A palavra AgTech engloba uma amplíssima gama de novas tecnologias que se aplicam na agricultura para aumentar a sua eficiência, produtividade e sustentabilidade.
Buenos Aires, 8 de setembro de 2021 (IICA). – O Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA) da Argentina e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) constituíram uma rede regional de AgTech com o objetivo de gerar um espaço de vinculação, colaboração e construção coletiva que contribuirá para o surgimento e o desenvolvimento de soluções inovadoras de alto impacto para a agricultura.
A palavra AgTech engloba uma amplíssima gama de novas tecnologias que se aplicam na agricultura para aumentar a sua eficiência, produtividade e sustentabilidade.
A Rede Interamericana de AgTech foi criada pelas duas instituições por meio de um convênio de cooperação técnica firmado pela Presidente do INTA, Susana Mirassou, e pelo Diretor Geral do IICA, Manuel Otero, com o propósito de se criar uma agenda de trabalho público-privada para a abordagem conjunta aos desafios e às oportunidades em torno de um tema central para o presente e o futuro dos sistemas agroalimentares.
O INTA é o organismo estatal de pesquisas agropecuárias da Argentina. Desde a sua fundação em 1956, ele visa à inovação como motor do desenvolvimento e fomenta a cooperação para a geração de conhecimentos e tecnologias. Tem uma história de quase 60 anos de colaboração com o IICA, que vem trabalhando ativamente na expansão da agricultura digital e nos seus amplos benefícios para a América Latina e o Caribe, região em que o processo ainda é incipiente.
“Vivemos um processo acelerado de digitalização, que se intensificou devido à pandemia e às fortes mudanças que ela nos trouxe. As tecnologias digitais se demonstraram essenciais para o funcionamento da sociedade e da economia. No setor agroalimentar, enfrentamos pesados desafios, que poderemos abordar melhor se potencializarmos a digitalização por meio de infraestrutura, conectividade e desenvolvimento de habilidades”, disse Mirassou.
A presidente do INTA destacou que, nos últimos anos, surgiram na Argentina mais de 140 empreendimentos de AgTech, de acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Pesca da Nação.
“Esse dado”, sustentou Mirassou, “mostra o dinamismo da inovação. Daqui do INTA, viemos acompanhando o desenvolvimento desse ecossistema com ações concretas que promovem a interação entre inovadores, empreendedores e empresários AgTech, com uma abordagem que prioriza a inclusão, incorpora um enfoque de gênero, dá oportunidades aos jovens, incentiva a agricultura familiar e promove o arraigamento nas zonas rurais”.
Por sua vez, Manuel Otero ressaltou que o acordo vem reforçar os laços históricos entre o INTA e o IICA, que devem ser projetados para o futuro. “Somos”, disse, “o único continente que gerou um consenso para a próxima Cúpula sobre Sistemas Alimentares das Nações Unidas, com base em 16 mensagens. Uma deles refere-se à necessidade de se acelerar a digitalização da agricultura, que precisa fazer uma contribuição decisiva para alcançarmos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Não há tempo a perder”.
Otero observou que, quando se fala de AgTech, não se pensa só em produtores inovadores, mas em todo o sistema de produção e consumo de alimentos.
“Precisamos trabalhar com uma visão holística e sistêmica. A convocação da ONU para a Cúpula sobre Sistemas Alimentares nos fez muito bem, porque estamos pensando em como construir uma agricultura mais inclusiva, mais produtiva e mais responsável ambientalmente. As AgTech são células que ajudam o processo de transformação da agricultura que está em andamento, e é por isso que estamos muito comprometidos com esse tema”, complementou o Diretor Geral do IICA.
Do ato de assinatura do convênio, realizado virtualmente, participaram também o vice-presidente do INTA, Tomás Schlichter; o Diretor Nacional, Carlos Parera; o Coordenador Nacional de Vinculação Tecnológica e Relações Institucionais, Juan Llorens; a Diretora do Centro de Pesquisa em Economia e Prospectiva, Karina Casellas; o Profissional do Centro, Carlos Vidal; e o Gerente de Relações Institucionais, Guillermo Sánchez, que atuou como moderador.
Da parte do IICA, participaram Federico Villarreal, Diretor de Cooperação Técnica; Jorge Werthein, Assessor Especial da Direção Geral; Miguel Arvelo, Chefe de Gabinete; Caio Rocha, Representante do IICA na Argentina e Coordenador da Região Sul; Gabriel Delgado, Representante do IICA no Brasil; Federico Bert, Especialista em Agricultura Digital; Federico Ganduglia, Especialista em Políticas e Agronegócios; e Ignacio Hernaiz, Assessor Especial em Relações Institucionais.
Carlos Vidal, que coordenou o convênio em nome de INTA, contou que o conteúdo do acordo foi trabalhado pelas duas instituições durante vários meses.
“O desafio”, afirmou, foi crescendo cada vez mais. Temos consciência da relevância que o ecossistema AgTech tem em países onde está amplamente desenvolvido, como Argentina e Brasil, e da necessidade de potenciá-lo em outras nações da região. Procuramos apoiar as startups apostando na sua internacionalização, uma vez que o setor começa a ter importância para a exportação de produtos e serviços. Temos um desafio maiúsculo”, observou.
Federico Villarreal considerou que a digitalização da agricultura oferece grandes oportunidades e, ao mesmo tempo, enormes desafios para fortalecer e melhorar os sistemas agroalimentares.
“O nível de digitalização no hemisfério”, admitiu Villarreal, “ainda é baixo e desigual, mas começou a se acelerar, em parte pela pandemia da Covid-19 e em parte pela força da realidade. O processo deve ser dinâmico e inclusivo”, disse.
“Estamos confiantes de que a Rede”, acrescentou, “fortalecerá o posicionamento na agenda do tema, promoverá a digitalização dos serviços do Estado associados à agricultura e à alimentação, gerará espaços de encontro e trabalho e promoverá a vinculação das startups do setor”.
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