As autoridades agropecuárias das Américas e representantes da academia e do setor privado deram início a duas jornadas de trabalho na sede central do IICA, em São José da Costa Rica, no âmbito da quadragésima quarta sessão do Comitê Executivo, órgão de governo deste organismo hemisférico e foro de debate dos temas mais transcendentes para o futuro da agricultura.
São José, 23 de julho de 2024 (IICA) – Doze ministros da agricultura das Américas e outros altos funcionários do setor fizeram, junto com o Diretor Geral do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Manuel Otero, um apelo para o fortalecimento dos sistemas agroalimentares da região em um contexto desafiador que coloca a segurança alimentar no topo da agenda global.
As autoridades agropecuárias das Américas e representantes da academia e do setor privado deram início a duas jornadas de trabalho na sede central do IICA, em São José da Costa Rica, no âmbito da quadragésima quarta sessão do Comitê Executivo, órgão de governo deste organismo hemisférico e foro de debate dos temas mais transcendentes para o futuro da agricultura.
Na abertura das sessões, enfatizou-se que o cenário de crises globais superpostas – que inclui a mudança do clima, os conflitos armados e os obstáculos ao crescimento econômico – reforça o valor do continente como produtor e provedor mundial de alimentos.
Também se abordou o grave impacto que os fenômenos climáticos extremos estão tendo sobre a produtividade da agricultura da região e se observou que só com base na ciência será possível refazer o caminho rumo a maior sustentabilidade e resiliência.
Os ministros apoiaram fortemente o IICA e seu Diretor Geral, Manuel Otero, em sua busca de transformar os sistemas agroalimentares das Américas com base na ciência, com vistas a colocar os agricultores na mesa de discussões e reconhecer a agricultura como parte da solução dos desafios globais.
O Comitê Executivo do IICA é constituído por 12 Estados membros, eleitos pelo período de dois anos, obedecendo a critérios de rodízio parcial e distribuição geográfica equitativa. No entanto, a agenda de sessões motivou pedidos de participação de outros países.
Na abertura, a presidência do Comitê Executivo foi assumida pelo Ministro do Desenvolvimento Agrário e da Irrigação do Peru, Angel Manero Campos, que sucedeu na posição ao Ministro da Agricultura e Segurança Alimentar de Barbados, Indar Weir.
Também estão presentes nas sessões os ministros da agricultura José Abelardo Mai, de Belize; Fernando Mattos, do Uruguai, que preside a Junta Interamericana de Agricultura (JIA, órgão de governo máximo do IICA); Martha Carvajalino, da Colômbia; Lenox Andrews, de Granada; Laura Suazo, de Honduras; e Saboto Caesar, de São Vicente e Granadinas.
Participam ainda representantes de organismos internacionais e Líderes da Ruralidade reconhecidos pelo IICA por sua contribuição à segurança alimentar e ao bem-estar de suas comunidades.
Valor da cooperação técnica
O Diretor Geral do IICA advertiu que o contexto internacional reforça a necessidade e o valor da cooperação e do trabalho conjunto entre atores e instituições que valorizam grandes estoques de capacidades e conhecimentos a serem postos a serviço das sociedades.
“A ação institucional do IICA está conectada e determinada por esse contexto, por essa conjuntura e também por nossa decisão de mobilizar conhecimentos e aplicar nossa capacidade antecipatória, a fim de detectar tendências e alertar os países sobre oportunidades e desafios”, observou.
Manuel Otero resenhou o intenso calendário institucional do IICA em resposta ao mandato dos ministros da agricultura das Américas, que em outubro passado encarregou o organismo de potencializar uma parceria continental para a segurança alimentar e o desenvolvimento sustentável das Américas.
“Esta parceria continental, que já está em andamento, define uma nova visão da cooperação técnica, unindo países, atores, temas e novas modalidades de financiamento e buscando acelerar o processo de fortalecimento e transformação da agricultura de nossa região, em uma visão sistêmica”, explicou.
“O IICA, portanto” – concluiu – “avança em uma verdadeira transformação, para projetar-se como uma instituição de excelência a serviço dos países membros e dos produtores nos territórios rurais”.
Apoios
Sergio Iraeta, novo Secretário de Agricultura, Pecuária e Pesca da Argentina, afirmou que seu país continuará apoiando o trabalho do IICA. “Reafirmamos o valor da cooperação técnica para abordar temas que requerem um enfoque regional. Apoiamos a tarefa do IICA de promover o crescimento da produção agropecuária e posicionar nossos modelos de produção no debate internacional”, afirmou.
Michael James, Diretor Agrícola do Ministério da Agricultura, Segurança Alimentar e Nutricional de Barbados, também apoiou o IICA e disse que “a crise climática que temos sobre nossos ombros afetou gravemente a região. Temos recursos limitados agora e as consequências são muito graves para o Caribe. Devemos unir-nos para que o IICA e seu Diretor recebam nosso apoio”.
Aileen Manix, do Serviço Exterior do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), agradeceu ao Diretor Geral por sua vontade de enfrentar os problemas: “O desafios atuais à resiliência e à sustentabilidade são mais importantes do que todos os que já tivemos. Para superá-los, estamos comprometidos com nossa a parceria com o IICA, com o qual temos uma rica história de colaboração. O IICA é um recurso-chave para a região”.
Laura Suazo, Secretária da Agricultura e Pecuária de Honduras, felicitou o IICA e ressaltou seu trabalho pela gestão do conhecimento e promoção de espaços em que se divulgam tecnologias. “Devemos promover iniciativas que diminuam a lacuna de acesso a tecnologias. Não só de pequenos produtores, mas também de médios e grandes”, afirmou.
O Ministro de Granada, Lenox Andrews, afirmou que o trabalho do IICA “nos dá esperanças e expectativas de que poderemos, sim, transformar a agricultura e a vida dos agricultores e consumidores. No Caribe, somos vulneráveis à mudança do clima, e isso avança a cada ano. Chegou a hora de dar prioridade ao Caribe para que possamos desenvolver nossa indústria agrícola, o que transformará nossas vidas”.
“O dano dos furacões afeta nossos sistemas agroalimentares, mas também devemos falar da migração massiva da região, o que nos leva a perdas econômicas”, observou, por seu lado, o ministro de Belize, José Abelardo Mai, que afirmou que os fenômenos climáticos afetam cada vez mais a produtividade e a qualidade de vida no Caribe.
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