Esse foi o conceito que apresentou o ex-Ministro de Agricultura do Brasil e um dos referentes mundiais do movimento cooperativo, Roberto Rodrigues, endereçando mais de 40 líderes de 21 países de todas as regiões do continente americano, como parte do Primeiro Encontro de Líderes Rurais das Américas convocado pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).
São José, 24 de abril, 2024 (IICA). O cooperativismo é a chave do progresso para os pequenos produtores das Américas e o caminho para acessar mercados e escalar o nível de produção, melhorar a renda econômica e se manterem atualizados na atividade agropecuária, transformando a vida das suas famílias e o desenvolvimento dos territórios rurais.
Esse foi o conceito que apresentou o ex-Ministro de Agricultura do Brasil e um dos referentes mundiais do movimento cooperativo, Roberto Rodrigues, endereçando mais de 40 líderes de 21 países de todas as regiões do continente americano, como parte do Primeiro Encontro de Líderes Rurais das Américas convocado pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).
Rodrigues explicou no diálogo, que contou com a presença de agricultores familiares, produtores médios, camponeses, integrantes de comunidades indígenas, educadores, promotores de cooperativas, estudantes, líderes comunitários, impulsores da inovação e da tecnologia no campo e ativistas por um papel protagonista de mulheres e jovens na atividade agropecuária, que a globalização da economia produziu uma competição que representa grandes riscos para os pequenos e médios produtores, “ao ponto de poder desaparecer dos mercados”.
“Os países desenvolvidos resolveram faz tempo esse problema por meio do protecionismo, formas de subsídio de créditos, de preços agrícolas; os pequenos agricultores estão mais expostos, em uma competição difícil, e devem procurar ferramentas como o associativismo e o cooperativismo para garantir a sua existência e progresso nos mercados”, declarou o atual coordenador do Centro de Agronegócios da Escola de Economia de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas.
Em uma conversa sobre os desafios do associativismo e do cooperativismo, Rodrigues, Cátedra IICA em agronegócios, detalhou que o cooperativismo “é uma doutrina”, e realiza um papel como fornecedor de bens e serviços, facilita o acesso aos alimentos e financiamento, fornece condições de inserção de produtos familiares aos mercados internacionais, potencializa a competitividade e o valor agregado, assegura o funcionamento dos esquemas de comercialização e se concentra em melhorar as condições de vida dos seus associados e comunidades, principalmente rurais.
Além disso, é crucial para promover a educação e a assistência técnica, impulsionar a igualdade de gênero e proteger o meio-ambiente. “Permite a escala de que carece o produtor rural, que seja mais forte é comum com seus companheiros de cooperativa. Esse fato é cada vez mais reconhecido”, disse.
Na palestra mencionou o exemplo do seu país, Brasil, onde as cooperativas agropecuárias já atestam por 54% da produção rural. “É mais da metade e uma característica; 80% dos associados nas cooperativas são pequenos ou médios produtores com propriedades rurais médias ou baixas, de mais ou menos até 100 hectares, e essas cooperativas os transformam em seu conjunto em um grande produtor que pode competir com igualdade de condições com os grandes produtores”, mencionou.
O professor foi claro ao sinalizar aos Líderes da Ruralidade das Américas que criar cooperativas não é uma tarefa “fácil”, e que desde sua concepção devem cumprir três condições essenciais: “que a comunidade sinta a necessidade de uma cooperativa, a cooperativa é uma empresa e deve ser economicamente viável e também requer um espírito associativo e liderança. Se uma dessas não existir, não será possível criar uma cooperativa”, declarou.
Complementou que é vital a transparência e a fidelidade ou sentimento de pertencimento dos integrantes de uma cooperativa, para escalar nos mercados e promover socialmente os integrantes.
“O cooperativismo não tem crescido muito porque falta cooperação, falta educação, falta compreensão do que realmente é o cooperativismo. Por isso este Primeiro Encontro de Líderes da Ruralidade das Américas é de tanta importância, é um evento integrativo que permite experiências entre participantes ao aproximar os povos e os participantes de diferentes regiões rurais dos países do continente americano”, concluiu Rodrigues.
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