No ano passado, os países das Américas chegaram à Cúpula com uma posição de consenso, manifestada em 16 mensagens com princípios chaves que defenderam de forma coordenada e conjunta. Os consensos foram alcançados após extensas jornadas de debate coordenadas pelo IICA e foram referendados pelos ministros e secretários de agricultura de todo o continente.
São José, 24 de fevereiro de 2022 (IICA) — Países da América Latina e do Caribe contaram seus resultados e os desafios que enfrentam conforme avançam na transformação de seus sistemas agroalimentares para torná-los mais sustentáveis em uma sessão de diálogo convocada para dar prosseguimento aos roteiros apresentados na Cúpula de Sistemas Alimentares da ONU.
No encontro, compartilharam suas experiências representantes da Argentina, Bahamas, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, México, Panamá, Peru, República Dominicana e Uruguai.
Também participaram: o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e representantes de escritórios regionais e sub-regionais da FAO, do IFAD, da CEPAL, do Sistema da Integração Centro-Americana (SICA) e da Comunidade do Caribe (CARICOM).
No ano passado, os países das Américas chegaram à Cúpula com uma posição de consenso, manifestada em 16 mensagens com princípios chaves que defenderam de forma coordenada e conjunta. Os consensos foram alcançados após extensas jornadas de debate coordenadas pelo IICA e foram referendados pelos ministros e secretários de agricultura de todo o continente.
As mensagens, que colocaram em primeiro plano o papel dos agricultores e a centralidade da agricultura como caminho para o desenvolvimento, continuarão a orientar a ação dos países, concordaram os delegados.
No caminho para a Cúpula também ocorreram diálogos nacionais, e os países elaboraram roteiros sobre o futuro da alimentação, do processamento, do transporte e do consumo de alimentos.
Esses roteiros, que já estão sendo implementados em muitas nações, são documentos que estabelecem estratégias acompanhadas por planos de investimento e monitoramento dos resultados.
A representante da Argentina, Carola Ramón, ressaltou a importância de transformar os sistemas agroalimentares para catalisar a implementação da Agenda 2030 e o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Além disso, destacou o papel do IICA no processo para a Cúpula e a realização de uma declaração conjunta dos países das Américas sobre o futuro da alimentação.
Do Equador, Evelin Martillo, destacou que a prioridade de seu país está relacionada à melhoria das condições para a agricultura familiar e camponesa, que proporciona 60% da produção nacional de alimentos. Também valorizou a tarefa do IICA em apoio às transformações em andamento.
“Estabelecemos um roteiro que prioriza quatro questões: o fortalecimento da agricultura familiar; a inovação e a tecnologia dos sistemas produtivos; os aspectos de mercado; e a sustentabilidade ambiental e a resiliência diante da mudança do clima”, explicou, em nome do Panamá, Melina Sánchez.
O representante do Brasil, Luiz Keppe, explicou que seu país colocou o foco na participação de coalizões que trabalham em temas como cardápios escolares, dietas saudáveis e pecuária sustentável. “São diversos os Ministérios interessados em participar do processo de transformação da alimentação”, apontou.
A Colômbia trabalhou em 2021 com as organizações dos territórios, com a academia e o setor privado para desenvolver diálogos e já aprovou seu roteiro para a transformação na comissão de segurança alimentar e nutricional, segundo explicou a delegada Zulma Fonseca.
A uruguaia Cecilia González explicou o processo de diálogo em seu país e destacou a permanente interação com o IICA para reforçar os aspectos técnicos e de implementação dos projetos agrícolas.
No México, foi apresentada ao Parlamento uma nova proposta da lei de alimentação adequada. Ao mesmo tempo, o Governo está construindo a estratégia nacional de alimentação, a qual espera que esteja pronta em março, informou Lizbeth Díaz.
Enquanto isso, no Peru, Fidelina Díaz reconheceu que os últimos meses foram complicados para a gestão governamental, mas que continuam avançando na validação dos roteiros para alcançar os sistemas agroalimentares sustentáveis elaborados nos diálogos nacionais. “É um bom momento — afirmou —, pois nos encontramos na formulação da política nacional de segurança alimentar, que esperamos concluir nos próximos meses”.
A representante do Ministro encarregado da Agricultura de São Vicente e Granadinas, Saboto Caesar, destacou a importante contribuição feita pelo IICA aos países das Américas com a elaboração das 16 mensagens e do consenso hemisférico para a Cúpula e solicitou a continuidade desse apoio para os novos processos.
Saint Kitts e Nevis, por sua vez, destacou também o apoio do IICA para trabalhar em prol da sustentabilidade de sua produção agrícola.
Depois das exposições dos países, o Diretor de Cooperação Técnica do IICA, Federico Villarreal, manifestou o apoio do organismo hemisférico à realização de ações concretas para transformar os sistemas agroalimentares, a fim de avançar para o cumprimento dos ODS.
Neste sentido, explicou que “o IICA tem um firme compromisso de colaborar com esse hub de diálogo que busca dar prosseguimento às decisões da Cúpula de Sistemas Alimentares. Atualmente estamos revisando os roteiros apresentados pelos países para identificar ações concretas e identificar políticas que acelerem as transformações. Seguimos pelo trabalho da construção coletiva que resultou no documento de 16 mensagens que as Américas levaram à Cúpula”, acrescentou.
As 16 mensagens chave sobre o papel insubstituível da agricultura ressaltam que os produtores agropecuários e os trabalhadores dos sistemas alimentares são um elo imprescindível e central e que, sem produção agropecuária, não há matérias-primas a serem transformadas em alimentos. Além disso, destacam a agricultura como uma atividade fundamental para erradicar a pobreza, promover o desenvolvimento rural e proteger o meio ambiente.
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