Destacados peritos participaram de uma jornada acadêmica e de intercâmbios de experiências e boas práticas, a que assistiram produtores agropecuários e pesquisadores dos setores público e privado.
Buenos Aires, 21 de setembro de 2022 (IICA) – O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MinCyT) da Argentina e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) deram o primeiro passo formal em seu trabalho conjunto para potencializar o desenvolvimento da bioeconomia e da digitalização do meio rural e do setor agroalimentar no país e no continente.
Destacados peritos participaram de uma jornada acadêmica e de intercâmbios de experiências e boas práticas, a que assistiram produtores agropecuários e pesquisadores dos setores público e privado. A atividade aconteceu no moderno Auditório do Centro Cultural da Ciência, em Buenos Aires, e contou com a participação da renomada cientista argentina Raquel Chan, que liderou o desenvolvimento do gene HB4 que provém do girassol e confere tolerância à seca à soja e ao trigo.
Chan foi distinguida neste ano com o título “Cátedra IICA em Biotecnologia e Desenvolvimento Sustentável” por suas contribuições para o fortalecimento dos sistemas nacionais de ciência e tecnologia. A cientista fez uma palestra intitulada “A relação contínua entre ciência e tecnologia contada com o exemplo do desenvolvimento da tecnologia HB4 até o surgimento do projeto da Argentina contra a Fome”, na qual fez um relato detalhado desse trabalho grande importância para melhorar a produtividade dos cultivos em condições adversas.
A jornada foi aberta pelo Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação da Argentina, Daniel Filmus, com o Secretário de Agricultura, Pecuária e Pesca da Nação, Juan José Bahillo, e o Diretor Geral do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Manuel Otero.
A atividade foi um dos resultados do convênio que o MinCyT e o IICA assinaram em março deste ano, que contempla, além de ações de cooperação técnica, a identificação e a análise de oportunidades e negócios potenciais da bioeconomia apoiados em desenvolvimentos científicos e tecnológicos nas cadeias e nos territórios.
A necessidade de se potencializar o desenvolvimento da bioeconomia na Argentina e na região surgiu de seminários realizados nos últimos meses, em que profissionais do MinCyT e do IICA elaboraram uma agenda de trabalho.
A bioeconomia é a utilização intensiva de conhecimentos em recursos, processos, tecnologias e princípios biológicos para a produção de bens e serviços em todos os setores da economia e em harmonia com o meio ambiente.
A Argentina e os demais países da América Latina e do Caribe já alcançaram progressos agroindustriais valiosos em bioeconomia, mas têm um potencial muito maior devido a seus extraordinários recursos naturais.
Ciência e tecnologia para transformar
“Imaginamos uma Argentina do futuro que tenha na ciência e na tecnologia ferramentas fundamentais para satisfazer as necessidades de nossa gente”, disse Filmus, que falou da importância de se iluminar políticas de Estado na matéria.
“A ciência e a tecnologia devem contribuir para as pessoas viverem dignamente e terem acesso à alimentação que merecem ter. A Argentina produz muitos mais alimentos do que os necessários para alimentar sua população, e nossa produção pode continuar crescendo. Mas também é fundamental que existam decisões políticas adequadas para assegurar que os alimentos cheguem a todos e sejam distribuídos equitativamente”, afirmou.
Por sua vez, o Secretário Bahillo afirmou que a ciência, a tecnologia e o conhecimento são estratégicos nos desafios atualmente colocados pelos sistemas produtivos. “Naturalmente, temos que produzir mais com menor impacto sobre os ecossistemas. Temos que assegurar a sustentabilidade ambiental, mas também a econômica, a ambiental e a social. Para isso são decisivos a biotecnologia e o desenvolvimento científico. Devemos sair das discussões estéreis que nos imobilizam”, acrescentou Bahillo.
Manuel Otero enfatizou que a questão da segurança alimentar está hoje no topo da agenda mundial devido a uma crise multidimensional que levou alguns países a sofrerem escassez de alimentos e má nutrição. “Por isso, a ciência, a tecnologia e a inovação adquirem um papel decisivo para uma nova agricultura. Por ocasião da Cúpula das Américas, neste ano em Los Angeles, defendemos a necessidade de unirmos forças. Hoje, é fundamental trabalhar juntos”, disse Otero.
O Diretor Geral do IICA concluiu que a bioeconomia propõe uma ponte entre produção e meio ambiente e oferece aos países da América Latina e do Caribe a possibilidade de incursionar em novas cadeias de valor e de transformar a biomassa que abunda na região, gerando emprego e melhorando a qualidade de vida das sociedades.
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