O primeiro passo da iniciativa, que contribuirá para o desenvolvimento de processos produtivos mais eficientes e abrirá a oportunidade de apresentar projetos tanto ao setor público como ao privado, será a realização de estudos de viabilidade, graças a uma contribuição que será realizada pelo GCF de 1,5 milhões de dólares.
São José, Costa Rica, 18 de janeiro de 2022 (IICA) — O Fundo Verde do Clima (GCF, sigla em inglês) e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) trabalharão de maneira conjunta em um projeto que visa reduzir as emissões de metano da pecuária das Américas, o qual será financiado com recursos da ordem de 100 milhões de dólares. O metano é um dos principais gases de efeito estufa (GEE).
O primeiro passo da iniciativa, que contribuirá para o desenvolvimento de processos produtivos mais eficientes e abrirá a oportunidade de apresentar projetos tanto ao setor público como ao privado, será a realização de estudos de viabilidade, graças a uma contribuição que será realizada pelo GCF de 1,5 milhões de dólares.
Assim foi anunciado pelo Subdiretor Executivo do maior fundo de financiamento climático do mundo, Javier Manzanares, na cerimônia de posse de Manuel Otero pelo seu segundo mandato como Diretor Geral do IICA.
O GCF, com sede na República da Coreia, é um fundo criado pela Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima com uma carteira de aportes de 20 bilhões de dólares. Sua missão é ajudar países em desenvolvimento a desenvolver práticas de adaptação à mudança do clima e de mitigação de seus efeitos.
O Fundo acreditou o IICA em julho passado a implementar projetos financiados por sua carteira creditícia, o que permite ao organismo hemisférico ter acesso a recursos que apoiem iniciativas de adaptação e resiliência climática da agricultura e da ruralidade nos países das Américas. Dois meses depois, as duas instituições assinaram um acordo para apoiar iniciativas de adaptação e resiliência climática na agricultura e na ruralidade dos países das Américas.
Manzanares explicou que a agricultura é um setor crítico na questão da mudança do clima, uma vez que é causa de 25% dos GEE e, por outro lado, sofre por suas consequências, na forma de fenômenos meteorológicos extremos.
“O IICA se transformou em um veículo para atrair recursos do Fundo em termos de agricultura, florestas e outros usos da terra, uma vez que foi aprovada a sua acreditação e foi assinado o documento legal para implementar esse tipo de ajuda”, explicou o funcionário do organismo internacional.
Na última conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP 26, em Glasgow, o GCF aderiu à declaração assinada por mais de 100 países em que se propõe reduzir em 30% as emissões globais de metano até 2030.
“Se esse objetivo for alcançado, o aquecimento global atualmente projetado seria reduzido em 0,2 graus Celsius”, disse Manzanares, que considerou que o IICA tem as atribuições necessárias para ser um facilitador na relação entre os ministros de agricultura das Américas e o GCF.
O funcionário também valorizou o papel do IICA como ponte entre o setor agropecuário das Américas e de outras regiões e, nesse sentido, elogiou o estabelecimento de relações do Instituto com o continente africano.
“O IICA — acrescentou — também pode ser um parceiro relevante dos Estados nos mercados de crédito de carbono, tanto obrigatórios como voluntários. Existem dezenas de projetos de qualidade no setor de agricultura, florestas e outras florestas da terra”.
O Diretor Geral do IICA destacou a importância da notícia em direção a uma maior sustentabilidade na produção agropecuária das Américas.
“O IICA — anunciou — alocará o melhor de seus quadros técnicos e de sua capacidade de diálogo para avançar na transformação dos sistemas agroalimentares da região, a qual só pode ser sustentável”.
Otero reafirmou o compromisso do IICA com os esforços globais de mitigação da mudança do clima e, especialmente, no âmbito da adaptação a suas consequências.
“Com esse projeto — concluiu — buscamos aumentar a eficiência dos sistemas produtivos na cadeia pecuária, a qual recebeu muitas críticas e pouca compreensão dos avanços que têm sido realizados. É uma honra ser parceiro do Fundo Verde do Clima”.
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