A nova Ministra da Agricultura e Pecuária do Equador, Tanlly Vera Mendoza, e o Secretário de Agricultura e Desenvolvimento Rural do México, Víctor Villalobos, participaram de um seminário que analisou a contribuição da produção orgânica para a transformação dos sistemas agroalimentares.
São José, 25 de junho de 2021 (IICA). A agricultura orgânica cumprirá um papel relevante na recuperação dos países da América Latina e do Caribe depois da pandemia, devido a suas contribuições para o desenvolvimento sustentável e à crescente demanda dos consumidores de alimentos saudáveis e confiáveis.
Os participantes do Seminário “Contribuição da produção orgânica para a transformação de sistemas agroalimentares” concordaram com esse diagnóstico, dentre os quais a nova Ministra da Agricultura e Pecuária do Equador, Tanlly Vera Mendoza, e o Secretário de Agricultura e Desenvolvimento Rural do México, Víctor Villalobos.
O debate foi organizado pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e a Comissão Interamericana de Agricultura Orgânica (CIAO), com o objetivo de divulgar os benefícios da produção orgânica/ecológica e a sua fundamental contribuição para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), entre os quais estão o combate à mudança do clima, a proteção da biodiversidade, a redução da fome e o acesso à água limpa para todos.
“Nossa participação no seminário reflete o nosso interesse por nos inserirmos no mundo da agricultura orgânica, que mantém e melhora a saúde dos solos, os ecossistemas e a biodiversidade. A pandemia tem nos deixado grandes ensinos. Temos visto um aumento significativo na demanda de produtos orgânicos, o que representa um novo desafio para o Equador”, disse a Ministra Vera Mendoza, que transmitiu o apoio do novo Presidente de seu país, Guillermo Lasso, ao evento.
O Secretário Villalobos enfatizou que “a agricultura orgânica vem mostrando suas contribuições para o desenvolvimento sustentável por boas práticas que geram benefícios sociais e ambientais”. Villalobos destacou que há um número crescente de pequenos produtores, de mulheres e de jovens dedicados à agricultura orgânica e precisou que o México já tem 1.143.000 hectares certificados, distribuídos pelos 32 estados do país e nos quais se cultivam café, arroz e sorgo, além de produzir carne de aves, leite e mel.
Maciej Golubiewski, Chefe de Gabinete do Comissário de Agricultura da Comissão Europeia, destacou o compromisso da União Europeia com a produção orgânica, demonstrado no fato de se ter fixado o objetivo de que, em 2030, 25% das terras estejam destinadas a esse tipo de agricultura.
Em nome do Ministério da Agricultura, Pesca e Alimentação da Espanha, José Miguel Herrero Velasco, Diretor Geral da Indústria Alimentar, advertiu que “o mundo está em um momento crucial, no qual temos o desafio de sair mais fortes dessa crise. E a agricultura e a indústria alimentar estão destinadas a desempenhar um papel fundamental”.
Herrero Velasco afirmou que uma das prioridades na Espanha é incentivar o consumo de alimentos orgânicos e gerar as condições “para que não sejam para uma elite, mas que estejam ao alcance de qualquer consumidor, de maneira a gerar valor ao longo da cadeia”.
Por parte do IICA, o Representante na Argentina e Coordenador da Região Sul, Caio Rocha, ressaltou o papel cada vez mais destacado desempenhado pela produção orgânica e apresentou números conclusivos: “A taxa de crescimento da superfície dedicada a esse tipo de cultivos ecológicos foi de 9,3% ao ano, entre 2013 e 2019, e a tendência é que continue aumentando. Na recuperação depois da pandemia, a produção orgânica desempenhará um papel fundamental para o desenvolvimento social e econômico do setor agrícola”.
Por sua vez, Lloyd Day, Subdiretor Geral do IICA, destacou o papel da agricultura orgânica e se referiu aos três princípios centrais acordados pelo Instituto com seus 34 Estados membros que comporão a base das mensagens que o continente levará à Cúpula sobre os sistemas alimentares de 2021, convocada pelas Nações Unidas: os produtores devem fazer parte da mesa de discussão; a ciência precisa ser a base das políticas a serem adotadas e a agricultura é parte da solução aos desafios enfrentados pela humanidade.
“Muitas pessoas dizem que a agricultura é um problema para a mudança do clima. Mas nós acreditamos que já estão em andamento inovações que garantem a sua sustentabilidade”, disse Day.
No encerramento, o Presidente da CIAO, Rommel Betancourt, afirmou que “um dos grandes desafios que temos pela frente é dar continuidade ao posicionamento e ao fomento à produção orgânica, uma vez que é uma ferramenta de proteção ambiental e de desenvolvimento social”.
Também participaram da jornada Ana Posas Guevara, Oficial de Agricultura e Proteção Vegetal da América Latina e do Caribe pela FAO; Diego Canga Fano, Conselheiro Principal da Direção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural da Comissão Europeia; Concha Fabeiro Cortés, Presidente da Sociedade Espanhola de Agricultura Ecológica (SEAE); Sandra Verdu Bütikofer, Presidente da INTERECO, associação de autoridades públicas de controle da produção ecológica da Espanha; Álvaro Barrera Fernández, Presidente da ECOVALIA, associação que promove a produção ecológica na Espanha; e Peggy Miars, da Federação Internacional de Movimentos de Agricultura Orgânica (IFOAM).
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