O evento de alto nível é organizado pela própria CEPAL e pelo IICA em formato híbrido (presencial e virtual), e integra um debate de alto nível ministerial com um espaço para o intercâmbio de experiências de sucesso e lições aprendidas, para promover boas práticas para a conservação e o gerenciamento hídricos.
São José, 12 de março de 2024 (IICA) – A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) inauguraram na Costa Rica a IV edição dos Diálogos Regionais da Água da América Latina e do Caribe com uma forte convocatória a reduzir as brechas de acesso à água e saneamento que prejudicam as comunidades vulneráveis.
O evento de alto nível é organizado pela própria CEPAL e pelo IICA em formato híbrido (presencial e virtual), e integra um debate de alto nível ministerial com um espaço para o intercâmbio de experiências de sucesso e lições aprendidas, para promover boas práticas para a conservação e o gerenciamento hídricos.
Participam dos Diálogos ministros, vice-ministros e outras altas autoridades de governos nacionais, representantes de organismos internacionais e membros dos setores privado e acadêmico e da sociedade civil.
O objetivo é promover inovações e mobilizar a cooperação e o financiamento, além de replicar, escalar e contribuir soluções concretas para a transição hídrica. Além disso, se procura analisar o avanço regional na concretização do Objetivo de desenvolvimento sustentável 6 (ODS), que consiste em garantir a disponibilidade e o gerenciamento sustentável da água e o saneamento para todos.
Esta edição conta com uma sessão especial sobre água e agricultura, bem como um espaço para socializar e analisar o Relatório Resumido de Posição Regional, que os países da América e do Caribe pretendem levar de forma conjunta ao Fórum Mundial da Água 2024, previsto para próximo maio na Indonésia. O documento resume os principais desafios e propostas de ação para atender aos problemas hídricos da região.
Os oradores na inauguração foram José Manuel Salazar-Xirinachs, Secretário-Executivo da CEPAL; Doris Gutiérrez, Designada Presidencial de Honduras, país que exerce a Presidência Pro Tempore da CELAC; Arnoldo André Tinoco, Chanceler da Costa Rica; e Manuel Otero, Diretor General do IICA.
Garantir o direito humano à água
“É um prazer estar na Casa da Agricultura Sustentável das Américas”, disse Salazar-Xirinachs, ao expressar a importância de que o IICA seja anfitrião dos Diálogos, que caracterizou como uma oportunidade para discutir os desafios que a região enfrenta para garantir o direito humano à água, bem como para conseguir um gerenciamento eficiente de um recurso recentemente escasso.
“Na América Latina e no Caribe, duas de cada dez pessoas ainda não têm acesso à água potável gerenciada de forma segura, e cinco de cada dez não contam com saneamento gerenciado de forma segura. Além disso, no acesso à água se vêm refletidas as desigualdades estruturais da região, já que o quintil de renda mais baixa tem 25% menos de acesso à água potável que o quintil de maior renda”, explicou o Secretário-Executivo da CEPAL.
Salazar-Xirinachs afirmou que, para universalizar a cobertura hídrica e saneamento de forma segura para a população até 2030 na América Latina e no Caribe, os países devem investir, em média, anualmente, 1,3% do seu Produto Interno Bruto (PIB) continuamente durante uma década.
Otero, pelo seu lado, começou enfatizando a aliança que o IICA construiu com a CEPAL. “Temos um plano de ação claro com objetivos claramente identificados e em que a água ocupa um lugar central”, mencionou.
O Diretor Geral do IICA se referiu ao processo de transformação que está ocorrendo na agricultura do continente, que se deve a que os agricultores tenham tomado consciência de que eles devem mudar com a incorporação da tecnologia e da inovação.
“A água”, enfatizou, “é uma prioridade que estabeleceram os ministros de agricultura do continente dentro da estratégia de cooperação técnica do IICA e, principalmente, por meio de alianças. Essa é a hora em que temos que agir para reverter os problemas que limitam o desenvolvimento sustentável e do IICA reiteramos nosso compromisso para agir, gerar consensos e, quem dera, levar bem-estar às zonas rurais e erguer pontes com os centros urbanos”.
Doris Gutiérrez elogiou o IICA pelo seu compromisso com o desenvolvimento sustentável e a incorporação de novas tecnologias à agricultura.
“Quero parabenizar o IICA por este novo foco de desenvolvimento sustentável, na agricultura baseada em nossos próprios recursos, na tecnologia que chega aos produtores e produtoras. Trabalhei em diferentes comunidades rurais e aprendi que a água é o elemento mobilizador mais importante. Nessas comunidades as mulheres se levantavam à uma hora da madrugada para fazer fila e esperar que se encha o poço. As melhores gerentes e administradoras da água somos, sem dúvida, as mulheres”, assegurou.
“Temos políticas, mas as políticas devem ser de baixo para cima, com a participação dos sujeitos mais afetados, envolvidos do começo”, manifestou a Designada Presidencial hondurenha.
O Chanceler Tinoco destacou a vulnerabilidade da região frente à mudança climática e às crises hídricas. “Por isso é imperativo”, afirmou, “que trabalhemos para gerenciar e reduzir os riscos associados aos fenômenos naturais, fortalecendo os nossos sistemas de alerta antecipado, resposta, mitigação, adaptação e reabilitação frente aos desastres relacionados com a água”.
Tinoco advertiu que as ações requeridas precisam de fontes de financiamento sustentável, e por isso é fundamental explorar os fundos disponíveis no nível multilateral. “Também devemos utilizar modalidades de cooperação Sul-Sul e triangulares. Apesar dos desafios que enfrentamos, confio em que estes Diálogos nos permitirão atingir consensos e desenvolver ideias e projetos que impulsionem a América Latina e o Caribe rumo à um desenvolvimento equitativo, inclusivo e resiliente”, concluiu.
Mais informação:
Gerência de Comunicação Institucional do IICA.
comunicacion.institucional@iica.int