Sobre esses consensos, o Diretor do Programa do Wilson Center para a América Latina, Benjamin Gedan; o Presidente da Universidade Earth, Arturo Condo; e o Diretor Geral do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Manuel Otero, protagonizaram um diálogo público que teve como título “Segurança alimentar mundial e agricultura sustentável na América Latina”.
São José, 12 de junho de 2024 (IICA) — Uma nova geração de políticas públicas de longo prazo, mais investimentos em ciência e inovação, soluções tecnológicas viáveis para os agricultores que possibilitem mudanças na produção e boas práticas agrícolas e o fortalecimento de vínculos entre os setores público e privado são cruciais para avançar para uma agricultura sustentável e fortalecer a segurança alimentar global.
Sobre esses consensos, o Diretor do Programa do Wilson Center para a América Latina, Benjamin Gedan; o Presidente da Universidade Earth, Arturo Condo; e o Diretor Geral do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Manuel Otero, protagonizaram um diálogo público que teve como título “Segurança alimentar mundial e agricultura sustentável na América Latina”.
No evento, realizado na sede central do IICA, em São José, Costa Rica, enfatizou-se o papel fundamental do setor agrícola como avalista da segurança alimentar mundial e da sustentabilidade do meio ambiente, seus desafios e oportunidades no processo de transformação pelo qual o setor está passando.
“Voltando-se para 2050, a agricultura tem dois desafios principais: fornecer comida suficiente, ou seja, aumentar entre 50 e 60% o volume de produção, e ao mesmo tempo garantir que seja nutritiva, para enfrentar o grave problema da má-nutrição”, disse Otero, que acrescentou que o continente americano é o avalista da segurança alimentar, dado que uma a cada quatro toneladas comercializadas internacionalmente vem das Américas, tendência que será intensificada no futuro.
“Não há outro continente com bastante terra e recursos naturais, uma coluna vertebral de 17 milhões de pequenos agricultores; temos um futuro brilhante que depende da ciência e da inovação, as quais devem se adaptar aos produtores, de modo que é necessário investir mais, criar melhores vínculos entre o setor público e privado e aproveitar a bioeconomia”, acrescentou o titular do organismo hemisférico especializado no setor agrícola e na ruralidade.
Otero também enfatizou a necessidade urgente de implementar uma nova geração de políticas, a fim de tornar realidade o conceito de uma agricultura sustentável e resiliente. “É fácil falar, mas difícil implementar; pois é necessário um enfoque intersetorial”, afirmou.
Gedan, do Wilson Center, ressaltou que é indispensável propiciar conversas entre os tomadores de decisão da região para gerar essa nova legislação, acordos e melhores práticas, de modo que tenham um impacto real no setor agrícola e na vida das pessoas nas zonas rurais, aprofundando também sobre o potencial das Américas para garantir a disponibilidade de alimentos acessíveis em todo o mundo.
“Suas terras são férteis, possui recursos extraordinários, existem oportunidades que as novas tecnologias agrícolas oferecem para aumentar a produção de forma sustentável e mitigar o impacto da mudança do clima. É necessário gerar cadeias de suprimentos de alimentos mais sustentáveis e confiáveis. Isso demanda assistência técnica, um maior investimento e associações, e o IICA é um ator central nesse momento, por isso estamos comprometidos em enfrentar esses desafios juntos”, disse.
Arturo Condo, Presidente da Universidade EARTH, ressaltou que, para potencializar ainda mais a agricultura sustentável e evidenciar suas contribuições na segurança alimentar mundial, regional e nacional, é indispensável “mudar a forma de agir na produção, no processamento, na distribuição e no consumo de alimentos, sendo fundamental a capacitação, o relevo geracional no campo, novas tecnologias e o link entre essas soluções e os produtores”.
“Há cerca de 570 milhões de pequenas explorações agrícolas de cinco acres ou menos e que produzem cerca de 45% das calorias e um pouco mais de 40% do valor econômico dos alimentos. Trata-se de preparar produtos nutricionais para os consumidores, de fomentar um espírito empresarial e faz parte do que buscamos em nossa Universidade”, afirmou Condo.
O diálogo sobre segurança alimentar mundial e agricultura sustentável ocorreu no âmbito da assinatura de um convênio de cooperação pelos próximos quatro anos entre o IICA e o Wilson Center, o qual buscará promover uma produção sustentável de alimentos na América Latina, aumentar o papel da região na segurança alimentar mundial e minimizar os impactos ambientais, além de propiciar ações para enfrentar os impactos da mudança do clima nos agricultores da região mediante o desenvolvimento e implantação de tecnologias agrícolas, de pesquisa conjunta e do diálogo público, entre outras ações.
Esteve presente na assinatura o Vice-Ministro das Relações Exteriores da Costa Rica, Alejandro Solano, que apoiou a parceria e os esforços conjuntos que são ideais para “a promoção da agricultura sustentável e para contribuir com o desafio global, regional e nacional de alcançar a segurança alimentar, um dos grandes desafios da nossa sociedade: garantir que todas as pessoas tenham acesso a alimentos suficientes e seguros”.
O Wilson Center é um dos principais foros dos Estados Unidos dedicado de forma independente à pesquisa e ao diálogo sobre assuntos globais. Ele foi fundado em 1968 pelo Congresso dos Estados Unidos em memória do Presidente Woodrow Wilson. Seu Conselho Consultivo é formado por líderes do setor privado e ex-funcionários públicos de diversos países das Américas
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