Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura

Agricultura Seguridade alimentária e nutricional

As mais altas autoridades agrícolas das Américas se comprometem a tomar medidas para garantir a segurança alimentar e nutricional em resposta à pandemia

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Ministros do setor reuniram-se virtualmente pela segunda vez este ano, sob a égide da Secretaria de Agricultura e Desenvolvimento Rural do México e a coorganização do IICA e da FAO.

Las autoridades agrícolas destacaron el trabajo conjunto entre los países y los organismos internacionales y las agencias de cooperación.

Cidade do México, 14 de julho de 2020. Os Ministros e Secretários de Agricultura, Pecuária, Pesca, Alimentação e Desenvolvimento Rural das Américas reafirmaram que tomarão medidas nacionais, regionais e hemisféricas para garantir a segurança alimentar e nutricional no hemisfério, que está em risco com a pandemia da COVID-19 e a crise econômica que a sucederá.

As mais altas autoridades agrícolas da região participaram nesta segunda-feira de um encontro virtual promovido pelo Secretário de Agricultura e Desenvolvimento Rural do México, Víctor Villalobos, com o apoio do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).

Após a reunião, foi emitido um documento detalhando como atuarão de maneira individual e em conjunto para garantir a segurança alimentar e nutricional. Entre os pontos constam:

  • Fortalecer a produção de alimentos, silvicultura, pesca e produtos da aquicultura nos países das Américas, convencidos do papel estratégico do setor agroalimentar para a recuperação econômica.
  • Intensificar as medidas e protocolos sanitários que protegem a saúde das pessoas e a sanidade agropecuária, sem prejudicar o fluxo adequado de alimentos.
  • Manter o bom funcionamento dos mercados internacionais e nacionais e cadeias de abastecimento locais, por meio do intercâmbio de informações sobre disponibilidade, demanda e preços de alimentos.
  • Continuar promovendo a participação de pequenas e médias empresas nas cadeias agroalimentares, no transcurso da pandemia e no período de reativação econômica, mediante políticas públicas, investimentos públicos e privados e gestão de financiamento preferencial.
  • Reafirmar a cooperação técnica internacional, por meio de organismos especializados como o IICA e a FAO, para complementar os esforços para a inovação, inclusão e a sustentabilidade agrícola e rural.

As autoridades agrícolas destacaram o trabalho conjunto entre os países e os organismos internacionais e agências de cooperação.

“Ultimamente temos nos reunido em mais ocasiões do que em uma situação normal, o que é muito bom. Devemos manter o intercâmbio de informações, produtos, medidas de sanidade agropecuária, a continuidade dos mercados e o apoio necessário às PME, com a clara intenção de ter elementos para a recuperação econômica pós pandemia, mas também a médio e longo prazo”, expressou Víctor Villalobos.

O Secretário de Agricultura dos Estados Unidos, Sonny Perdue, manifestou: “O restante do mundo deve olhar a relação que temos nas Américas, que sirva como exemplo de que a cooperação serve para todos”. Ele acrescentou que seu país se compromete a manter a cooperação com todos os seus parceiros comerciais e pediu para evitar a imposição de medidas que restrinjam o intercâmbio de produtos, sem a devida justificativa científica.

“O comércio agrícola é vital para todos os cidadãos, cria postos de trabalho, aumenta a renda e fornece alimentos seguros e de alta qualidade. Ademais, é vital manter as fronteiras abertas para os trabalhadores estrangeiros, uma vez que mantemos sua segurança, pois são essenciais e merecem ser tratados dessa maneira “, disse a Ministra de Agricultura do Canadá, Marie Claude Bibeau.

Tereza Cristina, Ministra de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil, disse que o setor agropecuário está sob grande pressão para manter o abastecimento de alimentos, mas segue demonstrando sua resiliência: “A recuperação estará associada ao setor agropecuário, mas precisamos melhorar as condições no campo, onde está concentrada a pobreza do mundo. Não podemos voltar à situação anterior à pandêmica, e sim, teremos que evoluir para um sistema mais justo que não recompense a ineficiência.”

Saboto Caesar, Ministro de Agricultura, Silvicultura, Pesca e Transformação Rural de São Vicente e Granadinas, enfatizou a necessidade dos países do Caribe de maior cooperação técnica, que transforme a base econômica de seus países, focada no turismo e atingida pela pandemia: “Devemos ter novas formas de cooperação, multilateral e bilateral.”

Antonio Walker, Ministro da Agricultura do Chile, expressou: “Se não tivéssemos a colaboração internacional, muitos dos habitantes de nossa região não poderiam se alimentar. Todos os países tomaram muitas medidas. No Chile, avançamos na certificação eletrônica e criamos um comité de abastecimento seguro de alimentos, de onde participam desde a agricultura familiar camponesa até o consumidor final. Estão incluídos os agricultores, os transportadores, mercados atacadistas, varejistas, supermercados e os feirantes”.

Espírito de cooperação regional

Também participaram da reunião virtual de ministros o Diretor-Geral do IICA, Manuel Otero, e o Representante Regional da FAO para a América Latina e o Caribe, Julio Berdegué, que concordaram que o setor agroalimentar pode ser um motor para a necessária recuperação econômica pós-pandemia.

Segundo Otero, o trabalho conjunto na região deve ser acompanhado de medidas concretas para alcançar o posicionamento dos ministros. “Sempre, e mais especialmente nesta conjuntura dramática, o setor de agricultores familiares deve ser uma prioridade; tanto quanto os dos profissionais de saúde ou o setor dos agentes de segurança pública. Precisamos de uma revolução agrícola digital na agricultura familiar e podemos fazê-la, porque a tecnologia para isso hoje tem um baixo custo e um alto retorno comprovado. É o setor mais relevante para a segurança alimentar “.

Julio Berdegué disse que é necessário reduzir as desigualdades na América Latina e no Caribe, ampliadas pela COVID-19: “A fome cresceu para 47,7 milhões de pessoas em 2019 e a expectativa é que aumente para quase 67 milhões até 2030, sem considerar o impacto da pandemia. Além disso, nossa região é a mais cara de todo o planeta para que uma pessoa possa ter uma dieta saudável, com um custo de quase US $ 4 por pessoa ao dia. Somos uma região fabulosamente produtora, mas a dieta saudável está além do alcance de quase 104 milhões de indivíduos”.

A reunião virtual de 13 de julho foi a segunda reunião de caráter hemisférico realizada este ano, ambas coorganizadas pelo IICA e a FAO. A  primera fue el 22 de abril, convocado pelo Ministro da Agricultura do Chile, Antonio Walker.

Uma reunião subsequente desse tipo está prevista para outubro próximo.

Mais informações

Randall Cordero, Coordenador de Comunicação Institucional do IICA

randall.cordero@iica.int

Benjamín Labatut, Oficial de imprensa e conteúdos FAO

benjamin.labatut@fao.org

 

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