol, um evento tradicional e relevante vinculado à promoção dos biocombustíveis líquidos.
São José, 6 de novembro de 2023 (IICA) – Funcionários e representantes da indústria global do etanol e do açúcar se reuniram em São Paulo, a maior cidade do Brasil, para participar da 23ª Conferência Internacional DATAGRO sobre Açúcar e Etanol, um evento tradicional e relevante vinculado à promoção dos biocombustíveis líquidos.
A última edição reuniu especialistas internacionais nos diversos aspectos econômicos, técnicos e de cooperação.
A Conferência Internacional DATAGRO, realizada a partir de 2000, foi desde então o evento de apoio técnico da Sugar & Ethanol Dinner Brasil, promovida pelo Sugar Club local.
Na reunião, foram realizados 10 tipos diferentes de painéis e sessões simultâneas que permitiram a informação e o fornecimento de material útil para a consolidação de esforços presentes e futuros para o desenvolvimento do setor de açúcar e etanol.
Um tema emergente e promissor associado são os combustíveis sustentáveis de aviação (SAF, sigla em inglês). Neste contexto, o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) contou com a representação de seu especialista em biocombustíveis, Agustín Torroba, que participou do painel “SAF – Tecnologia e velocidade de implementação”, com outros especialistas na matéria.
Nesse painel, o perito apresentou uma conjuntura geral dos biocombustíveis sustentáveis de aviação (SAF) como um novo paradigma de mobilidade nas agendas de descarbonização do setor transporte, concluindo por um potencial especial de desenvolvimento na região das Américas.
“A rota tecnológica Alcool to Jet (ATJ) permite a industrialização do etanol combustível que hoje se produz no mundo e sua conversão em combustível sustentável de aviação. Essa rota tecnológica e a hidrogenação de ácidos graxos (HEFA) são os dois caminhos mais desenvolvidos para a produção dos SAF”, disse Torroba, que ressaltou que América Latina e o Caribe “têm vantagens comparativas notórias em relação ao resto do mundo pela abundância de matérias-primas, pela grande quantidade de insumos para a produção de óleos e gorduras para a rota HEFA e pela muita biomassa rica em açúcares e amidos para a produção der ATJ”.
E acrescentou: “Também conta com as cadeias de valor desenvolvidas e muito competitivas para fornecer insumos intermediário, isto é, tem grandes complexos produtores de óleos e álcoois”.
Para o especialista, o continente americano “pode ser o grande fornecedor mundial de combustíveis sustentáveis para a aviação, produto que reduzirá em 65% as emissões de gases de efeito estufa do setor aéreo comercial até 2050 em linha com os compromissos do setor de ter emissões líquidas igual a zero”.
Participou do evento o Vice-Presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, que destacou que o setor sucroenergético é crucial para o início de uma nova industrialização no país, porque o segmento gera emprego, renda e, consequentemente, desenvolvimento sustentável, por estar ancorado na economia de produtos verdes.
Alckmin lembrou que o Brasil tem a matriz energética mais limpa do mundo e que o governo está trabalhando para aumentar gradualmente a percentagem de biodiesel mesclado com diesel e de etanol com gasolina.
Também presente na abertura, o deputado federal brasileiro Arnaldo Jardim afirmou que a agricultura brasileira tem um compromisso absoluto com a sustentabilidade, o que foi avalizado pelo Secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária, Roberto Massa.
Entre outras autoridades, a cerimônia de abertura também contou com a participação do novo Secretário de Agricultura de São Paulo, Guilherme Piai, que anunciou que o estado mais povoado e rico do Brasil terá um Plano de Colheita exclusivo a partir de 2024.
Participaram ainda outros importantes representantes do setor, como Cesário Ramalho, do Conselho de Agronegócios da Associação Comercial de São Paulo (ACSP); Sérgio Bortolozzo, da Sociedade Rural Brasileira (SRB); e Evandro Gussi, da União da Indústria da Cana-de-Açúcar e da Bioenergia (Única).
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