Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura

Agricultura

A região tem o potencial para liderar o mundo em combustíveis sustentáveis de aviação e deve estabelecer regras claras para fazer isso, afirmam atores-chaves do setor em Congresso Latino-Americano

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No Congresso Latino-Americano de Combustíveis Sustentáveis de Aviação foram apresentadas as novidades no mercado regional, o panorama das matérias-primas e as capacidades de produção, bem como se debateu como a região pode se tornar um centro global de suprimento de SAF.

São Paulo, Brasil, 10 de abril de 2025 (IICA) — O continente americano tem o potencial para ser líder global no fornecimento de combustíveis sustentáveis de aviação, embora, para isso, deva avançar no estabelecimento de regras claras e na harmonização de critérios de sustentabilidade certificáveis e baseados em ciência para as matérias-primas utilizadas.

Assim foi sustentado por especialistas e empresários do setor reunidos em um painel de alto nível organizado pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) no âmbito do Congresso Latino-Americano de Combustíveis Sustentáveis de Aviação (SAF), que ocorreu em São Paulo, Brasil.

O congresso, considerado um evento-chave para prosseguir posicionando a América Latina como um ator estratégico na descarbonização do transporte aéreo, convocou mais de 400 participantes e 100 expositores, que debateram o futuro dos SAF na região. Ele foi organizado pela Sustainable Aviation Futures, plataforma global que promove uma expansão da produção global de SAF e a descarbonização do transporte aéreo.

Agustín Torroba, especialista internacional em biocombustíveis do IICA e Secretário Executivo da Coalizão Pan-Americana de Biocombustíveis Líquidos (CPBIO), ressaltou a importância do evento para debater rotas tecnológicas, matérias-primas, processos e padrões de certificação.

“Buscamos representar a voz da região quanto à necessidade de haver um só padrão de sustentabilidade, ao mesmo tempo em que posicionamos as Américas como a principal fornecedora de matérias-primas e de biocombustíveis que podem ser industrializados para produzir SAF. Dessa forma, a região poderia se tornar um hub global de produtores e exportadores de SAF”, acrescentou Torroba.

Víctor Castro, representante da Câmara da Indústria de Óleos da República Argentina, ressaltou a importância de dispor de regulamentações claras no âmbito regional e mundial, para assim superar inconsistências e facilitar o desenvolvimento de negócios em escala global.

Por sua vez, Aida Lorenzo, defensora climática da Bioenergia Sustentável e Diretora Executiva da Associação de Combustíveis Renováveis da Guatemala, ressaltou a necessidade de estabelecer um roteiro conjunto que promova os SAF como uma realidade na produção e no uso das linhas aéreas da região.

As Américas estão se posicionando como líderes em potencial em combustíveis de aviação sustentáveis, destacando a necessidade de regras claras e critérios de sustentabilidade baseados na ciência.

Matérias-primas sustentáveis

Álvaro Lorenzo, Gerente Geral da Alcoholes del Uruguay, observou a enorme oportunidade apresentada para a América como fornecedor tanto de matérias-primas, como de produtos que fazem parte da indústria de combustíveis sustentáveis de aviação.

A Presidente da Federação Colombiana de Biocombustíveis, Carolina Rojas, ressaltou o potencial da Colômbia e dos demais países da região como potenciais fornecedores de SAF.

“Dada a abundância de matérias-primas sustentáveis e a experiência de quase quatro décadas de produção de biocombustíveis líquidos, a Colômbia atende todos os critérios para ser um ator relevante no âmbito mundial da cadeia de suprimento de SAF”, destacou Rojas.

Para Evandro Gussi, CEO da União da Indústria da Cana-de-Açúcar e Bioenergia do Brasil, a demanda do mercado de SAF está em pleno crescimento, e a América Latina tem condições excepcionais para liderar esse movimento com o etanol de cana-de-açúcar e milho, que é a base de uma das rotas tecnológicas mais promissoras para SAF: Alcohol-to-Jet (ATJ).

“Podemos desenvolver essa produção sem comprometer o suprimento de alimentos, como fazemos aqui no Brasil. Afinal, quanto mais energia gerarmos, mais alimentos poderemos produzir. Com quase cinco décadas de experiência na produção de biocombustíveis, o Brasil está preparado para contribuir para a descarbonização do transporte aéreo”, sustentou Gussi.

Torroba assegurou que as Américas despontam como a região com maior potencial no âmbito mundial em disponibilidade sustentável de matérias-primas e biocombustíveis terrestres para a produção de SAF. No entanto, para transformar esse potencial em realidade, é fundamental avançar para uma harmonização dos padrões de sustentabilidade e alinhá-los com os critérios internacionais já definidos, bem como criar um ecossistema para desenvolver os SAF”, concluiu Torroba.

Mais informação:
Gerência de Comunicação Institucional do IICA.
comunicacion.institucional@iica.int

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