Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura

Cadeias agrícolas

PROCAGICA, programa da UE e do IICA, apresentou suas realizações aos ministros da agricultura da América Central

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Renovação de cafezais, diversificação de cultivos para reforçar a segurança alimentar, fortalecimento dos alertas antecipados e pesquisas científicas para melhorar a resiliência dos pés de café estão entre os grandes impactos do programa.

Cafetera

São José, 22 de abril de 2021 (IICA) — O Programa Centro-Americano de Gestão Integral da Ferrugem do Café (PROCAGICA) beneficiou mais de 7.000 cafeicultores na América Central e na República Dominicana, promovendo a renovação de cafezais, a diversificação de cultivos para reforçar a segurança alimentar, o fortalecimento dos alertas antecipados e de pesquisas científicas para melhorar a resiliência dos pés de café.

Harold Gamboa, Coordenador Regional do PROCAGICA, apresentou os resultados na reunião de ministros do Conselho Agropecuário Centro-Americano (CAC).

O PROCAGICA, um programa financiado pela União Europeia e executado pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) com o propósito de apoiar os pequenos cafeicultores no enfrentamento da ferrugem do café, começou em 2016 e estava previsto para ser concluído em junho deste ano.

O programa beneficiou 7.059 produtores de 199 organizações na América Central e na República Dominicana. Desses, 35% são mulheres e, cerca de 10%, jovens com menos de 30 anos.

Foram renovados 1.100 hectares de café desde a aplicação de sistemas agroflorestais multicamadas; e as primeiras dessas colheitas serão obtidas no ciclo de 2021.

“Temos alcançado o propósito previsto de aumentar a produtividade desses cafezais entre 28% e 42%”, afirmou Gamboa em sua intervenção junto ao Conselho.

Quanto à diversificação de cafezais, o programa superou amplamente a meta de 1.000 hectares e interveio em 3.720 hectares, manejando diferentes cultivos em associação aos já existentes e outros novos, os quais têm ajudado as famílias produtoras a obter receitas adicionais de até 20% ao que lhes aporta o café.

Além disso, o programa capacitou os cafeicultores na administração de um mecanismo de crédito de fácil acesso para os produtores, um fundo de cerca de 2,5 milhões de dólares, dos quais mais de 600.000 dólares foram recuperados por várias das 150 organizações de produtores participantes, e que podem ser usados para reinvestir nas propriedades rurais.

Fortalecimento de sistemas de alertas antecipados

Além disso, o coordenador regional destacou, dentre as realizações do programa, o fortalecimento dos sistemas nacionais de alerta antecipado sobre problemas que possam afetar à cafeicultura, como a ferrugem do café.

“Buscou-se o fortalecimento da resiliência dos pequenos produtores para que possam lidar com essas condições adversas enfrentadas pela cafeicultura”, destacou Gamboa.

“A tarefa foi, primeiro, trabalhar em um roteiro para fortalecer esses sistemas nacionais, torná-los padronizados e comparáveis no âmbito da região, abordar os sistemas de vigilância/alerta pelo intercâmbio de informações, oferecer um poder de prognóstico, mudar um pouco o enfoque dos sistemas existentes, agregando o contexto social e visando que os sistemas de vigilância sejam mais eficientes. Dentro desse processo, diferentes ações foram executadas, como o desenvolvimento de módulos informáticos e aplicativos móveis para fortalecer os sistemas nos países, além de se fortalecerem as capacidades do pessoal técnico encarregado da operatividade desses sistemas”, explicou.

“Consolidou-se a rede regional de alerta antecipado, que está operando com a participação ativa de cinco países, gerando mapas regionais de alerta, o que permite visualizar o que está acontecendo com a ferrugem do café em função da fenologia do cultivo”, acrescentou.

O PROCAGICA também promoveu mesas nacionais para a gestão de riscos, nas quais a institucionalidade cafeeira é o ator principal.

O coordenador regional do PROCAGICA também destacou a criação da plataforma Pergamino, com pelo menos sete ferramentas para a gestão de riscos e a geração de alertas e prognósticos, e que também propicia o desenvolvimento de alertas personalizados para os produtores.

Essa plataforma está em processo final de transferência para os países participantes do PROCAGICA, trabalho liderado pelo CIRAD (Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica).

Avanços de pesquisas

Em coordenação com o CATIE (Centro Agronômico Tropical de Pesquisa e Ensino) e o Promecafé (Programa Cooperativo Regional para o Desenvolvimento Tecnológico e Modernização da Cafeicultura), o PROGAGICA tem participado da plataforma regional de pesquisa que opera em sete países e em uma rede de 224 lotes de demonstração em propriedades de produtores localizadas em cinco países e usadas como espaços de aprendizado.

O programa também contribuiu para o diagnóstico, o monitoramento e a avaliação das raças de ferrugem na América Central e na República Dominicana.

Juntamente com a validação e a transferência de tecnologias, têm-se elaborado, de maneira participativa com peritos técnicos da região, guias e manuais para fortalecer os processos de extensão; como o guia para trabalho com famílias produtoras, o manual de podas de pés de café, a gestão de híbridos F1 de café e o guia para a gestão da ferrugem, entre outros.

Além disso, o PROCAGICA colaborou no fortalecimento do laboratório do ICAFÉ (Instituto do Café da Costa Rica), com o propósito de consolidar uma unidade de referência regional para realizar análises moleculares para a cafeicultura.

Gamboa destacou que três pesquisas realizadas na Guatemala, Honduras e Costa Rica indicam que as práticas que estão contribuindo para reduzir a vulnerabilidade das propriedades rurais de café diante da mudança do clima são as melhorias na gestão da sombra do café, o estabelecimento de variedades melhoradas, as práticas de conservação de solos, as melhorias na nutrição das propriedades rurais, a coleta de água e a irrigação, entre outras, todas promovidas pelo PROCAGICA desde o ano de 2017.

O programa teve uma alta participação na formulação de políticas e estratégias regionais para a reativação da produção de café e o reposicionamento do setor nas prioridades nacionais, no contexto das políticas regionais para a mudança do clima, do desenvolvimento territorial rural, da segurança alimentar, do desenvolvimento agrícola sustentável, dentre outros, em coordenação com a Secretaria do Conselho Agropecuário Centro-Americano.

Entre outras ações desse tipo, o programa apoiou a elaboração do Plano Estratégico Regional para a Cafeicultura da América Central e do Caribe (Plano MESOCAFÉ).

Na reunião, os ministros aprovaram o Programa Integral para a Sustentabilidade da Cadeia do Café na América Central e na República Dominicana como um mecanismo de implementação do Plano MESOCAFÉ, este último aprovado pelo CAC em outubro de 2019, para o que, com o apoio do IICA, da SECAC e do PROCAGICA, tem sido realizadas importantes ações para a sua colocação em operação.

Além disso, o Conselho de Ministros aprovou um novo acordo de Cooperação entre o IICA e o CAC, entidade integrante do Sistema de Integração Centro-Americana (SICA).

 

Mais informações:

Gerência de Comunicação Institucional

comunicacion.institucional@iica.int

 

 

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