Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura

Agricultura

Sob o enfoque de Uma Só Saúde, academias de ciências veterinárias da Ibero-América terão a colaboração do IICA na divulgação de conhecimentos para enfrentar os desafios da resistência antimicrobiana no agro

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A participação do IICA no tema foi considerada relevante pelos mais importantes acadêmicos das ciências veterinárias dos países ibero-americanos, que se reuniram na sede central do Instituto, em São José, Costa Rica, em um congresso organizado pela Associação Ibero-americana de Academias de Ciências Veterinárias (AIACIVET).

 

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São José, 17 de julho de 2024 (IICA) — O Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) colaborará com a divulgação de conhecimentos e tecnologias para a implementação de boas práticas agropecuárias que contribuam para enfrentar os desafios da resistência antimicrobiana sob o enfoque de Uma Só Saúde.

Trata-se de um assunto crucial, tanto sob o ponto de vista sanitário como ambiental, dado que a resistência antimicrobiana foi identificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma ameaça mundial para as pessoas, os animais, as plantas, a alimentação e o meio ambiente.

A participação do IICA no tema foi considerada relevante pelos mais importantes acadêmicos das ciências veterinárias dos países ibero-americanos, que se reuniram na sede central do Instituto, em São José, Costa Rica, em um congresso organizado pela Associação Ibero-americana de Academias de Ciências Veterinárias (AIACIVET).

No final do seminário, autoridades da AIACIVET e do IICA acordaram que assinarão um convênio de cooperação entre as duas instituições, para materializar o trabalho conjunto.

“Trata-se de um tema fundamental, de modo que não devemos adiar a tarefa de colaboração recíproca”, disse Arturo Anadón, Secretário Geral Permanente da AIACIVET, no encerramento do evento.

Por sua vez, o Diretor Geral do IICA, Manuel Otero, membro da Academia Nacional de Agronomia e Veterinária da Argentina, devido à visão da política agropecuária continental, afirmou: “Aceito o desafio do acordo. Essa é uma instituição que tem deixado de lado a burocracia. Devemos agir assim porque a natureza e a importância dos temas é tal que não podemos nos demorar”.

As Academias Nacionais se dedicam a proteger, promover e facilitar o desenvolvimento das ciências e das artes. Seus membros exercem atividades intelectuais vinculadas a suas respectivas especialidades científicas e com relação aos problemas de interesse para a comunidade nacional e internacional.

Durante duas jornadas, os especialistas das academias de ciências veterinárias analisaram os desafios da Resistência Antimicrobiana (RAM) pelo enfoque Uma Só Saúde e compilaram as experiências dos diferentes países sobre o assunto.

O evento reuniu, de forma presencial e virtual, membros da instituição, convidados especiais de universidades e centros de excelência comprometidos com o tema e representantes de organismos internacionais e de governos, de maneira presencial e virtual.

Durante as jornadas se ressaltou que as boas práticas agropecuárias são essenciais para a preservação da saúde das pessoas, animais e ecossistemas, que devem ser considerados de maneira integral e unificada. Nesse sentido, foi observado que os antibióticos devem ser usados na atividade agropecuária na medida em que forem necessários, mas o mínimo possível, e que as populações rurais devem ser especialmente protegidas, devido ao seu estreito contato com o ambiente.

Na declaração final, os participantes reconheceram a necessidade de trabalhar todos juntos para mitigar, prevenir e controlar a resistência antimicrobiana e incorporar o tema da resistência antimicrobiana com enfoque de Uma Só Saúde.

Também disseram que a academia pode colaborar com os setores oficiais dentro de seus sistemas de vigilância integral da resistência antimicrobiana, apoiando e trabalhando no diagnóstico e análise dos resultados da vigilância toda a cadeia agroalimentar.

 

Boas práticas, essenciais

Em um dos painéis do evento, que abordou o trabalho colaborativo entre a academia e o setor oficial, observou-se que a produção sustentável de alimentos é fundamental para combater a resistência antimicrobiana e que as boas práticas são essenciais no caso da gestão da saúde do gado.

“O IICA pode criar um plano de trabalho para a América Latina e o Caribe que nos servirá de guia para o uso efetivo e correto dos antibióticos”, apontou Armando Hoet, Diretor do Programa de Saúde Pública Veterinária da Universidade do Estado de Ohio (Ohio State University).

Hoet afirmou que “o IICA tomou a liderança na região para ajudar os países a desenvolverem seus sistemas de vigilância em resistência antimicrobiana desde a horta até a mesa, quando praticamente nenhuma organização ou outros grupos haviam iniciado essa conversa”.

Federico Fernández, da Academia Nacional Veterinária do Uruguai (ANV), observou que o IICA tem “a capacidade de organizar eventos, e o seu poder de convocação ajudaria o setor agropecuário a promover os usos corretos dos antimicrobianos. Podem ser realizados seminários sobre esse tema, bem como sobre temas mais específicos; é importante mobilizar os recursos para que esses conhecimentos cheguem aos países”.

Ericka Calderón, especialista em Sanidade Animal e Inocuidade Alimentar do IICA, afirmou que, sob o ponto de vista da atividade agropecuária, a missão é minimizar o impacto da resistência antimicrobiana na produção animal, uma vez que isso impacta a economia dos países de forma imediata e negativa.

“A carne é a primeira fonte de consumo de proteína dos nossos países e o tema também afeta o comércio internacional”, disse.

Heylin Fernández, do Serviço Nacional de Saúde Animal (SENASA) da Costa Rica, chamou a atenção sobre a importância do trabalho conjunto do setor privado, o setor público, a academia e o consumidor. “O problema está identificado, e não se vence uma batalha sozinho; devemos nos organizar e ter esperanças, se trabalharmos juntos”, apontou.

 

Segunda

 

 

Convênio com a Universidade de Assunção

No âmbito do seminário, a Faculdade de Ciências Veterinárias da Universidade Nacional de Assunção do Paraguai e o IICA assinaram um convênio quadro de colaboração técnica, acadêmica e científica para o desenvolvimento e a implementação de programas, projetos e planos destinados a atividades da docência, pesquisa e extensão.

O acordo foi assinado pela Decana Viviana Ríos Morinigo e o Diretor Geral do IICA, Manuel Otero, que explicou que o IICA colaborará para que a Faculdade de Veterinária da capital paraguaia tenha um centro de excelência, onde os futuros veterinários possam tomar consciência da nova fronteira do conhecimento, em benefício do povo paraguaio.

Ríos Morinigo, por sua vez, agradeceu o trabalho que o IICA vem realizando no Paraguai. “Acredito — afirmou — que grande parte do desenvolvimento agropecuário do nosso país se deve ao trabalho técnico e ao acompanhamento do IICA. Será uma honra e um prazer ter vocês conosco no campus, além de ser uma oportunidade de ter um centro de desenvolvimento muito importante para um país eminentemente agropecuário como o Paraguai”.

 

 

 

 

 

 

Mais informação:
Gerência de Comunicação Institucional do IICA.
comunicacion.institucional@iica.int

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