
São José, Costa Rica, 21 de maio de 2025 (IICA) – A riqueza de recursos biológicos, a potência da sua agricultura e sua indústria e a diversidade cultural são as grandes vantagens comparativas com as que contam os países da região para converter a bioeconomia no motor do seu desenvolvimento. Essa foi a conclusão da Conferência da Rede Latino-Americana de Bioeconomia 2025, que reuniu mais de 150 participantes na sede central do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).
Durante quatro jornadas de trabalho, o evento contou com mais de 40 apresentações, sete workshops, diferentes sessões de planejamento estratégico e excursões de campo em que houve contato com experiências de bioeconomia no terreno.
Os 170 participantes, líderes empresariais, autoridades públicas, acadêmicos, pesquisadores e representantes de organismos internacionais de cooperação, discutiram as perspectivas das principais variáveis que determinarão o futuro da bioeconomia na região e no mundo.
O evento explorou as tendências globais e regionais e serviu para destacar a importância da descarbonização e da circularidade. Também foram enfatizadas as inovações tecnológicas e sociais como eixos transformadores da agricultura, os sistemas agroalimentares e os territórios rurais.
Manuel Otero, Diretor Geral do IICA, destacou que, para o IICA, a bioeconomia é a grande ponte entre a agricultura, o meio-ambiente e os territórios rurais. “Representa uma oportunidade única integrar os objetivos de uma agricultura mais eficiente, competitiva e de maior valor agregado, a conservação e a restauração do meio-ambiente e a geração de maiores oportunidades econômicas e encadeamentos nos territórios”.
“Se aproveitamos as tecnologias, inovações e conhecimentos locais”, assegurou Otero, “para utilizar nossos recursos e princípios biológicos, podemos aumentar a produção de alimentos, energias limpas e outros biomateriais, enquanto impulsionamos o desenvolvimento econômico, melhoramos a qualidade de vida nas comunidades rurais e contribuímos para a proteção do nosso planeta”.
Hugo Chavarría, Gerente de Inovação e Bioeconomia do IICA e Secretário Executivo da Rede Latino-Americana de Bioeconomia, destacou que cada país, território e cadeia de valor tem sua própria bioeconomia, com características únicas, porém os desafios são compartilhados.
“A cooperação entre os setores público, privado e acadêmico e a sociedade civil não é opcional: é essencial”, enfatizou. Essa convicção é o que originou a Rede Latino-Americana e é a que hoje nos convoca a unir forças para construir juntos o futuro sustentável da nossa região.
Chavarría informou que a Rede, criada há dois anos, hoje reúne mais de 90 instituições de 15 países que trabalham juntas na formação de habilidades, a formulação e implementação de estratégias e políticas para a bioeconomia, a promoção de serviços de apoio para os bioempreendimentos e o posicionamento da região na agenda internacional”.
Alexander Leicht, Representante na Costa Rica da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), destacou que “a resposta para a maioria dos desafios que o mundo enfrenta se encontra na geração de conhecimento de base científica, acessível para todos e utilizado para a paz e o bem-comum”.
“Esses conhecimentos não podem ser gerados de forma isolada; o seu desenvolvimento demanda investimentos que não podem ser assumidos por nenhum país de forma individual”, adicionou.
Edith Paredes, Diretora Administrativa da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OCTA), também destacou a importância da cooperação entre diferentes atores, inclusive os setores acadêmico, científico e tecnológico, governos nacionais e regionais, sociedade civil e jovens, que é essencial para a realização da agenda da rede Latino-Americana.
Inovação e colaboração na bioeconomia
O evento contou com uma feira de empreendedores e empresas consolidadas de bioeconomia que abrangem desde bioprodutos para alimentação, bioinsumos, bioplásticos e investimento de impacto, centros de pesquisa e empreendimentos de bioeconomia, biorefinarias que processam biomassa residual de produtos tropicais, plantas de biodigestão em grande escala e experiências de turismo sustentável.
Na Conferência também foi realizada a inauguração oficial do Centro de Agrobioempreendimentos e Investimentos, uma nova iniciativa do IICA que tem como objetivo impulsionar a criação e o desenvolvimento de empreendimentos na agricultura e bioeconomia. Este centro oferecerá serviços de inovação, fortalecimento de capacidades técnicas e empresariais, e acompanhamento integral ao longo das diferentes etapas de maturidade dos empreendimentos, com o objetivo de contribuir para uma bioeconomia mais dinâmica, inclusiva e geradora de empregos.
Futuro da Rede Latino-Americana de Bioeconomia
O evento concluiu com um espaço de cocriação com o objetivo de construir de forma colaborativa a agenda de trabalho conjunta para o período 2025-2026. Esse processo incluiu a participação dos atuais membros da Rede, além de outras instituições líderes em bioeconomia dos Estados Unidos, Canadá, Europa, África e outras regiões do mundo.
Os temas prioritários para o trabalho da Rede nos próximos dois anos incluem estratégias e políticas, fortalecimento de capacidades, financiamento, desenvolvimento sustentável da Amazônia, métricas e bioempreendimentos. Em cada um desses temas será construída uma agenda de projetos que integrarão as capacidades dos membros e dos sócios estratégicos da Rede.
Todos os produtos elaborados pela Rede estão disponíveis em https://bioeconomialatam.net/

Mais informação:
Gerência de Comunicação Institucional do IICA.
comunicacion.institucional@iica.int