Especialistas do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e do Departamento de Agricultura dos EUA executam um programa com o Serviço Veterinário Oficial de Barbados para a coleta de amostras e testes em fazendas de suínos.
Bridgetown, 29 de agosto de 2024 (IICA) — Uma missão técnica do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) está em Barbados para apoiar o fortalecimento da vigilância e prevenção da Peste Suína Africana (PSA) no país e em todo o Caribe.
Em colaboração com o Serviço Veterinário Oficial do Ministério da Agricultura, Alimentação e Segurança Nutricional de Barbados, nesta semana estão sendo realizadas jornadas de trabalho visando desenvolver estratégias para a prevenção e a contenção de possíveis surtos dessa doença viral.
A missão técnica faz parte do Projeto de Desenvolvimento de Capacidades em PSA na América Central e no Caribe do USDA-IICA, lançado em junho de 2024 para a América Central na sede central do IICA, na Costa Rica, e em outubro de 2023 para o Caribe durante a Semana da Agricultura do Caribe.
Os especialistas do USDA e do IICA desenvolveram um programa de trabalho que inclui reuniões técnicas e visitas de campo para a coleta de amostras e testes em fazendas de suínos. O objetivo é preparar o Serviço Veterinário Oficial para entrar na etapa de vigilância passiva da PSA, que inclui o desenvolvimento de uma estratégia de trabalho robusta com amostragens para o diagnóstico precoce da doença no país.
Essa é a primeira vez que o projeto realiza ações em fazendas dos países caribenhos para o diagnóstico precoce dessa doença hemorrágica viral que afeta principalmente os porcos.
A colaboração conjunta com o Serviço Veterinário Oficial de Barbados permite a criação de um plano estratégico nacional de trabalho com amostragens para o diagnóstico precoce e, assim, enfrentar possíveis surtos de PSA.
Esse plano contempla um enfoque interinstitucional que inclui acompanhar os suinicultores para enfrentar a doença e o fortalecimento das capacidades de vigilância dos serviços de saúde animal.
Entre os especialistas que participam se destacam: Mark Trotman, Chefe do Serviço Veterinário Oficial do Ministério da Agricultura, Alimentação e Segurança Nutricional de Barbados; Allister Glean, Representante do IICA em Barbados; Terence Mayers, veterinário do Serviço Veterinário Oficial do Ministério da Agricultura, Alimentação e Segurança Nutricional de Barbados; Ericka Calderón, especialista em Sanidade Agropecuária do IICA e responsável pelo projeto; Eric Coleman, Diretor de Programas de Emergência do Serviço de Inspeção Sanitária Animal e Vegetal (APHIS) do USDA; Zackery Tipton, Gerente de Programas do Serviço Agrícola Exterior (AFS) do USDA; e Fred Soltero, veterinário do USDA a responsável pelo escritório em Porto Rico.
Allister Glean assegurou que a representação do IICA em Barbados trabalha estreitamente com os especialistas técnicos da sede central do Instituto para fornecer apoio ao setor oficial do país na prevenção e vigilância da PSA.
“O trabalho dirigido pela sede central e nossos esforços se transformam em apoio precoce ao Ministério da Agricultura, Alimentação e Segurança Nutricional de Barbados e aos produtores para prevenir a entrada da doença. Também iniciamos um espaço de testes nas fazendas de suínos com a intenção de dar suporte aos produtores e trabalhar em parceria frente a um eventual surto”, disse Glean.
Mark Trotman ressaltou que o Serviço Veterinário Oficial de Barbados realiza testes de produtos de origem suína que poderiam estar contaminados com o vírus da PSA. Manifestou que esse é só um dos esforços que o governo da ilha faz para proteger o país e os produtores.
“A implementação de planos de vigilância e testes para prevenir a PSA somam-se aos demais esforços e por isso estamos totalmente comprometidos em participar desse programa do IICA e do USDA” observou Trotman.
Ericka Calderón comentou que o trabalho que está sendo realizado em Barbados inicia a etapa de implementação de planos de vigilância autossustentáveis ao longo do tempo nos países da região.
“Barbados foi selecionado como o primeiro país para trabalhar o plano-piloto de amostragem em suínos que será e continuado em outras nações da região. Estamos perante uma etapa de vigilância passiva, que tem como objetivo utilizar as estruturas de vigilância já existentes tem Barbados e assim coletar amostras e fazer testes que nos permitirão saber o status sanitário relacionado com a PSA no país” acrescentou Calderón.
O representante do AFS/USDA, Zackery Tipton, assegurou que o principal papel da instituição é dar suporte técnico às nações que possam ver sua segurança alimentar e economia comprometidas pela Peste Suína Africana.
“O conhecimento técnico do USDA contribui com um guia para trabalhar na prevenção da PSA, agora em países do Caribe. A nossa equipe de Porto Rico está presente hoje para dar capacitação ao serviço veterinário de Barbados e, assim, criarmos juntos uma estratégia robusta contra a propagação dessa doença” explicou Tipton.
Fred Soltero enfatizou a importância da contenção da doença, uma vez que uma disseminação para outros países do Caribe, além do Haiti e da República Dominicana, representaria uma ameaça à economia da região.
“O avanço da doença nos daria um panorama desanimador para a economia dos países do Caribe e da América Central. Os custos para os produtores seriam incalculáveis, e a contenção da doença em alguns países do continente americano seria quase impossível”, acrescentou Soltero.
Ele e sua equipe de Porto Rico desempenham um papel protagonista na missão em Barbados, ao fazer um trabalho educativo e de acompanhamento com os funcionários do Serviço Veterinário Oficial.
O projeto do USDA-IICA tem como objetivos a criação e a adoção de uma legislação sobre a PSA, a promoção de ações preventivas sob o enfoque “Uma Só Saúde” e a melhoria das capacidades de resposta perante surtos na região.
A importância dessas ações reside o fato de que a PSA é uma doença altamente contagiosa, com níveis de mortalidade e morbidade de quase 100% e que, em 2021, afetou significativamente a República Dominicana e o Haiti, desencadeando a necessidade de uma resposta coordenada na América Latina e no Caribe.
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