Embora originado na Ásia, o R4T deslocou-se aos poucos na direção do Ocidente e, em 2019, foi detectado na Colômbia, o que acendeu o alarme nas zonas tropicais da América Latina e do Caribe, cujos países estão entre os maiores produtores e exportadores de banana do mundo. Mais tarde, em 2021, foi detectado um surto no norte do Peru.
São José, 31 de março de 2022 (IICA) – A coalizão de luta contra a praga que ameaça a produção mundial de banana e, com isso, a segurança alimentar e nutricional de milhões de famílias, prestou contas das conquistas alcançadas e estabeleceu as suas prioridades para o restante de 2022.
Representantes do setor privado, da academia, das organizações da sociedade civil, de entidades estatais e organismos internacionais que integram a Parceria Global de Cooperação de Luta contra o Fusarium R4T realizaram uma reunião em que mostraram os pontos fortes do seu trabalho, apesar do difícil cenário proposto pela pandemia da Covid-19 e, mais recentemente, pelo impacto do conflito bélico no Leste Europeu.
Embora originado na Ásia, o R4T deslocou-se aos poucos na direção do Ocidente e, em 2019, foi detectado na Colômbia, o que acendeu o alarme nas zonas tropicais da América Latina e do Caribe, cujos países estão entre os maiores produtores e exportadores de banana do mundo. Mais tarde, em 2021, foi detectado um surto no norte do Peru.
Os atores da Parceria, comprometidos com a sustentabilidade da agricultura, começaram a trabalhar em conjunto em janeiro de 2020 com foco na prevenção da propagação, no desenvolvimento genético e na educação dos consumidores.
A coalizão foi constituída formalmente um ano mais tarde, com o principal objetivo de conter o avanço da considerada “pandemia da banana” e, no médio e longo prazos, investigar e desenvolver soluções de melhoria genética.
O Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) exerce a secretaria da Parceria, cujo Comitê Executivo é integrado pelo Instituto Internacional de Agricultura Tropical (IITA), pela Corporação Bananeira Nacional (CORBANA) da Costa Rica, pelas companhias Bayer e Chiquita Brands International, pela Rede Solidariedade e pela Universidade de Wageningen dos Países Baixos.
“Em mais de dois anos de trabalho, nós nos consolidamos e fortalecemos. Em diversas instituições de pesquisa, avançou-se muito em edição genética, com o fito de se conseguir uma banana resistente à doença, mas sabemos que essa tarefa pode levar de 5 a 7 anos. Por isso, hoje a gestão agronômica é fundamental para que a praga não se expanda”, explicou Gabriel Rodríguez, que exerce a secretaria do Comitê Executivo da Parceria e é Representante do IICA no Paraguai.
As prioridades que a coalizão se fixou para esse ano incluem avançar-se na pesquisa científica, uma vez que a doença atualmente não tem cura e põe em risco toda a cadeia de valor da fruta, desde os pequenos produtores e suas famílias até as empresas que a comercializam e os países com grandes volumes de exportações.
Também se acordou a consolidação de uma estratégia de comunicação voltada para produtores e consumidores, bem como para possíveis doadores internacionais que possam colaborar em uma tarefa imprescindível para se assegurar a continuidade do cultivo da banana como o conhecemos hoje em dia.
“Continuamos nos esforçando para avançar na nossa agenda. Este é um momento crucial em que devemos tomar decisões, e para isso contamos com uma proposta de programas e projetos que incluem o esforço de pesquisa para se conseguir uma banana que atenue os efeitos do Fusarium e uma ampla estratégia de comunicação que envolva toda a cadeia da banana”, disse o Diretor Geral do IICA, Manuel Otero.
“Precisamos fortalecer ainda mais a Parceria para salvar a banana, que está entre os 10 principais alimentos do mundo. Está em jogo a segurança alimentar e, certamente, a sorte de produtores e consumidores”, alertou Otero.
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