Esse foro de ministras do setor agropecuário acontece na sede central do IICA, em São José, Costa Rica, também com a participação das ministras da Colômbia, Jhenifer Mojica; e de Honduras, Laura Suazo, bem como de vice-ministras e altas representantes do Canadá, Estados Unidos, Brasil e São Vicente e Granadinas e de agências internacionais de cooperação e financiamento.
São José, 23 de agosto de 2023 (IICA). Embora a participação das mulheres rurais na agricultura esteja aumentando nos países das Américas, seu papel está limitado por padrões sociais, culturais e tecnológicos dominantes que prejudicam seu verdadeiro empoderamento nas zonas rurais do hemisfério, afirmou Nelly Paredes del Castillo, Ministra de Desenvolvimento Agrário e Irrigação do Peru, na abertura do IV Foro de Ministras, Vice-Ministras e Altas Funcionárias das Américas organizado pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).
Esse foro de ministras do setor agropecuário aconteceu na sede central do IICA, em São José, Costa Rica, também com a participação das ministras da Colômbia, Jhenifer Mojica; e de Honduras, Laura Suazo, bem como de vice-ministras e altas representantes do Canadá, Estados Unidos, Brasil e São Vicente e Granadinas e de agências internacionais de cooperação e financiamento.
Também fizeram intervenções a Secretária Geral do CARICOM, Carla Barnett, o Diretor Geral do IICA, Manuel Otero, e líderes rurais de todas as regiões do hemisfério.
“As mulheres rurais da América Latina e do Caribe dedicam maior uma quantidade de tempo ao trabalho remunerado e não remunerado em comparação com os homens. No Peru, segundo uma pesquisa sobre o uso do tempo de 2010, as mulheres rurais têm uma carga de trabalho de 12 horas e meia a mais do que os homens”, disse a Ministra Nelly Paredes.
“Aprofundando essa situação, em meu país, as mulheres rurais dedicam 62% do tempo de trabalho à realização de atividades não remuneradas, enquanto os homens investem 31% de seu tempo nesse tipo de trabalho, sendo o cuidado de outras pessoas a principal atividade do trabalho não remunerado”, acrescentou a titular do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Irrigação do Peru (MIDAGRI).
Então, afirmou, o desafio está em alcançar a equidade de papéis para alcançar um maior empoderamento das mulheres rurais. “A sobrecarga de atividades domésticas nas mulheres rurais repercute em menos tempo disponível para outras atividades, como a educação, a cultura e a política; e afeta os seus direitos, em particular os econômicos”, disse Paredes.
De acordo com a ministra do Peru, a pandemia de Covid-19 colocou no centro da agenda mundial a importância dos cuidados na vida em sociedade, o que deve promover uma onda de estruturas regulatórias em favor dessa atividade.
Essa experiência, disse, não deve deixar de lado o contexto rural e agrário nas Américas e contemplar os desafios de promover políticas públicas na ruralidade considerando a voz das mulheres; e a elaboração de políticas integrais de serviços de cuidado, atribuindo valor aos seus saberes e práticas vinculados.
“No Peru, além do MIDAGRI, também trabalham nessas questões o Ministério da Mulher e o Ministério do Desenvolvimento e Inclusão Social, sendo assim abordadas por várias partes do Estado, com muito foco no âmbito rural”, explicou Nelly Paredes.
No foro, a Ministra da Agricultura do Peru — que é a terceira mulher a ocupar esse cargo no país — explicou que promoveu a questão da inclusão das mulheres rurais por 30 anos, mas ainda há muito trabalho a fazer.
“A economia dos cuidados é um desafio que não podemos ignorar. Devemos buscar a chave para que o cuidado seja também assumido pelos homens”, expressou.
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