“A região tem recursos produtivos para enfrentar o desafio de equilibrar esses objetivos aparentemente contraditórios, ou seja, aumentar a produção desempenhando o seu papel no nível global, enquanto se abordam adequadamente as prioridades referentes à ação climática, à inclusão e à redução da pobreza”, destacou o Diretor Geral do IICA, Manuel Otero.
São José, 28 de abril de 2022 (IICA) – O continente americano dispõe de recursos produtivos para aumentar a produção agropecuária e enfrentar a insegurança alimentar global, abordando simultânea e adequadamente as suas prioridades referentes à ação climática, à inclusão social e à redução da pobreza – afirmou o Diretor Geral do IICA, Manuel Otero, em uma palestra na Organização Mundial do Comércio (OMC).
Otero, na condição de Diretor Geral do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), participou do “Seminário da OMC sobre Segurança Alimentar: Perspectivas Técnicas”, em que funcionários, peritos de organizações internacionais e formuladores de políticas dialogaram sobre comércio e segurança alimentar em um contexto desalentador provocado pelos efeitos de dois anos de pandemia da Covid-19 e pelo conflito armado na Ucrânia, que fez os preços dos alimentos e da energia dispararem.
No seminário, lembrou-se que cerca de 1 bilhão de pessoas passam fome no mundo, apesar do aumento significativo da produção agrícola nos últimos anos como resultado do avanço tecnológico, e que garantir a segurança alimentar é um desafio de política pública mundial. Dele participaram a Diretora Geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala, e o seu Diretor Adjunto, Jean-Marie Paugam, o Economista Chefe da FAO, Máximo Torero, e funcionários de alto nível com responsabilidades nas áreas de agricultura e comércio, bem como embaixadores de países dos cinco continentes credenciados junto ao organismo que tem sede em Genebra.
“Temos um grupo, o de países exportadores líquidos, que podem ser considerados os celeiros do mundo e são parte de um continente que é o principal exportador líquido de alimentos do planeta, situação que coexiste tanto com uma reversão das melhorias na redução da pobreza como com outras realidades da região; e outro grupo, o de países importadores líquidos, que foram significativamente afetados pela crise internacional”, destacou Otero.
O Diretor Geral do IICA acrescentou que a parcela da população latino-americana e caribenha que padecia de insegurança alimentar antes da guerra na Ucrânia aumentou em 10%.
“Essa imagem reforça que não existe um conjunto de ferramentas de ‘medida única’, impondo-se a necessidade de um equilíbrio cuidadoso dos instrumentos para que cada situação seja abordada adequadamente. O que funcionará para a contribuição global da região não necessariamente funcionará para os países”, acrescentou Otero, em uma mesa moderada pela Embaixadora da Costa Rica junto ao organismo que cuida do comércio global, Glória Abraham Peralta.
E concluiu: “A boa notícia é que, em geral, a região tem recursos produtivos para enfrentar o desafio de equilibrar esses objetivos aparentemente contraditórios, ou seja, aumentar a produção desempenhando o seu papel no nível global, enquanto se abordam adequadamente as prioridades referentes à ação climática, à inclusão e à redução da pobreza”. Para tanto, fez um apelo a estratégias em matéria de ciência e tecnologia, inclusão da agricultura familiar e fomento de um entorno comercial fluido e transparente que permita o aproveitamento do potencial produtivo dos recursos naturais da região e a sua eficiência produtiva.
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