objetivo é adotar práticas e tecnologias sustentáveis para mitigar as emissões de gases do efeito estufa, aumentar a resiliência dos cultivos e garantir a segurança hídrica.
Dubai, Emirados Árabes Unidos, 6 de dezembro de 2023 (IICA) – A Secretaria de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul (Seapi), o Instituto Riograndense do Arroz (Irga), o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) apresentaram um projeto ao Fundo Verde do Clima (GCF, na sigla em inglês) para financiar pesquisas e ações para adaptar o cultivo de arroz irrigado no sul do Brasil aos impactos das mudanças climáticas. O objetivo é adotar práticas e tecnologias sustentáveis para mitigar as emissões de gases do efeito estufa, aumentar a resiliência dos cultivos e garantir a segurança hídrica.
Gabriel Delgado, coordenador da Região Sul e representantes do IICA no Brasil, se reuniu com os parceiros, que participam da formulação da proposta de projeto, na Conferência do Clima (COP28), em Dubai, que ocorre até 12 de dezembro.
“O Rio Grande do Sul tem um sistema com eficiência produtiva e ambiental. Pode ser um exemplo de como produzir de forma sustentável e rentável para outros países e, até mesmo para o Brasil. O foco do projeto é a ampliação das ações de sustentabilidade dentro do Estado”, avalia o representante do IICA no Brasil, Gabriel Delgado.
A Nota Conceitual do Arroz, documento que embasa o pedido de recursos, foi elaborada pelo Irga e pelo IICA, com anuência do MAPA e apoio ténico da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri). O projeto prevê investimetos de US$ 20 milhõs do GCG.
“A intenção é aplicar os recursos captados no desenvolvimento e transferências de práticas que reduzam a emissão de gases do efeito estufa no sistema de produção em terras baixas, tornando a produção agrícola da Metade Sul do Estado mais resiliente às mudanças climáticas”, detalha a pesquisadora do Irga, Mara Grohs. O Fundo Verde para o Clima deve responder ao pleito no prazo de um ano.
“O projeto terá impacto direto em 6.639 beneficiários e indireto em 37 mil pessoas, com projeção de redução de 3,4 toneladas de CO2 equivalentes por hectare de arroz semeado em rotação com a cultura da soja, anualmente”, enumera Mara.
Os recursos, se aprovados, deverão ser empregados na extensão rural e assistência técnica de produtores do sistema de produção de terras baixas, para adoção de práticas que reduzam a emissão de GEE e melhorem a eficiência do uso da água. Também serão utilizados para o financiamento de projetos de irrigação, drenagem e equipamentos para a melhoria da gestão das áreas de produção.
“Além disso, haverá investimentos em pesquisa para identificação de genótipos com menor padrão de emissão de gases dentro do banco genético do Irga. O material do instituto ocupou 65% da área de arroz semeado no Estado nesta última safra”, destaca a pesquisadora.
Estudos recentes do Irga apontam que o sistema de produção de arroz irrigado praticado no Rio Grande do Sul contribui significativamente com a redução de GEE, principalmente o metano. Tal redução se deve à adoção da rotação de culturas de sequeiro, como a soja, que atualmente está presente em 70% das áreas de terras baixas.
“Essa prática, inclusive, é um dos pré-requisitos citados no Plano ABC+. O Rio Grande do Sul foi o terceiro estado do país a definir suas metas a serem atingidas pelo plano até 2030”, complementa o coordenador do Comitê Gestor do Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono no Rio Grande do Sul (Plano ABC+ RS), Jackson Brilhante. “Esse é um importante projeto que contribuirá para as reduções de GEE no setor agropecuário, sem o comprometimento da produtividade de grãos bem como a rentabilidade do produtor”.
O Brasil se comprometeu a reduzir em 30% as emissões de metano no país até 2030. “A produção de arroz gaúcha pode contribuir para o país atingir essa meta”, conclui Jackson.
Entre as práticas mitigadoras de GEE adotadas nas lavouras gaúchas de arroz irrigado, estão a rotação com soja e milho; o preparo antecipado do solo ou plantio direto; a sucessão com culturas de inverno; a antecipação e supressão da irrigação; e a adoção de cultivares de alto potencial produtivo, como o IRGA.
Com informações da Comunicação da Seapi
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