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Ministro de Agricultura das Bahamas: “nossos esforços estão dirigidos a evitar converter-nos em refugiados climáticos”

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“A carnificina de Dorian durante três dias ensinou lições aos nossos cidadãos sobre a mudança do clima e o aquecimento global que anos de comentários internacionais sobre emissões de gases de efeito estufa não puderam ensinar,” assegurou Pintard na Conferência de Ministros de Agricultura das Américas 2019, em São José.

El ministro de Recursos Marinos y Agricultura de Bahamas, Michael Pintard

São José, 31 de outubro de 2019 (IICA) – O ministro de Recursos Marinhos e Agricultura das Bahamas, Michael Pintard, descreveu esta quinta-feira em um emotivo discurso os esforços do seu país para recuperar-se do furacão Dorian, que devastou a nação insular durante os primeiros dias de setembro.

“A carnificina de Dorian durante três dias ensinou lições aos nossos cidadãos sobre a mudança do clima e o aquecimento global que anos de comentários internacionais sobre emissões de gases de efeito estufa não puderam ensinar,” assegurou Pintard na Conferência de Ministros de Agricultura das Américas 2019, em São José, Costa Rica, organizada pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).

Dorian, o furacão mais potente do Atlântico Norte desde a metade do século XIX, foi impiedoso com o arquipélago caribenho e devastou as ilhas de Ábaco e Grande Bahama, duas das três com maior população do país.

Ambas ilhas representam entre 15 e 18% do PIB, disse o ministro, que pôs ênfase no impacto emocional provocado pelo flagelo da tempestade tropical.

“Nessas últimas semanas, tenho escutado histórias de uma mãe que teve que escolher qual filho salvar ou arriscar perder a sua vida também, ou um pai que viu como seu filho pequeno foi arrastado e não pôde salvar ele, ou o meu vizinho que viu a sua mulher desaparecer debaixo d’agua na sua casa,” relatou Pintard, também sobrevivente do poderoso furacão.

“Nossos esforços estão dirigidos a evitar converter-nos em refugiados climáticos. Nossa luta diária é abordar a migração interna de nossos cidadãos por causa da ocorrência climática,” afirmou.

O custo estimado da reconstrução da infraestrutura básica custará aproximadamente 200 milhões de dólares, segundo o funcionário. As perdas no setor privado, comercial e em residências particulares estão estimadas em um mínimo entre 2500 e 3000 milhões de dólares. 

El ministro de Recursos Marinos y Agricultura de Bahamas, Michael Pintard

O ministro detalhou as dificuldades do seu país para ter acesso à ajuda financeira antes do pior desastre da sua história.

“Nossas tentativas históricas de ter acesso à financiamento como Estado de alta renda per capita foram excepcionalmente difíceis e, em muitos casos, não foram considerados a pesar da qualidade do arquipélago do nosso país, onde a maioria das nossas 16 ilhas principais são de natureza rural,” sinalizou.

As estimações preliminares de danos ao setor agrícola para Ábaco e Grande Bahama excedem os 20 milhões de dólares, incluindo as perdas de renda, estrutura, equipamento, veículos, vivendas, plantações, gado e recursos marinhos.

Além disso, muitas empresas não voltaram a abrir após o desastre e não podem abrir a curto prazo.

Os fazendeiros perderam todos seus animais no leste de Grande Bahama. Ábaco Big Bird, o maior produtor avícola em Ábaco, perdeu 60,000 galinhas, 90% da sua plantação de lima e 50% de sua plantação de abacate, e sofreu danos severos de infraestrutura.

Pintard sinalizou que o IICA e o Departamento de Agricultura das Bahamas começaram programas de reabilitação com alguns dos agricultores afetados, fornecendo alimentos para os animais que sobreviveram.

A fertilidade da terra foi comprometida pela invasão da água salgada. Nove programas de ciências agrícolas que utilizavam aves de curral sofreram grandes perdas.

“As prioridades das Bahamas são reestabelecer os meios de vida dos agricultores e pescadores afetados por Dorian em um prazo de 12 meses; reestabelecer programas apícolas, criar vários abatedouros, promover a inovação e as novas tecnologias para apoiar aos jovens e às mulheres, adoptando tecnologias climaticamente inteligentes na agricultura e nos recursos marinhos, entre outros,” especificou Pintard.

“Nos deixaram ajoelhados, porem enquanto estávamos lá oramos e ficamos de pé para poder começar o trabalho de reconstrução, cooperação regional e administração global,” assegurou.

“Minha família perdeu o seu lar. Estivemos lá enquanto era destruído. As experiências próximas à morte cristalizam nossa visão, racionalizam suas prioridades e fortalecem a sua resolução (…) A prioridade é conseguir que os governos articulem uma visão clara do futuro da agricultura e promovam ela junto à sócios como o IICA, ao mesmo tempo também incentivando ao público para que sejam mais responsáveis pelo compromisso público feito para poder cumprir com ele,” concluiu o ministro das Bahamas.

 

Mais informação:

Comunicação Institucional, IICA

comunicacion.institucional@iica.int

 

 

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