O objetivo é aumentar a produtividade e a competitividade mediante a implementação de tecnologias disruptivas, como drones, sensores, agricultura de precisão, Big Data, Internet das Coisas, inteligência artificial e outras tecnologias.
São José, 28 de março de 2019 (IICA). A transformação digital no setor agropecuário gerará enormes economias de escala, fortalecerá a capacidade para minimizar os riscos associados à mudança do clima e promoverá a crescente concentração e capitalização das empresas agrárias.
Esta foi a conclusão de um conversatório organizado pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Telecomunicações da Costa Rica (MICITT), pelo Ministério da Agricultura e da Pecuária da Costa Rica (MAG) e pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), que servirá de guia no caminho para a transformação digital do setor agrícola mediante a inclusão, o desenvolvimento e a aplicação de ferramentas tecnológicas.
No conversatório participaram os ministros costarriquenhos Luis Adrán Salazar, de Ciência, Tecnologia e Telecomunicações, e Renato Alvarado, da Agricultura e da Pecuária, assim como o Diretor Geral do IICA, Manuel Otero.
Também assistiram o Diretor de Tecnologias Avançadas da Microsoft, Mario Vargas, e o Gerente de Operações de TI da Intel para a América Latina, Federico Castro.
Vargas referiu-se ao uso de Big Data na agricultura, enquanto Castro contou sobre a experiência que a multinacional de tecnologia teve no desenvolvimento de seu centro de inovação baseado na Costa Rica.
O conversatório também teve a contribuição de representantes da empresa costarriquenha Lantern Technologies e da Universidade CENFOTEC, que abordaram temas como o uso de Blockchain para a rastreabilidade do café e Internet das Coisas para a agricultura. Além disso, essas empresas realizaram demonstrações de tecnologias que desenvolveram para uso no campo.
Essa iniciativa está vinculada ao Plano Nacional de Desenvolvimento das Telecomunicações 2015-2021 e à Estratégia de Transformação Digital para a Costa Rica do Bicentenário 4.0, 2018-2022, sob a liderança do MICITT e com o objetivo de reduzir o hiato digital de acesso, uso e apropriação de tecnologias para a melhoria da qualidade de vida de populações vulneráveis, bem como de acelerar a produtividade, a competitividade e o desenvolvimento socioeconômico, tirando-se vantagem da quarta revolução industrial.
Segundo o Diretor Geral do IICA, Manuel Otero, a proposta evidencia a maturidade da Costa Rica ao envolver diversos atores nessa tarefa que passa a ser competência, não somente dos ministérios, mas de todas as organizações do setor público e privado.
“É hora de todos gerarmos bens públicos para os mais necessitados. A nova agricultura precisa ser inteligente sob os pontos de vista ecológico, nutricional e digital. Devemos transformar as zonas rurais em zonas de progresso, e as novas tecnologias nos dão essa oportunidade. Nossa região tem um papel fundamental frente a 2050, pois, dispondo dos recursos naturais necessários, agora começamos a ter as tecnologias”, afirmou.
Para o ministro Salazar, a Costa Rica está em um ponto de inflexão que lhe dá a oportunidade de competir em uma economia e um mundo globalizado em que a capacidade produtiva tem raízes no conhecimento, mas esse conhecimento precisa ser inclusivo.
“Na estratégia de transformação digital do nosso país, incluímos a transformação empresarial 4.0 como elemento fundamental para a construção de capacidades empresariais competitivas, na qual se destaca o impulso à transformação do setor agrícola costarriquenho com o uso de tecnologias disruptivas que hoje analisamos, como inteligência artificial, Big Data e robótica, aplicadas na agricultura. Daqui sairão contribuições valiosas para que esse setor trace a rota a ser seguida de mãos dadas com a tecnologia”, destacou.
A partir do IICA, valorizam-se as condições da Costa Rica como centro de desenvolvimento de tecnologia no setor agrícola para a América Central. Pretende-se dar esse passo com o desenvolvimento de mecanismos que fortaleçam a institucionalidade de seu setor agropecuário e permitam a inserção de novas tecnologias na produção, apontando para a geração de capacidades no uso de tecnologias disruptivas e para o aumento das capacidades no uso das tecnologias digitais por parte dos produtores.
Nesse tema, o titular do MAG, Renato Alvarado, enfatizou que a tecnologia não existe para aqueles que não têm o acesso a ela nem a forma de aprender dela, ressaltando a importância de se capacitar os produtores para que possam utilizá-la.
“Vamos tomar nas mãos aqueles que ficaram para trás, porque são eles que põem a comida na mesa dos costarriquenhos nos 365 dias do ano. Devemos incorporar os produtores, seus filhos e sua família para que continuem alimentando esse país como vêm fazendo ao longo da história”, observou.
Mais informação:
Emmanuel Picado
Gerente de Tecnologias de Informação e Comunicação e Agricultura Digital do IICA
Sacha Trelles
Coordenadora Técnica da Representação do IICA na Costa Rica