O IICA e CSAIN contribuirão para o intercâmbio de conhecimentos entre as Américas e a África para favorecer o bem-estar rural, a produtividade agrícola, a segurança alimentar e o uso racional dos recursos naturais.
São José, 31 de março de 2021 (IICA). O Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e a Rede Global de Jovens por uma Agricultura Climaticamente Inteligente (CSAIN, sigla em inglês) contribuirão para o intercâmbio de conhecimentos entre as Américas e a África com vistas a favorecer o bem-estar rural, a produtividade agrícola, a segurança alimentar e o uso racional dos recursos naturais, por meio de um acordo que também promoverá o diálogo entre os jovens americanos e africanos que habitam o meio rural.
Essas ações serão pautadas pelo acordo de cooperação técnica assinado pelo organismo internacional especializado em desenvolvimento agropecuário e rural e pela CSAIN, que tem sede em Camarões e é uma organização de voluntários baseados na África, na Ásia, nos Estados Unidos e na Europa, que trabalham para conscientizar jovens e grupos vulneráveis sobre a importância de uma agricultura que seja parte da solução no combate à mudança do clima.
Assim, o IICA e a CSAIN compartilharão esforços para garantir o desenvolvimento de uma agricultura sustentável com oportunidades, de modo a aumentar também o bem-estar de jovens e populações vulneráveis à variabilidade climática.
“Estamos unidos pela ruralidade. Há dois continentes que devem estar interconectados e a melhor maneira é por meio da agricultura. No IICA, cremos que essa parceria é estratégica para a promoção do desenvolvimento sustentável nas áreas rurais”, afirmou o Diretor Geral Manuel Otero, que ofereceu facilitação rápida para um diálogo entre jovens líderes dos dois continentes sobre o compartilhamento de experiências, tecnologias inovadoras e boas práticas agrícolas.
O fundador e Diretor da CSAIN, Ntiokam Divine, manifestou também o interesse de realizar uma pré-cúpula de sistemas alimentares em que os jovens contribuam para a potencialização da voz dos que se dedicam à produção na Cúpula de Sistemas Alimentares da ONU, que se realizará no final de setembro.
“A África é um continente cheio de futuro”, disse Divine, que destacou que 65% da superfície do continente são terras cultiváveis, sendo, portanto, fundamental transformar os sistemas agroalimentares.
“Esta é uma grande oportunidade”, afirmou, “porque devemos realizar uma agricultura sustentável que, além de nos permitir aumentarmos a produtividade, também reduza a migração rural”.
Bioeconomia, desenvolvimento territorial e agricultura familiar, comércio internacional e integração regional, mudança do clima, recursos naturais e gestão de riscos da produção e gênero e juventude são algumas das áreas de cooperação estabelecidas.
As ferramentas previstas são, entre outras, o apoio à criação de estratégias de desenvolvimento, a mobilização de recursos financeiros externos, a prestação de ajuda técnica e operacional para a implementação de programas, a promoção do intercâmbio de conhecimentos e experiências e a realização, por meio da plataforma digital de IICA, de seminários e cursos de capacitação.
Devido à relação próxima dos seus respectivos países e regiões com a África, o acordo IICA-CSAIN teve como testemunhas de honra o Embaixador do Brasil na Costa Rica, Antônio Francisco da Costa Silva e Neto, e a Encarregada de Negócios da Embaixada de Trinidad e Tobago no país centro-americano, Anesa Ali-Rodríguez.
“O Atlântico não deve ser visto como um oceano, mas como um rio sobre o qual é preciso estender pontes. Daí, a importância desse acordo entre o IICA e a CSAIN. O IICA e o meu país mantêm uma forte relação histórica e estamos prontos para cooperar nesse sentido”, disse o diplomata brasileiro.
“A participação dos jovens no setor agrícola ainda enfrenta múltiplos desafios, como a capacitação, a reavaliação do trabalho da agricultura e, principalmente, o acesso ao capital; neste último ponto, temos experiências positivas que poderiam ser benéficas para os africanos”, acrescentou.
Já a Embaixadora de Trinidad e Tobago ressaltou o alto potencial e a importância do acordo devido às amplas semelhanças compartilhadas por latino-americanos, caribenhos e africanos. “Os laços históricos e culturais compartilhados se manifestam na semelhança das nossas dietas: alimentação, cultura, agricultura pequena e familiar, sistemas de produção rural e histórias agrícolas”, expressou.
Além disso, destacou a importância do acordo frente à Cúpula de Sistemas Alimentares da ONU. “Ao nos aproximamos de uma realidade pós-pandêmica, temos que ser cuidadosos para não perdermos os ganhos anteriores em matéria de inclusão de jovens e grupos vulneráveis”, observou.
“A África é uma parte de nós”, sustentou Otero, que qualificou o acordo como “altamente estratégico” e imediatamente propôs o diálogo entre jovens líderes da ruralidade da África e das Américas. O IICA criou, nos últimos meses, diversos espaços de diálogo entre jovens do campo no seu ambiente de atuação tradicional, as Américas.
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