Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura

Sanidade agropecuária

Maior colaboração interagêncial, políticas integrais e intercâmbio de informações entre países fortaleceriam a aplicação do enfoque Uma Saúde nas Américas, afirmam especialistas em saúde pública e sanidade animal e vegetal

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A incorporação de produtores e comunidades rurais é crucial para formular ações que protejam, de forma holística, a saúde humana, animal e ambiental, de acordo com Manuel Otero, Diretor-Geral do IICA, e especialistas convocados pelo Instituto e o USDA.

 

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São José, 18 de setembro de 2023 (IICA) – Especialistas em saúde pública e sanidade animal, vegetal e ambiental se reuniram em um evento organizado pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), em colaboração com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), para reforçar a implementação do conceito Uma Saúde e orientar a modernização dos sistemas de saúde pública das Américas.

Na sede central do IICA, em São José, especialistas apresentaram os desafios e soluções do enfoque Uma Saúde para os países da região, e asseveraram que potencializar as sinergias entre os sistemas de sanidade fornecerá um melhoramento da saúde, produção, sustentabilidade e qualidade dos alimentos, com as comunidades rurais e os produtores como parte do trabalho em equipe.

Na abertura do evento Uma Saúde nas Américas: A importância da colaboração interinstitucional no hemisfério e suas comunidades rurais, o Diretor-Geral do IICA, Manuel Otero, afirmou que a colocação em operação deste enfoque implica uma coordenação regional ativa que convoque aos setores do ambiente, agricultura, sanidade agropecuária e inocuidade dos alimentos e saúde pública, bem como os setores privados da produção agropecuária e suas cadeias de valor, entre outros.

 

“O Instituto trabalhará intensamente em enfatizar a importância da colaboração interinstitucional em todo o hemisfério, principalmente nas comunidades rurais e os desafios, para trabalhar em propostas concretas que apoiem o crescimento do setor agroalimentar”, disse Otero.

Em um dos painéis do foro foram analisados os principais desafios da implementação de Uma Saúde nas Américas, com a participação de especialistas da Organização Pan-Americana de Saúde (OPS-OMS), a Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA), a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), o Painel de Especialistas da OMS sobre Uma Saúde (OHHLEP) e o Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (SENASA) da Argentina.

Os especialistas sinalizaram a dificuldade que existe de vigilar de forma integrada os sistemas sanitários dos países das Américas, e enfatizaram no desafio que implica compartilhar os dados das instituições para obter informações de valor que permitam criar soluções tangíveis.

Para Catya Martínez, representante sub-regional da OMSA para a América Central, é essencial criar legislação a favor do enfoque Uma Saúde.  “Temos que começar a identificar as necessidades de cada país e de acordo com elas, priorizar as ações, porque os problemas em cada região e nação são diferentes. Aí está o sucesso”, indicou.

Uma posição que coincide com essa foi a de Madhur Dhingra, oficial sênior de Saúde Animal, chefe do Sistema de Prevenção de Emergências de Saúde Animal da FAO, que comentou sobre a importância do gerenciamento de informações e dados neste campo.

“As bases de dados nos serviços fitossanitários são essenciais para a tomada de decisões e para apoiar realmente aos que estão em situações urgentes”, adicionou.

Diego Quiroga, Diretor Nacional de Proteção Vegetal do SENASA, também expressou que hoje em dia contamos com junções que podem ser transformadas em informações reais e concretas que permitiriam finalmente construir indicadores de impacto em Uma Saúde.

Natalia Cediel, professora, pesquisadora associada e membro do OHHLEP, referiu-se à importância da inclusão de gênero e equidade no trabalho que é feito para Uma Saúde.  Considerou que nas mesas de trabalho é necessária a presença das mulheres rurais, que desde suas experiências no campo poderão apresentar e divulgar os problemas que enfrentam no dia a dia.

“A geração de evidência científica e documentação de casos de sucesso na área de Uma Saúde nos nossos países dará a possibilidade de visibilizar as áreas em que devemos focalizar o nosso trabalho”, adicionou Cediel.  

No painel também participou Manuel Sánchez, coordenador de Epidemiologia e Sistemas de Informação da OPS-OMS, e indicou que entre os desafios que o setor enfrenta está a falta de estruturas de trabalho interseccionais sólidas.  

Pela sua parte, Iván Fabrizzio Canaval Díaz, ponto de foco regional de Uma Saúde do PNUMA, expressou que uma das principais soluções é começar a realizar trabalho exploratório para comprovar quais são as prioridades de cada país e criar estruturas de colaboração que guiem o trabalho regional.

“Dar prioridade aos resultados do trabalho exploratório é fundamental para poder entender onde serão investidos os recursos”, enfatizou Canaval Díaz.

No painel também foi mencionada a criação de políticas como um dos maiores desafios da região nessa área, que permitiriam unificar os esforços das áreas de saúde humana, animal e ambiental para abordar as doenças zoonóticas e a degradação do meio-ambiente, entre outras situações.

 

 

Mais informação:
Gerência de Comunicação Institucional do IICA.
comunicacion.institucional@iica.int

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