Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura

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John Hunte, promotor da produção de alimentos saudáveis em Barbados em benefício dos agricultores e consumidores, é homenageado pelo IICA como “Líder da Ruralidade das Américas”

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Hunte foi um dos fundadores da Associação de Produtores e Consumidores de Orgânicos (Organic Growers and Consumers Association — OGCA), criada em 1998 para promover uma produção de alimentos certificados pela não utilização de substâncias químicas, como fertilizantes, pesticidas e herbicidas.

John Hunte (izquierda) ha sido uno de los fundadores de la Asociación de Productores y Consumidores de Orgánicos, creada en 1998 para impulsar la producción de alimentos certificados por no emplear sustancias químicas como fertilizantes, pesticidas y herbicidas, con el objetivo de contribuir a la seguridad alimentaria en Barbados.

Bridgetown, Barbados, 20 de junho de 2024 (IICA) — John Hunte, que há mais de 20 anos promove o relevo geracional em Barbados no setor agrícola e a agricultura orgânica com o objetivo de produzir alimentos saudáveis localmente para ajudar a reduzir a dependência das importações que os países do Caribe enfrentam, foi reconhecido como um dos “Líderes da Ruralidade” das Américas pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).

Hunte receberá o prêmio “Alma da Ruralidade”, parte de uma iniciativa do organismo especializado em desenvolvimento agropecuário e rural para reconhecer homens e mulheres que deixam uma marca e fazem a diferença no campo do continente americano, espaço essencial para a segurança alimentar e nutricional e para a sustentabilidade ambiental do planeta.

Hunte nasceu em Londres e é o quinto filho de um matrimônio originário de Barbados que havia emigrado para a Grã-Bretanha na década de 1950, em busca de melhores oportunidades.

Em 1984, quando tinha 24 anos, John decidiu se mudar para a terra de seus pais, em busca de uma vida mais saudável e perto da natureza. Ali teve o seu primeiro contato com a produção de alimentos, pois começou a trabalhar com um tio que criava frangos.

“Estive em Barbados aos 11 anos, em seis semanas de férias, e vi que a maior parte das pessoas comia uma comida muito pouco saudável. Por isso, quando já estava vivendo no Caribe a alguns anos, associei-me com outras pessoas interessadas em gerar uma mudança, e começamos a promover a agricultura orgânica, com um apoio importante do IICA, que serviu para nos organizar e capacitar. Então decidi não retornar novamente, e hoje não me arrependo”, conta.

Hunte foi um dos fundadores da Associação de Produtores e Consumidores de Orgânicos (Organic Growers and Consumers Association — OGCA), criada em 1998 para promover uma produção de alimentos certificados pela não utilização de substâncias químicas, como fertilizantes, pesticidas e herbicidas. Seu objetivo é contribuir para a segurança alimentar em Barbados.

“A nossa principal aspiração é convencer as pessoas do Caribe, especialmente os jovens, de que a agricultura é viável como forma de vida. Como meus pais, muitos jovens migraram de Barbados nos anos 50 e 60, em busca de uma vida melhor, e então ficou um vazio geracional. Os jovens que ficaram não queriam se dedicar à agricultura, pois a consideravam uma atividade muito penosa e com escassas recompensas. Hoje, aos poucos, isso está mudando”, conta.

Hunte resalta que con OGCA la principal aspiración es convencer a las personas en el Caribe, especialmente a los jóvenes, de que la agricultura es viable como forma de vida.

O reconhecimento foi criado para ressaltar o trabalho daqueles que cumprem um duplo papel insubstituível: ser avalistas da segurança alimentar e nutricional e, ao mesmo tempo, guardiões da biodiversidade do planeta, pela produção em qualquer circunstância. Além disso, ele tem a função de destacar a capacidade de promover exemplos positivos para as zonas rurais da região.
Um estilo de vida

Hunte era um grande esportista quando vivia na Grã-Bretanha, e era um amante da vida ao ar livre, de modo que se mudou para Barbados em busca de uma mudança de estilo de vida e, embora não conhecesse a agricultura, achou que era uma atividade da qual poderia gostar.

Rapidamente soube que a sua escolha fora acertada. “Quando começamos a Associação, em 1998, o IICA nos ajudou muito. Assim como em 2001, quando criamos uma cooperativa com a qual temos acesso a fundos de cooperação internacional e capacitamos muitos jovens”, recorda.

Em 2001, Hunte conheceu o então herdeiro da Coroa Britânica, o Príncipe Charles (hoje, Rei Charles III do Reino Unido), um fervente promotor dos benefícios da agricultura orgânica.

Hunte está convencido de que la agricultura orgánica debe extenderse más en el Caribe, ya que representa una oportunidad para la región no solo de producir y cuidar el ambiente y de generar desarrollo económico, sino también de producir alimentos saludables para que los países sean menos dependientes de las importaciones.

“Falei pessoalmente com o, então, Príncipe Charles e contei o que estávamos fazendo. Duas semanas depois, ele nos mandou uma carta dizendo que gostaria de saber mais sobre o nosso movimento. Enviei mais informações e, seis meses depois, recebi uma passagem para ir para Londres e participar de uma conferência internacional que foi presidida por ele, que estava muito comprometido com o objetivo de que os vegetais orgânicos do Caribe chegassem aos supermercados do Reino Unido”, conta.

Hunte está convencido de que a agricultura orgânica deve ser mais difundida no Caribe, uma vez que representa uma oportunidade para a região, não só para produzir e cuidar do ambiente e gerar desenvolvimento econômico, mas também para produzir alimentos saudáveis, de modo que os países sejam menos dependentes das importações. Trata-se de um objetivo prioritário para os governos caribenhos.

“Entendo que o principal desafio é cultural. Devemos mudar a mentalidade das pessoas, em uma região cuja agricultura esteve dominada por muitos anos por monoculturas de banana ou de cana-de-açúcar, com um forte uso de agroquímicos”, disse.

“O principal gerador de receitas em Barbados — acrescenta — é o turismo, assim como em outros países do Caribe. Os turistas amam as nossas praias. Todos os anos recebemos um milhão de visitantes, o que é mais do que a nossa população. Devemos alimentá-los, e por isso grande parte das nossas importações de alimentos é para os turistas, não para os locais. O problema é que não importamos alimentos saudáveis, por isso, entre a nossa população, temos altas taxas de obesidade e doenças não transmissíveis, como diabetes e hipertensão. Estou certo de que isso pode mudar, se produzirmos mais alimentos. Podemos fazer isso, e o lado o positivo da pandemia de Covid-19 e da carestia dos alimentos devido à guerra na Ucrânia foi mostrar à sociedade que os agricultores são essenciais”.

Hoje, a prioridade que Hunte e os agricultores orgânicos de Barbados se colocam é convencer os jovens de que produzir alimentos não é apenas uma atividade necessária para o bem-estar do país e do seu povo, mas também é viável como projeto de vida.

“Ainda assim — concluiu —, a idade média dos agricultores de Barbados está entre 50 e 60 anos. Mas, com o nosso trabalho, já atraímos muitos jovens, e vamos seguir no mesmo caminho”.

Mais informação:
Gerência de Comunicação Institucional do IICA.
comunicacion.institucional@iica.int
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