Mediante um projeto executado pelo IICA, GIZ, Expertise France e os ministérios da agricultura de ambos os países, e que faz parte do programa EUROCLIMA+, financiado pela UE, foram capacitados mais de 200 produtores de arroz e pecuaristas em produção baixa em carbono e adaptada à mudança do clima.
São José, 4 de maio de 2021 (IICA). 64 produtores de arroz do Panamá capacitados para implementar práticas de agricultura sustentável adaptada ao clima, com redução de custos, aumento de rendimentos, menor uso de insumos e maior eficiência ao utilizar recursos naturais; além de 143 pecuaristas de El Salvador que atuam para reduzir a pegada de carbono e a emissão de gases de efeito estufa (GEE) fazem parte dos resultados do projeto “Apoio à formulação de ações apropriadas de mitigação na agricultura centro-americana”.
Essa iniciativa teve início em junho de 2019 e faz parte do programa EUROCLIMA+, financiado pela União Europeia (UE). É executada pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) em estreita colaboração com o Ministério do Desenvolvimento Agropecuário (MIDA) do Panamá e o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAG) de El Salvador. Também é implementada pela cooperação alemã (GIZ) e a Expertise France.
“O projeto tem uma alta dose de resiliência ao promover a sustentabilidade das ações de fomento e transformação da realidade dos produtores, de seu entorno e as suas contribuições para a sociedade e o meio ambiente, pois aumenta a massa alimentícia, baixa os custos e aumenta as receitas dos produtores, ao mesmo tempo em que reduz a emissão de gases efeito estufa (GEE) e o uso de recursos naturais”, explicou o Representante do IICA no Panamá, Gerardo Escudero.
Nesse país, as ações em benefício do setor de arroz são realizadas em Chiriquí, Veraguas, Los Santos, Coclé, Panamá Leste e Darién, enquanto, em El Salvador, são aplicadas ao setor pecuário em Morazán e Chalatenango. O investimento total do projeto é de US$1.126.000.
Resultados no Panamá
Dentro dos resultados positivos alcançados no Panamá se destaca a inscrição da NAMA arroz (sigla em inglês para Ação de Mitigação Nacionalmente Apropriada) no relatório bianual de atualização das Contribuições Nacionais Determinadas (NDC) do setor agropecuário junto à Convenção Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (CQNUMC).
As NDC são um compromisso da comunidade internacional para reduzir as emissões de GEE.
Nesse sentido, 64 produtores de arroz e 34 técnicos das cinco regiões onde o programa é executado aumentaram seus conhecimentos pelo uso de escolas de campo, nas quais foram desenvolvidas 17 sessões sobre agroecossistemas de arroz, solos, lavoura conservacionista, seleção, gestão, desinfecção e inoculação de sementes, diagnóstico e gestão integrada de ervas daninhas, bem como de pragas e doenças do cultivo, entre outros temas.
Isso permitiu que aumentassem suas receitas em 35%, ao reduzir o custo de produção em 15% por hectare. A meta do projeto é capacitar 250 produtores e 25 técnicos.
Além disso, ressalta-se a elaboração de dois documentos que servem de base para a transformação dos protocolos agronômicos em Produção de arroz em Secano adaptada ao clima (PASAC), sem irrigação e dependente das chuvas de maio a outubro; e em Produção de arroz de irrigação adaptada ao clima (PARSAC), não dependente de chuvas e em lotes com sistemas de irrigação de novembro até abril.
Os documentos são guias com os quais um instrutor na produção de arroz pode ensinar os agricultores a produzir de forma sustentável, resiliente, adaptada à mudança do clima e com baixo teor de carbono em ambos os sistemas.
Outras ações relevantes do projeto são no âmbito social, porque será ensinado a privados de liberdade do Centro Penitenciário La Joiita, do país, técnicas para cultivar arroz com baixa geração de carbono.
Resultados em El Salvador
Nessa nação, 143 pecuaristas (36% mulheres e 64% homens) e 25 técnicos das regiões de Morazán e Chalatenango foram capacitados, sob a modalidade de escolas de campo, em 10 sessões sobre mudança do clima, estabelecimento de cercas vivas forrageiras e uso de pastos melhorados, estabelecimento de bancos proteicos e energéticos, divisão de pastos, tempo de pastoreio e gestão do esterco bovino com minhoca vermelha californiana, entre outros.
Espera-se capacitar mais de 200 pecuaristas até o final do projeto e sensibilizar 700 pessoas que dependem da criação de gado no país em ações apropriadas de mitigação nessa atividade produtiva.
Além disso, em 11 propriedades rurais das zonas onde essa iniciativa está sendo implementada são realizadas medições técnicas-científicas de emissão de GEE, o que representa um apoio robusto ao projeto da parte pecuária da NAMA.
Na lista de resultados também se encontra a elaboração de um documento de criação de gado com baixa geração de carbono, material de orientação e consulta para os pecuaristas.
O projeto “Apoio à formulação de ações apropriadas de mitigação na agricultura centro-americana” terminaria em novembro deste ano, mas já conta com uma aprovação para ampliá-lo por cinco meses, com a intenção de que ultrapasse o plano binacional no qual foi desenvolvido.
Mais informação:
Gerardo Escudero, Representante do IICA no Panamá.
gerardo.escudero@iica.int