Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura

Agricultura

Em foro virtual, o IICA e o setor privado tratam dos desafios ao setor agrícola e à segurança alimentar e reforçam a cooperação em favor do desenvolvimento sustentável

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As companhias ligadas à produção de alimentos e aos serviços ao produtor reafirmaram seu compromisso de promover a ação coletiva com o IICA e de trabalhar a favor da disponibilidade de ferramentas para que os pequenos agricultores da América Latina e do Caribe sejam mais produtivos e mais resilientes.

 

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São José, 18 de junho de 2024 (IICA) – Representantes de empresas que operam no continente debateram com o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) os desafios enfrentados pela atividade e concordaram em que só o trabalho conjunto entre os setores público e privado permitirá enfrentá-los com possibilidade de êxito.

Na reunião, realizada virtualmente, foram discutidas questões vinculadas à segurança alimentar e nutricional, ao uso de novas tecnologias, ao comércio, à saúde dos solos e às conexões com os consumidores.

As empresas, ligadas à produção de alimentos e aos serviços ao produtor, reafirmaram seu compromisso de promover a ação coletiva com o IICA e de trabalhar pela disponibilidade de ferramentas para que os pequenos agricultores da América Latina e do Caribe sejam mais produtivos e mais resilientes.

O encontro foi dirigido pelo Diretor Geral do IICA, Manuel Otero, e pelo Subdiretor Geral, Lloyd Day, e serviu para reforçar as parcerias entre o organismo de desenvolvimento agrícola do Sistema Interamericano e o setor privado, imprescindíveis para impulsionar maiores investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação e avançar para a realização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

O IICA se propôs a ser uma ponte entre os ministérios da agricultura dos países das Américas, seus titulares e o setor privado. Esse modelo foi desenvolvido com êxito em diferentes iniciativas respaldadas pelo setor privado, como o projeto Solos Vivos nas Américas, o Centro de Interpretação do Amanhã da Agricultura (CIMAG), o espaço de inovação que funciona na sede central do IICA, e a Parceria contra o Fusarium R4T, praga que atacou o cultivo da banana e se transformou em ameaça à segurança alimentar.

 

Benefícios para a região

“Para a Bayer tem sido muito importante trabalhar com o IICA em diversos projetos”, disse Ronald Guendel, da Bayer, que assegurou que a companhia está plenamente focada em seu compromisso de empoderar 100 milhões de pequenos produtores até 2030.

“Todo o esforço que nós, as empresas do setor privado, fizermos para melhorar o bem-estar nas zonas rurais e conectar com os pequenos agricultores será um benefício para a região”, afirmou Guendel, que também considerou imprescindível o trabalho público-privado para promover a inovação na agricultura e o comércio livre de alimentos.

“A parceria que temos com o IICA é possível e bem-sucedida, porque nossas visões estão alinhadas”, afirmou José Perdomo, da Croplife, que tratou da necessidade de se aprofundar o trabalho de capacitação dos agricultores com vistas a que utilizem as novas tecnologias, e da construção de uma nova narrativa que resgate o papel central da agricultura para a segurança alimentar e abra caminho para o cumprimento dos ODS.

Esteban Turic, CEO de Biogénesis Bagó, empresa líder em saúde animal, falou da necessidade de se avançar na melhoria da produtividade da pecuária. “Quando comparamos os países da América do Sul com nações desenvolvidas, ficamos 20 pontos abaixo em produtividade na área do leite, e 30 ou até 40 pontos abaixo em produção de carne”, afirmou.

Turic disse que a região dispõe das tecnologias necessárias em nutrição, sanidade e genética para alcançar a fronteira de produtividade dos países desenvolvidos e contribuir de forma mais significativa para a segurança alimentar. “O grande trabalho a ser feito é promover a maior adoção de tecnologias, o que requer também mais capacitação e extensão, para se obter maior produtividade sem a necessidade de se aumentar o número de cabeças de gado”, explicou.

Patrícia Toledo, da Syngenta, afirmou que o mundo não alcançará o objetivo de erradicar a fome até 2030 se não se aumentar a produtividade agrícola pelo menos em 28%. “Decidimos unir esforços no setor privado para contribuir”, disse Toledo, observando que alguns dos eixos em que sua companhia trabalha visam promover práticas de agricultura regenerativa, como captura de carbono no solo e preservação da biodiversidade, inovação, capacitação e empoderamento das mulheres rurais

María Nelly Rivas, da Cargill, destacou a importância do duplo papel do IICA para dar voz ao continente nos foros globais em que se debatem questões agrícolas e ambientais e, por outro lado, facilitar o acesso dos pequenos produtores a ferramentas que os tornem mais competitivos.

“Vemos no IICA um parceiro no âmbito de políticas públicas e também de programas específicos para os agricultores nos países”, observou.

Aintzane Esturo participou em nome da Associação Internacional de Sucos de Frutas e Vegetais (IFU). “A América Latina é um dos mais importantes produtores de sucos. A indústria dos sucos está totalmente comprometida com a sustentabilidade e também com o trabalho em aspectos nutricionais. Produzir sucos é uma forma de pôr alimentos à disposição das pessoas”, afirmou.

“Vejo a evolução do IICA e como cresceu sua participação em diferentes áreas. Merece muito destaque”, disse Jesse Sevcik, da companha Elanco, dedicada à saúde animal. Sevcik sublinhou particularmente a importância da presença do IICA nas Conferências das Nações Unidas sobre Mudança do Clima e defendeu que, na COP29 do Azerbaidjão e na COP30 do Brasil, volte a estar presente para transmitir uma mensagem clara sobre como se faz agricultura e se protege a biodiversidade no continente.

Christian Gómez, da Walmart, também valorizou o trabalho de IICA como ponte entre o setor privado e os governos da região e detalhou os projetos que a companhia está tocando em países da América Latina com o objetivo de aumentar suas compras junto aos pequenos agricultores, facilitar a transição do setor informal para o formal dos produtores e empoderar as mulheres.

“O IICA está se transformando e sabe que só com o setor privado é possível alcançar o desenvolvimento sustentável e uma qualidade de vida melhor para as populações rurais”, disse a seu turno Manuel Otero, que informou que, a partir de 2018, o Instituto fechou 638 acordos de cooperação com o setor privado e organizações da sociedade civil e tem quase 500 parceiros.

“Parece que nossos 17 milhões de produtores são a variável de ajuste toda vez que há incerteza ou volatilidade no cenário internacional. Eles devem ser os destinatários de nossos maiores esforços, porque toda vez que o agricultor é obrigado a abandonar o campo para se mudar para a cidade acontece um retrocesso”, afirmou.

O Diretor Geral do IICA se referiu ao papel da ciência como insumo fundamental na geração de novas políticas públicas e considerou que, hoje, cooperação significa ação e é o resultado do trabalho coordenado dos setores público e privado. “O IICA”, concluiu Manuel Otero, “atua como ponte entre os distintos atores e é elemento aglutinador, com a premissa de que temos que fazer mais com menos recursos e com os agricultores no centro das decisões”.

 

Mais informação:
Gerência de Comunicação Institucional do IICA.
comunicacion.institucional@iica.int

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