O acordo também possibilita a realização de projetos conjuntos em áreas como competitividade e sustentabilidade das cadeias agroalimentares; sistemas alimentares saudáveis, sustentáveis e inclusivos; agricultura familiar e desenvolvimento territorial; e mudança do clima e gestão dos recursos naturais, entre outras áreas.
Buenos Aires, 16 de março de 2022 (IICA) — O Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MinCyT) da Argentina e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) unirão suas capacidades técnicas para trabalhar em conjunto no desenvolvimento da bioeconomia e da digitalização do meio rural e do setor agroalimentar.
Assim ficou acordado pelo Ministro da pasta, Daniel Filmus, e o Diretor Geral do IICA, Manuel Otero, por um convênio de cooperação assinado em Buenos Aires que abre as portas ao financiamento e à implementação de projetos concretos na Argentina e na região.
A assinatura foi precedida por um seminário virtual em que funcionários e técnicos do MinCyT e do IICA compartilharam experiências e visões e acordaram as primeiras diretrizes de um programa de bioeconomia com aplicação na agroindústria que será implementado por parcerias com o setor privado.
A bioeconomia é a utilização intensiva de conhecimentos em recursos, processos, tecnologias e princípios biológicos para a produção sustentável de bens e serviços em todos os setores da economia, definiu, no seminário, Hugo Chavarría, Gerente do Programa Hemisférico de Bioeconomia e Desenvolvimento Produtivo em IICA.
“Os novos conhecimentos e tecnologias nos permitem um melhor e maior aproveitamento do biológico não só para produzir commodities e alimentos, mas também biofármacos, biocosméticos, biocombustíveis e de toda uma série de bioprodutos e bioserviços que têm uma altíssima agregação de valor” explicou Chavarría.
O especialista especificou que se trata de aproveitar as qualidades físico-químicas da biodiversidade e considerou, nesse sentido, que a “Argentina e outros países do continente estão entre aqueles com maior disponibilidade de riquezas biológicas no mundo. Deveríamos ser protagonistas desse novo modelo de desenvolvimento, de modo que devemos trabalhar arduamente para divulgá-lo e desenvolver capacidades”.
A Diretora Nacional de Promoção da Política Científica da Argentina, Karina Pombo, afirmou que o MinCyT e o IICA buscarão “resultados concretos na Argentina e na região sobre como a bioeconomia pode ajudar no desenvolvimento do setor rural”.
“Propomos o objetivo de que os projetos financiados cheguem a todos os lugares, abrangendo e promovendo todas aquelas províncias argentinas que demandem um impulso na produção e convidando outros países da América Latina e do Caribe”, acrescentou.
O trabalho conjunto entre o MinCyT e o IICA abrangerá não apenas a cooperação técnica, mas também a identificação e análise de oportunidades e negócios potenciais da bioeconomia, apoiados nos desenvolvimentos da ciência e da tecnologia nas cadeias e territórios.
Nessa linha, o perito Eduardo Trigo, assessor do IICA, pontuou a necessidade de incorporar o setor privado como ator principal. “A bioeconomia entrou na região pela Argentina, que foi o primeiro país que viu a oportunidade. Mas o desdobramento de seu verdadeiro potencial será uma realidade quando a liderança dos desenvolvimentos for do setor privado”, afirmou.
Por sua vez, Fernando Vilella, Diretor do Programa de Bioeconomia e Professor Titular da Cátedra de Agronegócios da Faculdade de Agronomia da Universidade de Buenos Aires (UBA), enfatizou a necessidade de fortalecer os recursos humanos, pela formação de jovens cientistas, e também de promover uma atualização normativa que facilite o desenvolvimento dos processos.
“Precisamos dar visibilidade social — ressaltou — às oportunidades oferecidas pela bioeconomia para que a comunidade a entenda, incorpore e aceite”.
O acordo de cooperação firmado entre o MinCyT e o IICA também possibilita a realização de projetos conjuntos em áreas como competitividade e sustentabilidade das cadeias agroalimentares; sistemas alimentares saudáveis, sustentáveis e inclusivos; agricultura familiar e desenvolvimento territorial; e mudança do clima e gestão dos recursos naturais, entre outras áreas.
Na reunião entre Filmus e Otero, além disso, o Ministro argentino contou ao Diretor Geral do IICA sobre os avanços da obra que está sendo executada pelo MinCyT na propriedade de Colonia Capitán Sarmient — em Mercedes, província de Buenos Aires — onde está sendo construído um Polo Científico Tecnológico e onde já funciona o Centro de Inovação para uma Agricultura Sustentável.
Juntamente com Otero, participaram da reunião no MinCyT o Assessor Especial da Direção Geral do IICA, Jorge Werthein; o Representante do IICA na Argentina, Caio Rocha; e o Assessor de Relações Institucionais do IICA no Mercosul, Ignacio Hernaiz.
Com autoridades da INTA e do SENASA
Em sua visita a Buenos Aires, o Diretor Geral do IICA e sua equipe de trabalho se reuniram também com o Presidente do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA) e com a Presidente e o Vice-Presidente do Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (SENASA), Diana Guillén e Rodolfo Acerbi, respectivamente.
“O IICA se comprometeu em colaborar com o INTA na construção da dimensão internacional do organismo argentino de pesquisa, disponibilizando programas e mecanismos de desenvolvimento e financiamento tão importantes como o Procisur e o Fontagro”, explicou Otero.
“Vamos a trabalhar pelos 34 escritórios que o IICA tem nas Américas — especificou — para divulgar e transferir para o continente todas as tecnologias que o INTA possui”, acrescentou.
Na reunião com as autoridades do SENASA foi discutido como otimizar a vigilância zoo e fitossanitária e como enfrentar os desafios da prevenção de pragas e doenças no difícil contexto da mudança do clima.
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