Desde dezembro de 2020, Lal e o IICA vêm trabalhando na iniciativa “Solos Vivos das Américas”, que registrou avanços significativos na articulação de esforços públicos e privados no combate à degradação dos solos, fenômeno que ameaça solapar a capacidade dos países de atender sustentavelmente à demanda de alimentos.
São José, 9 de maio de 2022 (IICA) – A organização Conscious Planet (Planeta Consciente), dirigida pelo líder do movimento pela saúde dos solos da Índia, Sadhguru, e pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) trabalharão em conjunto para estabelecer uma agenda global que reconheça a importância da recuperação dos solos a fim de se garantir a segurança alimentar e travar a batalha contra a mudança do clima.
Assim acordaram Sadhguru, cuja iniciativa Salvemos o Solo tem inspirado milhões de pessoas em todo o mundo; Rattan Lal, Diretor do Centro de Gestão e Sequestro de Carbono (C-MASC), da Universidade Estadual de Ohio; e Manuel Otero, Diretor Geral do IICA em um encontro virtual.
Desde dezembro de 2020, Lal e o IICA vêm trabalhando na iniciativa “Solos Vivos das Américas”, que registrou avanços significativos na articulação de esforços públicos e privados no combate à degradação dos solos, fenômeno que ameaça solapar a capacidade dos países de atender sustentavelmente à demanda de alimentos.
“Devemos trabalhar para o desenvolvimento de políticas públicas e de incentivos aos agricultores com vistas a que os solos mantenham um teor orgânico mínimo entre 3 e 6%. Hoje, isso não acontece em nenhum país no mundo”, explicou Sadhguru, que há três décadas vem chamando a atenção em diversos foros internacionais sobre as consequências da deterioração do solo e recebeu o maior prêmio ambiental da Índia, o Indira Gandhi Paryavaran Puraskar, em 2010.
Sadhguru disse que este é um objetivo claro que, do seu ponto de vista, deve ser separado das metas de redução do uso de fertilizantes e pesticidas, que não podem ser uniformes para as diversas regiões e as diferentes produções agrícolas.
“Na minha experiência”, observou, “a necessidade de fertilizantes e pesticidas para a obtenção de boas colheitas nem sempre é a mesma, razão pela qual nesse ponto se deveria ser muito específico. Em compensação, deveríamos criar incentivos para que os agricultores assegurem nos seus solos um teor orgânico mínimo”.
O líder do movimento Planeta Consciente, que sustenta que abandonar os solos é abandonar o planeta, advertiu que “nem 2% dos agricultores da Índia querem que seus filhos continuem na atividade, sendo possível que tempos muito difíceis estejam chegando para a produção de alimentos. Devemos gerar incentivos para os agricultores, e é importante que simplifiquemos o sistema de mercados de carbono”.
“Esta parceria entre as iniciativas Salvemos o Solo e Solos Vivos das Américas ganha importância especial em um momento como este, com o mundo ameaçado por três crises simultâneas: a da mudança do clima, a do conflito bélico no Leste Europeu e a da Covid-19. Todos esses problemas poderão ter uma abordagem melhor se privilegiarmos a saúde dos solos e transformarmos o conhecimento científico em ação, que é pelo que trabalha permanentemente o IICA”, afirmou Rattan Lal.
Por sua vez, Manuel Otero observou: “Temos 16,5 milhões de pequenos agricultores e 60 milhões de pessoas vivendo nas áreas rurais. Mas talvez o nosso maior problema seja como criar expectativas para envolver as novas gerações na produção de alimentos e convencê-las da importância de se recuperar a saúde dos solos”.
“Estamos prontos”, concluiu o Diretor Geral do IICA, “para unir esforços e temos consciência de que não podemos perder mais tempo. A nossa prioridade deve ser convencer os jovens da importância da saúde dos solos para o futuro da produção de alimentos e da humanidade”.
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